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Estado de Minas BICHOS AO REDOR

Animais pe�onhentos e silvestres invadem �reas urbanas em MG

Al�m do desequil�brio ambiental causado por adensamento urbano e desmatamento, �poca seca reduz alimentos e empurra animais � �rea urbana


15/05/2021 04:00 - atualizado 15/05/2021 08:20

Tamanduá-bandeira foi capturada em Lagoa Santa e devolvida à natureza
Tamandu�-bandeira foi capturada em Lagoa Santa e devolvida � natureza (foto: FOTOS: Leandro Couri/EM/D.A PRESS)

Tamandu�-bandeira em Lagoa Santa. Aranhas gigantes em Belo Horizonte. Porco-espinho em Santa Luzia. On�a em Lavras. O aumento de ocorr�ncias de animais silvestres e de at� mesmo de pe�onhentos encontrados nos �ltimos dias em resid�ncias na capital mineira, na regi�o metropolitana e no interior do estado pode ser um sinal de adensamento urbano, mas especialistas apontam que, mesmo sendo um dos ind�cios de desequil�brio ambiental, os fen�menos estariam potencialmente ligados tamb�m ao per�odo seco. Nessa �poca, o alimento para todas as esp�cies fica mais escasso.

No in�cio de maio, o caso das aranhas 'gigantes' no Buritis, divulgado inicialmente em uma rede social, assustou moradores do Buritis, bairro da Regi�o Oeste de BH e virou at� motivo de memes da internet.

“Eu iria embora e deixava elas ficarem com a casa. Passava at� a escritura para o nome delas." “Elas”, no caso, s�o as aranhas. O coment�rio � uma rea��o ao aparecimento de aracn�deos robustos at� em apartamentos, como registrado no Facebook. Moradores da localidade relatam que seus pr�dios t�m sido invadidos pelos bichos “do tamanho da m�o aberta de um adulto".

At� mesmo para o mercado imobili�rio o caso teve repercuss�o, como conta Gabriela Lara,36, empres�ria e corretora da Solimob Netim�veis. "Nos �ltimos dias, alguns clientes interessados em im�veis no bairro perguntaram se existem aranhas gigantes no local, o que seria at� engra�ado, se n�o prejudicasse os neg�cios", diz. Na vis�o dela, o fen�meno n�o poderia ser atribu�do ao crescimento de empreendimentos imobili�rios. "O Buritis j� freou o crescimento de novas constru��es. E n�o podemos desconsiderar que o bairro possui a segunda maior reserva ambiental da cidade, que � o Parque Aggeo Pinho Sobrinho", ilustra.

Em nota, a Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Sa�de, informou que a Ger�ncia de Zoonoses Oeste atendeu um pedido de vistoria no Buritis no dia 6 de maio, em fun��o do aparecimento de uma aranha, mas o animal j� n�o estava no local. "A equipe repassou as orienta��es e cuidados para evitar o acesso de aranhas e outros animais pe�onhentos no im�vel, al�m de orienta��es caso ocorra algum acidente". De acordo com registros, n�o h� notifica��es recentes na Ger�ncia de Zoonoses de ocorr�ncias com animais pe�onhentos nem outras solicita��es ou relatos de aparecimentos de aranhas na regi�o.

Buritis, com invasão de aranhas 'gigantes', vê proliferação também em lotes vagos
Buritis, com invas�o de aranhas 'gigantes', v� prolifera��o tamb�m em lotes vagos


LOTE 'REVIGORADO'


Ainda no Buritis, por precau��o, moradores da Rua Maria Heilbuth Surette limparam uma �rea onde h� uma obra inacabada de uma construtora que faliu h� anos e abandonou o local com montes de entulho e mato alto, o que poderia propiciar o aparecimento de bichos pe�onhentos e ainda a prolifera��o de focos de dengue.

Para Vicente Penido, empres�rio, morador e um dos incentivadores da a��o, a comunidade local s� tem a ganhar, uma vez que o espa�o estaria abandonado pelo propriet�rio. "Inicialmente, n�s limpamos e fizemos uma quadra de peteca no terreno, mas como o interesse foi grande, abrimos uma outra quadra. Mesmo n�o sendo todos que apoiam, a maioria gosta e ajuda e d� movimento a um local que, do contr�rio, estaria acumulando entulhos e outros perigos. Agora, estamos limpando e cuidando do perif�rico. Vamos manter tudo limpo por aqui", garante.


