
A despeito dos discursos do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que defende rem�dios sem aval cient�fico para a doen�a e enviou, a Israel, uma comitiva para saber detalhes sobre um suposto spray nasal que pode auxiliar no combate a doen�a, o infectologista lembrou pedido da Organiza��o Mundial de Sa�de (OMS). A entidade solicitou ao Brasil que monitore o avan�o da doen�a em territ�rio nacional, para evitar o espalhamento de variantes.
“Temos a vacina. N�o temos em n�mero suficiente. Temos que investir nisso. Investir em qualquer outra coisa, (como) spray nasal, n�o tem o menor cabimento. (S�o) tratamentos que n�o t�m sentido. Precisamos de vacina urgentemente”, disse Starling.
O m�dico explicou que as muta��es podem trazer preju�zos a outros pa�ses, isolando o Brasil do resto do mundo. Por isso, ele defendeu a aplica��o de uma estrat�gia nacional de a��es restritivas.
“J� vimos que as medidas locais que tomamos anteriormente funcionaram muito bem, mas isso tem efeito limitado. N�o somos uma ilha. Somos afetados pelo pa�s inteiro; mantemos comunica��o com o restante do Brasil. Controlamos o v�rus e ele volta — e, �s vezes, volta pior, com uma variante”, lamentou.
'N�o podemos esperar o colapso'
Belo Horizonte tem se guiado por um “abre e fecha” modulado para controlar a dissemina��o do v�rus. Carlos Starling ressaltou que, sem a vacina, n�o h� outra forma de lidar com a infec��o. Ele mencionou situa��es enfrentadas por outras localidades, que enfrentam sobrecarga no atendimento aos pacientes.
"Hoje, a OMS colocou que o Brasil tem que levar a s�rio esta epidemia. Estamos levando a s�rio esta epidemia em Belo Horizonte desde o primeiro dia. Nossos dados mostram que � assim. Infelizmente, n�o tem como lidar com a situa��o (de forma) que n�o seja com medidas mais duras nos momentos corretos. N�o podemos esperar a situa��o esperar em colapso, pois as pessoas passam a n�o ter a op��o de serem atendidas nos hospitais. Estamos vendo isso acontecer em v�rias cidades do interior e em outros estados”, apontou Starling.