
A falsa enfermeira presa pela Pol�cia Federal por realizar suposta vacina��o contra COVID-19 em garagem de empresa de �nibus em Belo Horizonte j� atuava com o esquema na cidade desde o in�cio de mar�o, conforme investiga��es da Pol�cia Federal.
A mulher, que foi levada para a Penitenci�ria Estev�o Pinto na noite dessa ter�a (30/3), teve a pris�o tempor�ria convertida em preventiva.
As autoridades constataram que a mulher, que na verdade era uma cuidadora de idosos, atendia tamb�m a domic�lio.
De acordo com as investiga��es, um dos bairros em que ela mais fez "atendimentos" – em casas e apartamentos – foi o Belvedere, de classe alta, no Centro-Sul da capital mineira.
"Os moradores l� est�o todos sem saber o que fazer", afirma um empres�rio que frequenta a regi�o.
Dilig�ncias feitas pela Pol�cia Federal encontraram na casa dela ampolas de soro fisiol�gico. A suspeita � que era isso que vinha sendo aplicado nas pessoas que contratavam seus servi�os.
Conforme a PF, a falsa enfermeira, com os recursos que ganhava com a aplica��o da "vacina", estava comprando carro e um s�tio.
Entenda o caso
Segundo a revista Piau�, que denunciou a ocorr�ncia de uma vacina��o irregular contra a COVID-19 na garagem de �nibus em reportagem publicada no dia 24, a falsa enfermeira cobrava R$ 600 por duas doses do que afirmava ser vacina.
V�deos aos quais o Estad�o teve acesso mostram uma mulher de jaleco branco em meio a carros em uma garagem no bairro Cai�aras, Regi�o Noroeste de Belo Horizonte.
Segundo as apura��es da PF, a suposta vacina��o no local ocorreu nos dias 22 e 23. Pelo menos 80 pessoas passaram pelo local naquelas duas noites.
A garagem � de uma empresa que pertence ao grupo Saritur, conforme informa��es de um funcion�rio repassadas � reportagem no local.
No in�cio desta semana, os empres�rios R�mulo Lessa e Robson Lessa, da Saritur, prestaram depoimento � PF e afirmaram ter comprado o que acreditavam ser imunizantes de forma irregular.
Legisla��o aprovada pelo Congresso Nacional autoriza a importa��o de vacinas, desde que sejam repassadam ao Sistema �nico de Sa�de (SUS) ao longo do per�odo em que s�o imunizados grupos priorit�rios, como idosos e agentes de sa�de.
A PF, inicialmente, trabalhava com tr�s linhas de atua��o. Desvio de vacina do SUS, contrabando do imunizante ou golpe.
Nesta segunda (5/4), o filho da falsa enfermeira prestar� depoimento � Pol�cia Federal. A suspeita da PF � que ele seja o respons�vel pelo recebimento dos pagamentos, que ocorriam, muitas vezes, via PIX, o que vai facilitar as investiga��es das autoridades.
Al�m da compra de im�vel e ve�culo, outro ind�cio de que a falsa enfermeira vinha aplicando o golpe de forma mais ampla pela cidade � que, antes de comparecer na ter�a-feira � garagem da empresa no Bairro Cai�aras, j� havia passado em outros dois locais.
A reportagem tenta desde a semana passada, sem sucesso, contato com a Saritur, via telefone fornecido por funcion�rio do pr�prio grupo.