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Estado de Minas CORRIDA CONTRA O REL�GIO

Vacina��o lenta pode expor grupo de risco da COVID-19 em esta��o cr�tica

Minas precisa vacinar sete vezes mais r�pido para proteger os mais suscet�veis at� mar�o, quando males respirat�rios tendem a se agravar


03/02/2021 06:00 - atualizado 03/02/2021 06:36

Lote de vacinas desembarca no aeroporto de Confins: doses oferecidas estão muito aquém das necessidades do estado(foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)
Lote de vacinas desembarca no aeroporto de Confins: doses oferecidas est�o muito aqu�m das necessidades do estado (foto: Marcos Vieira/EM/D.A Press)


Uma acelera��o de sete vezes no ritmo de aplica��o de vacinas em Minas Gerais seria necess�ria para que a popula��o adulta diab�tica, card�aca e outros doentes cr�nicos mais suscet�veis a quadros graves da COVID-19 fossem imunizados at� o in�cio do outono, em 20 de mar�o. Essa � a �poca do ano em que, historicamente, os males respirat�rios mais se agravam e o al�vio seria sentido imediatamente no sistema de sa�de. Pelo ritmo nacional atual, os brasileiros em mesmo estado precisariam de um compasso vacinal seis vezes maior para estar cobertos at� o come�o da esta��o de alerta. Pela efici�ncia atual, a totalidade dessas pessoas s� ser� atingida em 6 de novembro em Minas Gerais e em 29 do mesmo m�s no Brasil. Os dados de velocidade foram compilados pela Funda��o Oswaldo Cruz (Fiocruz) e se referem a informa��es obtidas nos estados e munic�pios brasileiros at� 31 de janeiro.

De acordo com informa��es da funda��o, Minas Gerais tem perto de 20% da popula��o (4,2 milh�es de habitantes) composta por adultos com pelo menos uma doen�a cr�nica n�o transmiss�vel, ou seja, pessoas potencialmente mais afetadas pelo novo coronav�rus (Sars-CoV-2) e que, por isso, deveriam estar em grupos de vacina��o priorit�ria. No Brasil, esse grupo de risco � de cerca de 19% da popula��o, ou aproximadamente 40,2 milh�es de habitantes.

No atual ritmo, a imuniza��o ampla (de toda a popula��o brasileira) se estender� at� 2025. Em Minas Gerais, a conclus�o da cobertura vacinal se daria um ano antes, em 2024, com o atual ritmo de aplica��o de vacinas representando a quarta mais lenta do Brasil.

“O Brasil entrega 0,1% de doses (de vacina) por popula��o por dia, (um �ndice) t�o pequeno que 40 pa�ses entregam mais diariamente”, calcula o m�dico M�rcio Sommer Bittencourt, pesquisador do Centro de Pesquisa Cl�nica e Epidemiol�gica do Hospital da Universidade de S�o Paulo (USP) e professor da Faculdade Israelita de Ci�ncias da Sa�de Albert Einstein.  Isso quer dizer 0,1 dose por 100 mil habitantes ou 1 por mil.“Para aplicar o imunizante em 70% dos brasileiros em 2021 precisamos vacinar cinco vezes mais que o melhor dia at� agora, o resto do ano, contando feriados e fins de semana. A prioridade do Brasil � vacinar mais e mais r�pido”, avalia Bittencourt. Ainda assim, o especialista observa que o ideal � que toda a popula��o seja vacinada. “O desej�vel � que todo mundo seja vacinado. Exceto quem n�o pode, por algum motivo”, disse.

Para o diretor da Sociedade Mineira de Infectologia e membro volunt�rio do Comit� de Combate � COVID-19 em Belo Horizonte, Carlos Starling, a velocidade da vacina��o est� muito lenta no Brasil e em Minas porque o quantitativo de vacinas ainda � muito baixo. “Na medida que a oferta de vacinas aumentar, vamos ver tamb�m essa velocidade aumentar. A�, sim, vamos observar uma redu��o da incid�ncia da doen�a, � medida que, primeiro, os mais vulner�veis, sejam vacinados”, observa Starling.

