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Estado de Minas COLAPSO

Igarap� corre 'risco iminente de �bitos', alerta gerente da UPA

Cidade da Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte enfrenta lota��o das unidades de sa�de e falta cilindros de oxig�nio medicinal para pacientes internados


23/03/2021 14:28 - atualizado 23/03/2021 15:48

Médicos da UPA improvisam terapia intensiva em leitos de enfermaria(foto: LEANDRO COURI/EM/D.A. PRESS)
M�dicos da UPA improvisam terapia intensiva em leitos de enfermaria (foto: LEANDRO COURI/EM/D.A. PRESS)

A explos�o de interna��es de pacientes com COVID-19 e o desabastecimento de cilindros de oxig�nio s�o a receita do colapso da sa�de em Igarap�, Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte.

“Infelizmente, se a gente n�o conseguir UTI, corre grande risco iminente de �bitos”, alerta Josefa Souza Moura, gerente da Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) de Igarap�. A profissional de sa�de relata o desespero dos colegas para salvar vidas em meio ao colapso do sistema.

“A situa��o � grav�ssima. A gente est� remanejamento do jeito que a gente pode”, disse. Segundo Josefa, a enfermaria precisou ser adaptada para dar conta dos pacientes com COVID-19 que deveriam estar em leito de terapia intensiva. “A gente est� levando para enfermaria, estamos adaptando l� com respirador, com o que a gente pode, mas n�o � um lugar apropriado”, disse.

A gerente da UPA tamb�m conta que o setor de urg�ncia atingiu lota��o m�xima e, dos 15 leitos que disp�em a unidade, 15 est�o ocupados e com paciente na fila de espera. “N�s estamos aqui hoje com paciente grav�ssimo que precisa de UTI urgente”, reafirma.

Os casos leves de infec��o por novo coronav�rus s�o orientados ao tratamento em casa. Na UPA, mesmo, somente pacientes em casos graves. “Aqueles com problema mais agravante, que precisa de respirador, a gente est� encaminhando para ficar aqui na urg�ncia da UPA. S� que j� est� lotado.”

Agonia da espera por leito

Na fila de espera por um leito estruturado est� o pai de Adriano Pedro Soares. Aos 69 anos, o pai do operador de m�quinas foi internado no s�bado depois de um poss�vel diagn�stico errado. A fam�lia agora est� na ang�stia entre a falta de informa��o e a procura de uma vaga em CTI.

“Meu pai come�ou passar mal em casa, veio (na UPA) na ter�a-feira, falaram que era dengue, mas acho que confundiram um pouco o diagn�stico dele. No s�bado voltou, ontem �s 20h o quadro agravou e parece que j� precisa entubar”, conta. “A gente sabe que o caos est� no Brasil, no mundo todo.”
 

Faltam cilindros de oxig�nio

Ontem, Igarap� recebeu a doa��o de 15 cilindros. A previs�o � que at� o fim da semana tenham 50. Para agilizar os atendimentos na cidade, a meta da prefeitura � conseguir 100 at� o fim do m�s. “O problema nunca foi o oxig�nio, mas, sim, que n�o tinha mais cilindro. Agora, a gente j� est� regularizando aos poucos”, informou o secret�rio municipal de Sa�de, Leonardo Barber�.

O chefe do gabinete da linha de frente contra a pandemia do novo coronav�rus conta que o aumento da interna��o nas �ltimas semanas demandou maior quantidade de oxig�nio. “H� duas semanas o Hospital de Campanha tinha 11 leitos ocupados, hoje temos 22 internados, sendo que tr�s est�o em uso de respiradores e temos mais  cinco pacientes graves que podem evoluir para intuba��o e precisem de ventilador”, informou Barber�.

Igarapé conseguiu doação de cilindros de oxigênio(foto: LEANDRO COURI/EM/D.A. PRESS)
Igarap� conseguiu doa��o de cilindros de oxig�nio (foto: LEANDRO COURI/EM/D.A. PRESS)


O secret�rio explica que a falta de cilindros ocorre porque os hospitais precisam de um estoque extra para que seja poss�vel o reabastecimento do g�s fundamental para pacientes internados. Funciona assim: se um hospital est� fazendo uso de 10 cilindros de oxig�nio, precisa ter outros cilindros abastecidos como reserva e de outros que, quando desabastecidos, saem do ambiente hospitalar e v�o a uma distribuidora para serem recarregados.

“Em Igarap� sempre trabalhamos com 30 cilindros extras. Quando acabava, a gente pedia para a empresa e sempre foram mandando mais. S� que agora as empresas tamb�m est�o com dificuldade e acabaram faltando cilindros da reserva”, explicou Leonardo.

Ele disse que tenta contrato com outras empresas, al�m da Ag�s Gases, que fornece o insumo ao munic�pio. “Pedimos cerca de 25 cilindros, assim hoje ter�amos em torno de 50 livres, para ajudar no revezamento. N�o temos que pensar somente nos 22 internados, do jeito que a pandemia est� esse n�mero pode aumentar a qualquer momento”, alertou.

Distribuidora de oxig�nio relata alta na demanda

A Ag�s Gases, distribuidora com sede em Ita�na, no Centro-Oeste de Minas, afirmou que a demanda subiu exponencialmente no �ltimo m�s. “Aumentou e muito. Estamos muito preocupados. Estamos fazendo campanha pra ver se a gente consegue esses cilindros”, disse Eug�nio Pereira da Silva, propriet�rio da empresa.

Nesta manh�, ele se reuniu com o prefeito de Igarap�, Arnaldo Chaves (PP), para discutir as medidas com o desabastecimento.

Eug�nio conta que a empresa atende diversas cidades em Minas, mas que Igarap� encontra-se em estado cr�tico, ao lado de outros munic�pios que tamb�m cresceram com os pedidos de cilindros: S�o Joaquim de Bicas, Ita�na e Par� de Minas. Desde 2001, quando ele fundou a distribuidora, ele nunca presenciou situa��o semelhante.

“Nunca vi uma demanda t�o grande quanto agora. Primeira vez, espero que seja a �ltima. � muito complicado ver que a pessoa precisa de oxig�nio e n�o tem”, lamenta o empres�rio. “Gra�as a Deus a gente consegue atender os contratos. Agora estamos buscando os cilindros emprestados. Corre o risco, se agravar do jeito que est� hoje, o risco � grande da gente n�o conseguir atender”, alerta.



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