
No lugar de ruas lotadas de pessoas de todas as idades, pintadas por confetes e fantasias e embaladas por um som ensurdecedor, um ambiente agora sem tantas alegrias, cores e m�sicas. Uma popula��o inteira ansiosa pela cura de uma doen�a silenciosa, que vem devastando o mundo h� pouco mais de um ano e provocando estragos ainda incalcul�veis na economia e na sociedade.
Depois de viver o auge de seu carnaval no ano passado, com recorde de p�blico e destaque no pa�s, Belo Horizonte encara a realidade do isolamento determinado pelas autoridades de sa�de e pela prefeitura por causa da pandemia de COVID-19.
No ano passado, a capital mineira contabilizou em torno de 4,5 milh�es de foli�es, durante quase um m�s inteiro de eventos, de acordo com dados da Belotur.
No maior carnaval da hist�ria da cidade, foram mais de 200 mil turistas e 56% da rede hoteleira ocupada. Mais de 500 blocos levaram alegria e m�sica de diferentes estilos pelas ruas belo-horizontinas.
Agora, tudo � diferente. Com o cancelamento dos blocos e do feriado em si em decorr�ncia da pandemia, a cidade entrou na luta para evitar e at� bloquear aglomera��o de pessoas, que, porventura, migraram de outros locais que mantiveram a data festiva.
Na capital, assim como em v�rias outras cidades da regi�o metropolitana, a ordem � punir quem estiver fazendo festas clandestinas ou desrespeitar a cartilha de manter a quarentena.
Eventos sem autoriza��o foram descobertos pela Pol�cia Militar no Santa Tereza, em Betim e em Contagem. A PM criou ao longo da semana a campanha “Este ano o carnaval � pela vida”, com a inten��o de mobilizar a popula��o a evitar a transmiss�o do v�rus e, consequentemente, impedir que sejam necess�rias medidas mais radicais – como o fechamento total das atividades comerciais.
Sa�de em primeiro lugar
Impedidos de desfilar, carnavalescos dos blocos da capital entendem que o momento � de zelar pela sa�de da humanidade.
“A tristeza maior � pelo que vivemos na humanidade, por tudo o que est� acontecendo e pela maneira como a pandemia tem sido conduzida pelo poder p�blico. Esse enfrentamento todo que temos passado para ter nossos direitos nos deixa mais tristes do que o pr�prio v�rus. � �bvio que n�o gostar�amos de estar vivendo isso. Dependendo de como as coisas forem conduzidas, n�o vamos ter carnaval no ano que vem, j� que n�o vai haver vacinas para todos”, ressalta a vocalista Michelle Andreazzi, do Ent�o, Brilha!, que habitualmente desfila na manh� de s�bado, no Centro de BH.
Os organizadores fizeram ato simb�lico no dia que seria o da sa�da do bloco, com queima de fogos na abertura de seu tradicional bandeir�o da passarela da Avenida dos Andradas. Carros de som decorados com as cores amarela e rosa trafegaram em todas as regi�es da capital.
Um dos fundadores do Samba Queixinho, o jornalista e mestre de bateria Gustavo Caetano diz que a tristeza maior n�o � pelo cancelamento do carnaval e, sim, por toda destrui��o provocada pela COVID-19.
“A �ltima coisa que pensamos neste momento � em carnaval. Fica aquela coisa de lembrar do ano passado, o saudosismo, ainda mais depois de passar um ano sem ver as pessoas. N�o � uma vida normal. Temos de pensar sobre este momento, que � de ficar em casa mesmo e cuidar do outro, porque estamos no pico da doen�a”, disse.
Em 2021, o bloco ficar� em sil�ncio em respeito �s v�timas do novo coronav�rus, sem organizar transmiss�es virtuais dos shows. “Tomamos uma atitude em conjunto de ficar em sil�ncio e em reflex�o. Qualquer coisa que fazemos contr�ria a isso pode parecer desrespeito com milhares de pessoas que foram afetadas direta ou indiretamente pela pandemia, pois foram mais de 230 mil mortes”, diz Caetano.
Por outro lado, ele lembra das diversas pessoas que ficaram sem trabalho no carnaval e pede aux�lio ao poder p�blico: “N�o pensamos em carnaval, mas pensamos nos colaboradores. Muitos ficaram sem o aux�lio do governo, que terminou. Pedimos para o Kalil nos receber, para que os trabalhadores possam ser amparados”.
Responsabilidade
“� bem esquisito perceber que o carnaval n�o ocorreu. N�o imaginava que, possivelmente, n�o ter� carnaval no ano que vem. Mas temos de manter a responsabilidade com o bem comum. Vai ser muito dif�cil voltar com 100% de seguran�a. Est�vamos numa crescente, bem nos holofotes da prefeitura e da iniciativa privada, com todos festejando o carnaval, que colocou Belo Horizonte no mapa. Ficou uma coisa t�o s�ria, que se tornou a primeira atividade de muita gente, inclusive eu”, afirmou.
O que � o coronav�rus
Coronav�rus s�o uma grande fam�lia de v�rus que causam infec��es respirat�rias. O novo agente do coronav�rus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doen�a pode causar infec��es com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
V�deo: Por que voc� n�o deve espalhar tudo que recebe no Whatsapp
Como a COVID-19 � transmitida?
A transmiss�o dos coronav�rus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secre��es contaminadas, como got�culas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal pr�ximo, como toque ou aperto de m�o, contato com objetos ou superf�cies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.V�deo: Pessoas sem sintomas transmitem o coronav�rus?
Como se prevenir?
A recomenda��o � evitar aglomera��es, ficar longe de quem apresenta sintomas de infec��o respirat�ria, lavar as m�os com frequ�ncia, tossir com o antebra�o em frente � boca e frequentemente fazer o uso de �gua e sab�o para lavar as m�os ou �lcool em gel ap�s ter contato com superf�cies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.V�deo: Flexibiliza��o do isolamento n�o � 'liberou geral'; saiba por qu�
Quais os sintomas do coronav�rus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas g�stricos
- Diarreia
Em casos graves, as v�timas apresentam:
- Pneumonia
- S�ndrome respirat�ria aguda severa
- Insufici�ncia renal
V�deo explica por que voc� deve 'aprender a tossir'
Mitos e verdades sobre o v�rus
Nas redes sociais, a propaga��o da COVID-19 espalhou tamb�m boatos sobre como o v�rus Sars-CoV-2 � transmitido. E outras d�vidas foram surgindo: O �lcool em gel � capaz de matar o v�rus? O coronav�rus � letal em um n�vel preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar v�rias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS n�o teria condi��es de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um m�dico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronav�rus.Coronav�rus e atividades ao ar livre: v�deo mostra o que diz a ci�ncia
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