O infectologista indica que com a vacina��o cobrindo os grupos priorit�rios, a press�o sobre o sistema de sa�de diminui. “Por isso tem de haver uma prioriza��o de pessoas vacinadas. Quando tivermos de 70% a 80% dessa popula��o vacinada, vamos ver claramente uma redu��o da press�o de interna��es e de demanda para terapia intensiva”, estima.

A cobertura nacional � altura do levantamento chegava a 0,99% da popula��o brasileira, com 2.081.936 pessoas j� tendo recebido uma dose. A cobertura de Minas Gerais naquele momento era um pouco menor, com 0,79%, o oitavo estado com menor abrang�ncia, sendo que 167.838 doses haviam sido aplicadas. Para especialistas, a culpa � da pequena disponibilidade de vacinas.

Pelo levantamento da Fiocruz, o �nico estado que conseguiria finalizar a imuniza��o completa de seus habitantes em 2021 seria o Mato Grosso do Sul, que no atual compasso o faria at� o dia 10 de dezembro. No ano que vem, terminariam a campanha outros seis estados (Acre, Sergipe, Distrito Federal, Rond�nia, Paran� e Alagoas). A maior parte conseguiria a conclus�o ampla da vacina��o em 2023, com 11 unidades da Federa��o nesse est�gio (Esp�rito Santo, Goi�s, Rio Grande do Sul, Amap�, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Rio de Janeiro, Bahia, Santa Catarina, Amazonas e Piau�). Minas Gerais e outros cinco estados (Cear�, Maranh�o, Tocantins, Para�ba e Par�) viriam em seguida, em 2024, sendo o Mato Grosso o pen�ltimo e S�o Paulo o �ltimo estado, ambos em 2025.

Considerando o per�odo do levantamento, de 18 a 31 de janeiro, Minas Gerais teve seu pico de vacina��o em 27 de janeiro, quando conseguiu aplicar 52.172 doses. Dos 14 dias estudados, 10 n�o chegaram a um �ndice de 10 mil doses aplicadas pelo levantamento di�rio no estado. No Brasil, que faz a aplica��o desde 17 de janeiro, o �pice da vacina��o ocorreu no dia 29, com o registro de 360.715 procedimentos realizados.

A Secretaria de Estado de Sa�de de Minas Gerais (SES-MG) informou que o Minist�rio da Sa�de, conforme anunciado pelo governo federal na �ltima semana, “destinou mais 54 milh�es de doses e Minas Gerais j� dever� ser informada sobre a quantidade que receber� nos pr�ximos dias”.

(foto: Arte/Paulinho Miranda)
(foto: Arte/Paulinho Miranda)



Infectologista receita prioridades e log�stica

Ainda que o baixo volume de vacinas prolongue os efeitos da pandemia em Minas Gerais, o diretor da Sociedade Mineira de Infectologia e membro volunt�rio do Comit� de Combate � COVID-19 em Belo Horizonte, Carlos Starling, afirma que Minas Gerais n�o deve partir para a procura de uma vacina pr�pria, buscando imunizantes al�m dos fornecidos pelo Minist�rio da Sa�de. “N�o acho adequado Minas Gerais ter a sua pr�pria vacina. As vacinas s�o feitas para o pa�s como um todo. Temos de pensar nacionalmente, n�o s� no nosso umbigo”, afirma.

Para o m�dico, o mais importante � ter um esquema de prioridades e de log�stica eficientes. “� fundamental que tenhamos princ�pios de vacina��o e equidade na distribui��o dessas vacinas. Isso � extremamente importante. N�o seria um bom exemplo se tiv�ssemos nossa pr�pria vacina e o pa�s n�o. Eticamente isso n�o � adequado. � bom que pensemos neste momento de forma coletiva e n�o individual”, prega.

