
A superlota��o das unidades de terapia intensiva (UTI) em sete regi�es de Minas, conforme apontou o Estado de Minas, nunca ocorreu na rede p�blica do estado com o n�vel de gravidade como o trazido, nos �ltimos dias, pela pandemia do COVID-19.
Antes da pandemia, as taxas de ocupa��o da terapia intensiva giravam em torno de 70% e 80%. Qualquer hospital que ultrapassasse os 85% entraria em colapso. Nos �ltimos dias, em Minas e no Brasil, n�o apenas um hospital pode ultrapassar esse limite de 85%, mas toda a rede vive com taxas que superam essa marca e, em alguns casos, atingem 100%.
Antes da pandemia, as taxas de ocupa��o da terapia intensiva giravam em torno de 70% e 80%. Qualquer hospital que ultrapassasse os 85% entraria em colapso. Nos �ltimos dias, em Minas e no Brasil, n�o apenas um hospital pode ultrapassar esse limite de 85%, mas toda a rede vive com taxas que superam essa marca e, em alguns casos, atingem 100%.
Eles levam em conta as taxas de ocupa��o que est�o acima do comum para UTI mesmo de hospitais p�blicos, que historicamente sofrem com esse problema, como tamb�m consideram para a an�lise a gravidade da COVID-19.
De acordo com a Secretaria de Estado de Sa�de, Minas possui 4.075 leitos de UTI, sendo 2.072 credenciados pelo Sistema �nico de Sa�de (SUS).
A reportagem do Estado de Minas apresentou o panorama de sete regi�es do estado que enfrentam o pior momento de lota��o de leitos de UTI: Tri�ngulo, Alto Parana�ba, Noroeste, Sul, Vale do A�o, Norte e Regi�o Central.
Em Uberaba, Uberl�ndia, Patroc�nio, Patos de Minas, Montes Claros, Itajub�, Pouso Alegre, Ipatinga e Mariana, a taxa de uso de leitos hospitalares passa de 90% e alcan�a a satura��o em alguns casos.
O intensivista Aguinaldo Bicalho, que tem experi�ncia tanto como gestor de CTI na rede p�blica quanto em hospitais privados, lembra que no setor p�blico sempre houve alta ocupa��o dos leitos, mas afirma que, apesar desse represamento no passado, nada se compara � situa��o atual.
"N�o se pode comparar a gravidade e a mortalidade desta pandemia em rela��o ao que era antes", diz. O intensivista refor�a que, al�m da alta ocupa��o, os m�dicos enfrentam o aumento na rotatividade dos leitos. "Damos alta e j� tem expectativa de admiss�o de paciente mais ou menos engatilhada", afirma.
"N�o se pode comparar a gravidade e a mortalidade desta pandemia em rela��o ao que era antes", diz. O intensivista refor�a que, al�m da alta ocupa��o, os m�dicos enfrentam o aumento na rotatividade dos leitos. "Damos alta e j� tem expectativa de admiss�o de paciente mais ou menos engatilhada", afirma.
Os relatos de quem trabalha em UTI s�o de momentos de exaust�o nunca vividos anteriormente.
"N�o s� pela ocupa��o, mas principalmente pela demanda e gravidade dos doentes. Antes, uma UTI da rede privada trabalhava com a demanda dos doentes agudos, graves, como assepsia, pneumonia, infartos, mas muito tamb�m com p�s-operat�rio. De certa forma, eram doentes que mereciam UTI, mas eram doentes mais tranquilos do ponto de vista da gravidade", recorda Bicalho.
A COVID-19 debilita muito o paciente que vai para a terapia intensiva. "Hoje, o n�vel de gravidade dos doentes � muito maior. Exige muito mais de toda a equipe", completa.
"N�o s� pela ocupa��o, mas principalmente pela demanda e gravidade dos doentes. Antes, uma UTI da rede privada trabalhava com a demanda dos doentes agudos, graves, como assepsia, pneumonia, infartos, mas muito tamb�m com p�s-operat�rio. De certa forma, eram doentes que mereciam UTI, mas eram doentes mais tranquilos do ponto de vista da gravidade", recorda Bicalho.
A COVID-19 debilita muito o paciente que vai para a terapia intensiva. "Hoje, o n�vel de gravidade dos doentes � muito maior. Exige muito mais de toda a equipe", completa.
Segundo ele, o cen�rio da terapia intensiva � desafiador. "Estamos numa curva muito ascendente de casos. Percebo nas �ltimas semanas um aumento importante no fluxo de paciente do interior para a capital. N�o tenho dado concreto, mas a percep��o � de que hoje a gente tem recebido mais casos oriundos do interior de Minas e at� de outros estados do que foi no pico da epidemia l� atr�s em julho e agosto", diz. Os casos, antes, eram da Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte.
Compara��o 'descabida'
Una� Tupinamb�s afirma que � descabida a compara��o entre a ocupa��o de UTI antes e depois da pandemia. Ele pontua que a pandemia � t�o grave que foi necess�rio abrir muito mais leitos para acolher os pacientes infectados pelo novo coronav�rus.
"N�o d� para falar que antes era sempre assim. Expandimos o n�mero de leitos. Temos leitos COVID-19 e n�o COVID. N�o d� para falar que antes era pior", diz.
"N�o d� para falar que antes era sempre assim. Expandimos o n�mero de leitos. Temos leitos COVID-19 e n�o COVID. N�o d� para falar que antes era pior", diz.
Segundo o professor, a ocupa��o de leitos de UTI na rede p�blica, antes da pandemia, girava em torno de 70% e 80% de ocupa��o. "Essa taxa normal de ocupa��o de leito de UTI", afirma.
Ele ressalta que, mesmo antes da pandemia, quando a taxa fica acima de 85%, � sinal de colapso. "N�o podemos falar se n�o tivesse pandemia e t�vessemos 85% de ocupa��o estaria normal. � sinal de colapso", diz.
Ele ressalta que, mesmo antes da pandemia, quando a taxa fica acima de 85%, � sinal de colapso. "N�o podemos falar se n�o tivesse pandemia e t�vessemos 85% de ocupa��o estaria normal. � sinal de colapso", diz.
O especialista argumenta que n�o consegue liberar o leito de maneira t�o r�pida. "N�o se consegue mobilizar esses outros 15% de forma muito r�pida. Se o paciente recebe alta hoje, leito estar� dispon�vel s� dia seguinte", afirma. H� uma s�rie de procedimentos para preparar o leito. "� uma tristeza as pessoas estarem ainda nessa discuss�o. N�o pode fazer essa compara��o de jeito nenhum."
Os m�dicos recha�am o argumento de quem tenta normalizar a situa��o vivida na rede hospitalar com a pandemia em compara��o � situa��o anterior de ocupa��o na rede p�blica.
"Estamos numa fase t�o esquisita. Desisti um pouco de tentar convencer, apesar de j� estar lidando com isso h� mais de um ano. Essas pessoas t�m ideias muito bem fixas e, independentemente do que aconte�a, a gente n�o tem conseguido mudar essas opini�es. O que a gente tem feito � trabalhar. S� nos resta estar junto de quem est� junto da gente, que acredita no que a gente faz", lamenta Una�.
"Estamos numa fase t�o esquisita. Desisti um pouco de tentar convencer, apesar de j� estar lidando com isso h� mais de um ano. Essas pessoas t�m ideias muito bem fixas e, independentemente do que aconte�a, a gente n�o tem conseguido mudar essas opini�es. O que a gente tem feito � trabalhar. S� nos resta estar junto de quem est� junto da gente, que acredita no que a gente faz", lamenta Una�.