Como proceder


» Vistorias relacionadas ao aparecimento de animais pe�onhentos (aranhas, escorpi�es, lagartas) podem ser solicitadas por meio do Portal de Servi�os (www.prefeitura.pbh.gov.br) ou pelo aplicativo APP PBH
» Sendo poss�vel a captura e/ou recolhimento do exemplar (vivo ou morto), cuide-se para evitar acidentes. Coloque em um recipiente com tampa e acione as equipes de zoonoses para o recolhimento
» Em caso de acidente, procure imediatamente assist�ncia m�dica no Centro de Toxicologia do Hospital Jo�o XXIII (Av. Prof. Alfredo Balena, 400)
» Em BH, procure o Waita Instituto de Pesquisa e Conserva��o (waita.org), pioneiro neste tipo de trabalho
» Fora de BH, acione o Corpo de Bombeiros e/ou Pol�cia Ambiental

Moradores 'acolheram' e ajudaram a salvar


S� nos �ltimos dias, Santa Luzia, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, viu surgirem animais como tamandu�-bandeira, gamb� e porco espinho em diferentes pontos. Na casa da fam�lia de Claudomiro Rodrigues Costa, 60, mestre de obras, e que mora perto de uma reserva no Bairro Maria Ad�lia, sempre conviveu com estas apari��es de bichos, como micos, saracuras, lagartos, cobras, mas, recentemente, uma gamb� procriou no quintal dele. "Como a gente cria galinha e frutas, ela resolveu ficar por ali para assegurar a alimenta��o de toda ninhada". Em v�deo feito por ele, com naturalidade, brinca com a situa��o inusitada e diz que vai fazer "vender os bichos", mas frisa: "Sempre aparece, mas foi a primeira vez que ela fez uma ninhada e � porque t� com fome", acredita.

Tamb�m em Santa Luzia, no Bairro S�o Benedito, um porco espinho foi encontrado na casa de Josenberg Ferreira Amaral, t�cnico em farm�cia. "Capturamos ele dentro de uma caixa e o soltamos numa mata l� perto, com muito cuidado para n�o ativar a defesa dele, que � soltar os espinhos", conta.

De acordo com �rika Procopio, veterin�ria do Instituto Estadual de Florestas e respons�vel pelo Centro de Triagem de Animais Silvestres do Ibama (CETAS) em Belo Horizonte, este fen�meno n�o � incomum e est� ligado a dois fatores: a perda de habitat, como no caso de desmatamentos, mas tamb�m "associa-se � �poca seca, que tem menos alimentos. Da�, durante essa procura, muitas vezes, o animal encontra a cidade e, ao tentar sair, acaba entrando cada vez mais e pode acabar numa resid�ncia", descreve a veterin�ria que, nesta semana atendeu � chegada de um tamandu�-bandeira resgatado pelo Corpo de Bombeiros no quintal de uma casa em Lagoa Santa, na regi�o metropolitana.

CUIDADOS


Na quarta-feira, Erika e sua equipe receberam e cuidaram de uma tamandu�-bandeira de 35Kg e quase 2 metros de comprimento. O bicho surpreendeu moradores ao aparecer no quintal de uma casa no Bairro Palmital, em Lagoa Santa. Os bombeiros foram acionados e o animal, que chegou a receber atendimento veterin�rio no local, foi encaminhado para BH, cuidada e solta. A esp�cie est� amea�ada de extin��o no Brasil.

“� mais comum na Regi�o Centro-Oeste. Pra gente foi uma surpresa. Era, claramente, um animal do mato, n�o de cativeiro, at� mesmo pelas caracter�sticas das patas bem robustas”, acrescenta. A especialista, por�m, recomenda �s pessoas que tentem evitar aproxima��o, pois o tamandu� n�o ataca, mas se defende.

Na zona rural de Lavras, no Sul de Minas, uma on�a su�uarana foi resgatada ap�s ser capturada por um morador. O animal, que est� iniciando a fase de ca�a a alimento, se aproximou de um galinheiro. O dono da propriedade montou uma armadilha. O felino foi internado no Hospital da Universidade de Lavras (UFLA) e deve ser solto nos pr�ximos dias.


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