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Estado de Minas Pandemia

BH tem recorde de mortes e casos de COVID-19 explodem em Minas

N�mero de �bitos na capital � o maior desde o in�cio da pandemia e ocupa��o de UTIs est� uma semana acima de 100%. Grandes cidades tem quadro cr�tico


27/03/2021 04:00 - atualizado 27/03/2021 09:37

Cemitério da Saudade, em Belo Horizonte, (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Cemit�rio da Saudade, em Belo Horizonte, (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)
Mesmo com a ado��o da onda roxa do programa Minas Consciente pela maioria dos prefeitos, o cen�rio da pandemia do coronav�rus em Minas Gerais n�o d� tr�gua com explos�o de casos no estado e recorde de mortes na capital.

Belo Horizonte registrou ontem seu maior salto de mortes por COVID-19 entre a divulga��o dos boletins da PBH. Mais 59 �bitos foram inclu�dos no balan�o. Portanto, com eles, a cidade chega a 3.145 vidas perdidas para a pandemia. O recorde anterior era de 53. Ele foi registrado em duas oportunidades no ano passado: em 4 e 11 de agosto. O n�mero de casos alcan�ou 138.127. S�o 1.198 diagn�sticos a mais que no levantamento de quinta-feira.


 
De janeiro at� mar�o, a capital acumulou mais de 74.740 casos at� ontem, n�mero 20% superior aos 62.224 contaminados registrados em todo o ano passado em Belo Horizonte. Em mortes, apenas neste ano j� s�o 1.268, com a capital registrando em tr�s meses o equivalente a 67,7% de todos os �bitos registrados nos 12 meses de 2020. O salto de mortes ontem acompanha o colapso no sistema de sa�de da cidade, principalmente na rede particular.
 
Os hospitais privados computam as ocupa��es dos leitos de enfermaria e de UTI acima dos 100%: respectivamente, 108,2% e 120%. Belo Horizonte completou, ontem, uma semana com suas UTIs para pacientes com COVID-19 em colapso. A ocupa��o geral (redes p�blica e privada) dos leitos do tipo chegou a 107,5% neste boletim, a maior em mais de um ano de pandemia, com eleva��o de 1,8 ponto percentual em rela��o ao balan�o de quinta- feira.
 
Conforme o levantamento, BH tem 924 leitos de UTI e h� 993 pessoas com necessidade de interna��o. O deficit � de 69 vagas. A taxa de ocupa��o das enfermarias para COVID-19 tamb�m apresentou crescimento ontem: de 86,8% para 88,5% na soma entre o SUS e a rede suplementar. Outro indicador fundamental, a taxa de transmiss�o do coronav�rus caiu na cidade: de 1,16 para 1,14. O par�metro permanece na zona intermedi�ria da escala de risco, entre 1 e 1,2.
 
Em todo estado, o quadro � preocupante pela expans�o da doen�a e pela forte press�o ao sistema de sa�de. Entre as 10 maiores cidades de Minas, que servem de apoio para os munic�pios menores, a capital Belo Horizonte foi exatamente a que mais teve explos�o de casos nos tr�s primeiros meses de 2021. Por sua vez, Uberl�ndia, no Tri�ngulo Mineiro, ganhou repercuss�o em todo o pa�s por ser a campe� de mortes por COVID-19.
 
Neste ano, � a segunda vez que o prefeito Alexandre Kalil (PSD) determina o fechamento das atividades n�o-essenciais em virtude da expans�o da doen�a.

O m�dico infectologista e presidente da Sociedade Mineira de Infectologia, Estev�o Urbano, integrante do comit� de enfrentamento � COVID-19 na capital, considera que muitos aspectos levaram BH a ampliar o n�mero de infectados: “O que justifica esse aumento � um somat�rio de fatores.

Um deles � o esgotamento que tomou conta das pessoas. Elas come�aram a aderir menos ao isolamento. Al�m disso, as novas cepas, principalmente a de Manaus, que circula livremente na capital, s�o mais transmiss�veis”, observa o infectologista.
 
Outro ponto que justifica a explos�o de casos, segundo Estev�o Urbano, � que “temos ainda em uma parcela expressiva da popula��o uma conduta negacionista, que se contamina e leva adianta esse v�rus. O ac�mulo de feriados e viagens de fim de ano, f�rias e carnaval. Quando somamos esses fatores, a resposta chega facilmente, embora a gente n�o consiga apontar qual deles � o mais importante”.
 
Segundo ele, a capital acaba sendo prejudicada pela forte presen�a de pessoas vindas do interior, o que acelera a contamina��o: “Belo Horizonte tenta se proteger dentro dessa explos�o de casos dentro do que � poss�vel.

