'Quem dera fosse fake', diz dona da casa invadida por aranha gigante em BH

A foto da robusta aranha armadeira que abre este texto, encontrada em um apartamento do 8° andar do Bairro Buritis, Regi�o Oeste de Belo Horizonte, agu�ou a desconfian�a dos mais c�ticos nas redes sociais. H� quem garanta que o clique � uma montagem.

O caso ganhou repercuss�o depois que a imagem foi postada em um grupo do Facebook. Outros moradores do Buritis relatam ter recebido "visitas" de aracn�deos semelhantes. 

"Quem dera fosse fake!", brinca Renata Barros, dona da casa invadida pelo animal. O espelho onde a aranha repousa � do banheiro do im�vel dela. A gerente comercial conta que mandou a foto para vizinhos na quarta-feira (5/5), pouco depois de "enfrentar" o bicho, como forma de alerta.

"Uma das pessoas para quem mandei foi a Fl�via Prado, vizinha do 9° andar que fez o post que repercutiu no grupo do Facebook", relata.

Renata mora com o marido, o rela��es p�blicas Eduardo Barros, e duas filhas de 1 e 5 anos. O traum�tico encontro com a armadeira est� registrado em ao menos mais 3 fotografias, incluindo o momento em que o animal foi morto. "Foi tenso!", comenta a jovem.

A moradora diz que se deparou com a aranha no banheiro de casa por volta de 13h. "Tomei um baita susto! Quando vi aquela criatura enorme, do tamanho de uma m�o aberta, gritei meu marido. Ele achou que eu estava exagerando, at� que viu a cena!", 

Sem saber como agir e com medo de que o bicho viesse a atacar as crian�as, o casal chegou a acionar autoridades, empresas e especialistas.

Primeiro, conta Renata, o Corpo de Bombeiros, que ajudou a identificar a esp�cie do aracn�deo, mas informou que n�o poderia captur�-lo. Depois, uma empresa de dedetiza��o, que tamb�m n�o se disp�s � tarefa.

"Sobrou para n�s mesmo. Ligamos ent�o para um amigo bi�logo e para o meu irm�o, que � policial. Eles nos instru�ram manter dist�ncia e nos deram algumas ideias, como vestir roupas compridas e botas antes da captura para evitar picadas, al�m de usar bastante inseticida", diz Renata.

A empreitada foi bem-sucedida. Derrotada, a aranha foi presa dentro de um pote e, posteriormente, descartada. 

"Depois desse epis�dio, ficamos meio paran�icos. Demos uma geral na casa e, agora, sacudimos roupas, sapatos, len�ois e cobertores antes de nos deitarmos. Tamb�m acionamos o s�ndico do nosso pr�dio solicitando dedetiza��o. O procedimento est� marcado para semana que vem", conta Renata.

Caracterizadas pelo grande porte – at� 20 cent�metros de envergadura – e pelas patas dianteiras agrupadas em duplas, que se armam diante de situa��es interpretadas como amea�as, as aranhas do g�nero Phoneutria s�o popularmente conhecidas como armadeiras, aranhas-macaco ou aranhas-de-bananeira. 

Segundo o aracn�logo do Instituto de Ci�ncias Biol�gicas da UFMG, Adalberto Santos, o animal � relativamente comum em ambiente urbano, gosta de entulhos e costuma sair de sua toca para ca�ar. Os machos tamb�m circulam � procura de f�meas na �poca do acasalamento. 

O estudioso explica que a armadeira tem veneno neurot�xico. A picada, portanto, causa muita dor. Sintomas como v�mito e taquicardia tamb�m s�o comuns. Caso seja ferida pelo aracn�deo, a pessoa deve procurar atendimento m�dico. Em Belo Horizonte, o Hospital Jo�o XXIII � o servi�o mais indicado. 

“De qualquer forma, n�o h� motivo para p�nico. O escorpi�o amarelo, por exemplo, � bem mais perigoso. N�o � pra brincar com esses bichos, claro, mas eles tamb�m n�o s�o monstros”, tranquiliza o professor da UFMG.