
Um erro da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Divin�polis, Centro-Oeste de Minas Gerais, impediu o vel�rio de um homem, de 53 anos, que morreu no s�bado (1º/5). O atestado de �bito aponta como causa infarto, por�m, o corpo foi armazenado indevidamente na �rea de COVID-19.
O caso ganhou repercuss�o nesta segunda-feira (3/5) ap�s a prefeitura divulgar que ir� investigar o caso.
O caso ganhou repercuss�o nesta segunda-feira (3/5) ap�s a prefeitura divulgar que ir� investigar o caso.
O paciente estava internado em uma ala extensiva que funciona no Hospital Bento Menni.
Na primeira interna��o, ele foi submetido ao teste da COVID-19. O resultado foi negativo para a doen�a.
Edson foi levado diretamente para o setor de urg�ncia, antes de passar pela triagem. Ele recebeu o atendimento imediato, mas n�o resistiu e morreu. A fam�lia alega que foi informada sobre o �bito por volta das 3h. Entretanto, ela foi registrada � 00h40.
Daniella Mara dos Santos, irm� de Edson, conta que assim que tomaram conhecimento, todas as provid�ncias foram tomadas. Os documentos j� estavam com os respons�veis na UPA para emiss�o do atestado de �bito.
A unidade exigiu a certid�o de nascimento. Como Santos morava na zona rural, ela precisou ir at� a ro�a para buscar. O documento foi entregue �s 10h de s�bado (1º/5).
Embora ainda fosse pela manh�, Daniella s� conseguiu sair da UPA com o atestado de �bito, para providenciar o vel�rio, �s 15h. “Eles nos falaram que a m�dica estava atendendo urg�ncia, ficamos aguardando do lado de fora para liberar”, contou.
S� � tarde o atestado foi devidamente assinado.
Com a libera��o autorizada, ela procurou o Servi�o Municipal do Luto. “O agente disse que se fosse velar seria uma hora s�”, afirmou Daniella.
O prazo � para seguir os protocolos sanit�rios em raz�o das restri��es da COVID-19.
Devido ao hor�rio da libera��o do corpo, foi informado � fam�lia que o enterro seria entre 16h e 17h. Por�m, outro imprevisto surgiu: quando o motorista o Servi�o Municipal do Luto chegou � UPA, ele informou que n�o seria permitido o vel�rio, pois o corpo estava armazenado na �rea de COVID-19.
A not�cia surpreendeu a fam�lia, j� que no atestado constava a morte por infarto. S� ap�s pedirem a interven��o de um vereador, os familiares conseguiram uma resposta e foram informados sobre o erro.
Santos foi enquadrado como sintom�tico respirat�rio e por isso atendido por uma m�dica da ala de COVID-19. Como o atestado de �bito, que n�o constava nem mesmo suspeita da doen�a, foi assinado por ela, a equipe armazenou o corpo da �rea restrita aos casos.
Os familiares s� conseguiram sair da UPA �s 18h. O homem foi enterrado sem vel�rio no cemit�rio Parque da Colina.
A fam�lia avalia se ir� acionar a Justi�a. “Meu irm�o acha que dever�amos acionar a Justi�a, porque se aconteceu com a gente, pode acontecer com outras pessoas. Eles precisam andar correto com a gente. Era s� dar uma explica��o e a gente ia entender. Esperaram dar a confus�o toda”, disse Daniela.
UPA n�o fala em erro
O Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Social (IBDS) respons�vel pela gest�o da unidade n�o fala em “erro”, por�m confirma o relato da fam�lia.
Em nota, a gestora disse que o paciente foi levado por familiares at� a sala vermelha sem passar pela triagem para classifica��o de acordo com o protocolo de Manchester. O paciente era hipertenso e havia sentido dor tor�cica e dispneia de in�cio s�bito.
Ainda segundo a nota da unidade, o paciente foi submetido a atendimento m�dico imediato. Ele foi classificado como “laranja” pela equipe de enfermagem e enquadrado como paciente sintom�tico respirat�rio e, por isso, encaminhado para a �rea considerada de COVID-19.
“Submetido a todos os procedimentos poss�veis e necess�rios, infelizmente evoluindo para �bito � 00h40 e comunicado imediatamente o irm�o”, explicou.
Como a morte ocorreu na �rea respirat�ria, inicialmente o corpo foi preparado conforme o plano de conting�ncia do Minist�rio da Sa�de. “E encaminhado para guardar tempor�ria do cad�ver como tal”, completou a UPA.
Com a chegada dos documentos, �s 10h foi preenchida a declara��o de �bito.
A m�dica plantonista que participou do atendimento classificou a morte como infarto agudo do mioc�rdio e endema agudo do pulm�o, descartando a suspeita de novo coronav�rus.
Prefeitura vai investigar
A Prefeitura de Divin�polis disse que o caso ser� apurado. O prefeito Gleidson Azevedo (PSC) esteve pessoalmente, nesta segunda-feira (3/5), na UPA para buscar informa��es.
“Foi intensamente cobrado esclarecimentos da atual gest�o administrativa da UPA”, informou em nota a prefeitura.
O �rg�o ainda disse que ser� realizada investiga��o para que todas as falhas sejam identificadas e solucionadas, “a fim de que erros como esse n�o aconte�am novamente”.
CPI ser� instaurada
O vereador que acompanhou o caso, Fl�vio Marra (Patriota) ir� solicitar, nesta ter�a-feira (4/5) a instaura��o de uma Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPI).
“Com quantas pessoas eles j� fizeram isso? E se a gente n�o colocar freio eles v�o continuar fazendo. N�o � nada contra a empresa que terceiriza a UPA, funcion�rio, � contra o sistema, contra essas coisas que est�o acontecendo e que n�o podemos compactuar (…) Que os verdadeiros culpados possam aparecer”, declarou.