Foi a �nica capital que fez um fechamento preventivo de tr�s semanas em janeiro. Mesmo assim, quando voc� tem as portas abertas, a cidade acaba sendo atingida, pelo que ocorre externamente. Seja pelas pessoas que vem de longe ou pelo que vive os munic�pios mais pr�ximos, a capital acaba se contaminando pela influ�ncia externa. Voc� faz o dever de casa e n�o tem a mesma efic�cia”.
 
Na Grande BH, Contagem e Betim tamb�m seguiram com tend�ncia alta de crescimento de casos e �bitos e ampliaram suas redes de sa�de. Enquanto a cidade administrada por Mar�lia Campos (PT) teve maior explos�o de contaminados (85% desde dezembro), o munic�pio governador por Vittorio Medioli (PSD) apresentou semelhante expans�o de casos e �bitos (89%).

Contagem inicialmente n�o adotou o toque de recolher das 20h �s 5h, principal medida da onda roxa, mas depois voltou atr�s. Betim segue sem confinamento. Ribeir�o das Neves cresceu 67% em mortes e 68% nos casos.em mortes e 68% nos casos.

Recorde de �bitos nas grandes cidades


Em Uberl�ndia, a doen�a avan�ou de forma avassaladora. A cidade pulou de 41.497 para quase 77 mil casos desde 30 de dezembro – alta de 85% –, no �ltimo balan�o completo divulgado em 2020 pela Secretaria Estadual de Sa�de (SES-MG). O munic�pio do Tri�ngulo saltou em 114% no n�mero de �bitos, passando de 735 para 1.578. Somente em mar�o, a COVID-19 tirou a vida de 556 pessoas na cidade.
 
Em 2 de mar�o, o prefeito Odelmo Le�o (PP) pela primeira vez admitiu a situa��o ca�tica no sistema de sa�de. No entanto, ele afirmou que a cidade n�o entraria na onda roxa do Minas Consciente, j� que teria protocolo pr�prio para a retomada econ�mica. O munic�pio recebe pacientes de munic�pios menores, como Araguari, Ituiutaba, Frutal e Prata, que tamb�m vivem colapso em UTIs. Ao lado da Noroeste, o Tri�ngulo foi a primeira regi�o de Minas a regredir para a onda roxa do Minas Consciente.
 
De acordo com o pesquisador e epidemiologista Igor Andrade, da Universidade Federal de Uberl�ndia (UFU), a expans�o da doen�a em Uberl�ndia ocorreu por causa das variantes da COVID-19 que vieram do Amazonas e do Reino Unido: “Enfrentamos atualmente novas muta��es, o que ajuda a explicar o aumento das mortes e de interna��es. Temos aqui v�rias medidas que tem sido r�gidas. Somente os servi�os essenciais est�o permanecendo abertos, mas � preciso que a popula��o se conscientize. � o nosso grande problema hoje. � o mais dif�cil. Tem sido feitas v�rias a��es para reduzir as aglomera��es e o n�mero de pessoas nas ruas para que esses n�meros possam diminuir”.
 
De acordo com o assessor da rede de urg�ncia e emerg�ncia do munic�pio, Cl�uber Louren�o, a nova cepa contribuiu para encher os hospitais e provocar mais mortalidade: "A nova cepa � muito mais agressiva do ponto de vista de contamina��o e de mortalidade, quanto do in�cio dos sintomas como agravamento. Passamos a ter pacientes jovens, menores de 20, 30 ou 40 anos. Jovens de 13 anos foram entubados, algo que n�o ocorria. Isso fez com que nosso sistema de sa�de ficasse lotado. Al�m disso, Uberl�ndia conta com um polo com 27 munic�pios e temos que atender a todos. Entendemos que preservar a vida � fundamental".
 
Juiz de Fora, na Zona da Mata, tamb�m dobrou o n�mero de mortes nos primeiros meses de 2021 (de 486 para 974). Em janeiro, a prefeitura anunciou a sa�da do Minas Consciente e liberou o funcionamento do com�rcio n�o-essencial. Montes Claros, no Norte do estado, teve um avan�o de 92% nas mortes. Na quinta-feira, a cidade registrou 22 �bitos, o recorde em 24 horas na pandemia. Uberaba apresentou crescimento parecido em termo de mortes e casos em 2021 (86% e 85%, respectivamente), padr�es considerados altos.
 
No Leste de Minas, uma das regi�es mais preocupantes para a Secretaria de Estado de Sa�de, Governador Valadares e Ipatinga contabilizaram aumento de infectados e vidas perdidas com os mesmos padr�es. A cidade do Vale do Rio Doce teve 48% a mais de casos e 58% de morte sem rela��o a 2020. J� o munic�pio do Vale do A�o cresceu 58% em contaminados e 51% em mortes.


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