Com rela��o � vacina, a SES-MG informa que “desde as primeiras tratativas sobre o desenvolvimento de imunizantes contra a COVID-19, o governo de Minas, por meio da Funda��o Ezequiel Dias (Funed) e da Secretaria de Estado de Sa�de (SES-MG), tem realizado contatos com empresas no mundo todo, objetivando projetos de fornecimento de imunizantes e transfer�ncia de tecnologias para o desenvolvimento de vacinas em Minas”.

“Atualmente, a Funda��o Ezequiel Dias (Funed) possui duas f�bricas para a produ��o de medicamentos biol�gicos injet�veis. Uma delas � usada para vacinas e est� certificada para a �rea de rotulagem e embalagem desses produtos, sendo sua capacidade direcionada para a vacina contra Meningite C, que a Funed fornece para todo o pa�s via Programa Nacional de Imuniza��es (PNI)”.

Para uma poss�vel produ��o da vacina contra a COVID-19, ser�o necess�rias adequa��es da infraestrutura fabril existente, que Anvisa aprove o imunizante que “sua tecnologia de produ��o deve ser transferida para a Funed”.

Fura-filas

A Ouvidoria-Geral do Estado (OGE) recebeu, desde 18 de janeiro – quando chegaram as vacinas contra a COVID-19 em Minas Gerais –, 296 den�ncias de “fura-filas” no processo de imuniza��o. As den�ncias s�o avaliadas e, em seguida, encaminhadas aos �rg�os competentes, como comiss�es de �tica e ao Minist�rio P�blico Estadual.  A entidade indicada investiga se houve crimes, como peculato, infra��o de medida sanit�ria, ou improbidade administrativa. As penas variam entre administrativa, multa ou pris�o. As den�ncias podem ser feitas on-line, na p�gina da Ouvidoria, pelo Canal Coronav�rus, ou no Disque 162.

O que � o coronav�rus


Coronav�rus s�o uma grande fam�lia de v�rus que causam infec��es respirat�rias. O novo agente do coronav�rus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doen�a pode causar infec��es com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
V�deo: Por que voc� n�o deve espalhar tudo que recebe no Whatsapp

Como a COVID-19 � transmitida? 

A transmiss�o dos coronav�rus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secre��es contaminadas, como got�culas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal pr�ximo, como toque ou aperto de m�o, contato com objetos ou superf�cies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

V�deo: Pessoas sem sintomas transmitem o coronav�rus?


Como se prevenir?

A recomenda��o � evitar aglomera��es, ficar longe de quem apresenta sintomas de infec��o respirat�ria, lavar as m�os com frequ�ncia, tossir com o antebra�o em frente � boca e frequentemente fazer o uso de �gua e sab�o para lavar as m�os ou �lcool em gel ap�s ter contato com superf�cies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.
V�deo: Flexibiliza��o do isolamento n�o � 'liberou geral'; saiba por qu�

Quais os sintomas do coronav�rus?

Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:

  • Febre
  • Tosse
  • Falta de ar e dificuldade para respirar
  • Problemas g�stricos
  • Diarreia

Em casos graves, as v�timas apresentam:

  • Pneumonia
  • S�ndrome respirat�ria aguda severa
  • Insufici�ncia renal
Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avan�am na identifica��o do comportamento do v�rus. 

V�deo explica por que voc� deve 'aprender a tossir'


Mitos e verdades sobre o v�rus

Nas redes sociais, a propaga��o da COVID-19 espalhou tamb�m boatos sobre como o v�rus Sars-CoV-2 ï¿½ transmitido. E outras d�vidas foram surgindo: O �lcool em gel � capaz de matar o v�rus? O coronav�rus � letal em um n�vel preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar v�rias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS n�o teria condi��es de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um m�dico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronav�rus.

Coronav�rus e atividades ao ar livre: v�deo mostra o que diz a ci�ncia

Para saber mais sobre o coronav�rus, leia tamb�m:

 



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