
Tanto a CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantan, quanto a AstraZeneca, fabricada no Brasil pela Funda��o Oswaldo Cruz (Fiocruz), sofreram pausas na produ��o devido � falta de insumos importados da China. Em Minas Gerais, o panorama do atraso na aplica��o da segunda dose ficou na m�dia nacional, mas requer aten��o, uma vez que praticamente todo o estado registra pacientes que aguardam para completar o esquema vacinal.
Dos 2.115.727 de pessoas que receberam a primeira dose de CoronaVac, 364.311, quer dizer, 17,2%, n�o receberam a segunda unidade no prazo recomendado. Tamb�m em Minas, 209.596 pessoas tomaram a inje��o inicial da AstraZeneca, mas 93.921 ainda n�o tiveram a imuniza��o conclu�da, representando aproximadamente 44,8% do total.
Em Belo Horizonte, das 366.718 pessoas que receberam a primeira dose da CoronaVac, 69.414 n�o receberam a segunda dose no tempo recomendado, segundo o levantamento da USP e Ufal. Isso representa 18% das pessoas com imuniza��o incompleta. Em rela��o � AstraZeneca, o percentual � de 37%, uma vez que 15.191 pessoas n�o receberam a segunda dose, das 41.001 que tiveram a primeira dose aplicada.
Os dados foram extra�dos na quarta-feira de estat�stica acompanhada pelo Minist�rio da Sa�de e consideram o tempo h�bil indicado pelas bulas das subst�ncias. Elas apontam que o tempo ideal para a aplica��o da segunda dose da CoronaVac � em at� 28 dias, enquanto que a AstraZeneca pode ser aplicada em at� tr�s meses – ou 12 semanas. No entanto, para especialistas da �rea da sa�de, a imuniza��o pode ser completada com atraso.
“A CoronaVac � uma vacina que precisa, realmente, de uma segunda dose na �poca certa. At� 15 dias depois da data estipulada para a segunda dose, a gente n�o v� problema. O problema pode ser pela quest�o do abandono, do esquecimento”, alerta o infectologista e membro do Comit� de Enfrentamento � COVID-19 em BH, Una� Tupinamb�s, sobre o risco do “abandono vacinal”.
“J� para as vacinas da Pfizer e da AstraZeneca, esse intervalo colocado de 12 semanas � adequado. Parece que da AstraZeneca at� melhora a quest�o dos anticorpos, uma segunda dose mais espa�ada, assim como da Pfizer”, completa o especialista.
Helena Bueno, de 65 anos, recebeu a segunda dose da CoronaVac na capital mineira com atraso. A primeira aplica��o foi feita em 7 de abril, ou seja, a unidade de refor�o deveria ter sido conclu�da em 5 de maio, o que ocorreu apenas na semana passada. No entanto, a aposentada ainda n�o est� tranquila, uma vez que os filhos ainda n�o foram imunizados.
“J� era para meus filhos estarem vacinados e n�o est�o, porque n�o houve compra de vacinas. At� o fim do ano, n�o acredito que sejam vacinados. Eles t�m de 32 a 36 anos. S�o tr�s filhos. S� vou ficar tranquila quando eles se vacinarem”, afirma.
Quem tamb�m teve a segunda dose aplicada com atraso foi Raquel Maria Santana Castro, de 65. Al�m de pertencer ao grupo de risco por ter mais de 60 anos, Raquel enfrentou um c�ncer no passado. Na v�spera de tomar a segunda dose, na semana passada, ela teve algumas d�vidas por apresentar otite e por ter passado por uma cirurgia de catarata, mas foi vacinada, depois de tomar a primeira dose em abril. “Fiquei mais tranquila, mas estou mantendo meus cuidados, pois sei que pode acontecer, ainda, uma contamina��o. Ainda mais que temos cepas surgindo”, relata Raquel.
Pa�s afora
Em Minas, 47 munic�pios est�o com 90% ou mais das pessoas que tomaram a primeira dose da AstraZeneca com a segunda aplica��o atrasada, segundo o levantamento da USP e Ufal. Nenhum munic�pio tem 100% de atraso em rela��o � CoronaVac, mas 44 localidades apresentam uma taxa alta de atraso, acima de 50%.
O estudo indicou, ainda, que 22 munic�pios est�o apenas com um paciente aguardando para tomar a segunda dose da AstraZeneca com atraso. Outras 13 localidades n�o registram demora na segunda aplica��o pela vacina produzida pela Fiocruz, enquanto duas cidades n�o t�m atraso de CoronaVac. Apenas um local n�o registra atraso de nenhuma vacina.
O Rio de Janeiro, que tem popula��o estimada de 17.366.189 pessoas, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), apresenta atraso de 26% em rela��o aos pacientes que aguardam para tomar a segunda dose da CoronaVac e 55% da AstraZeneca.
S�o Paulo, com 46.289.333 moradores, tem percentuais de atraso de 22% para completar a imuniza��o da CoronaVac com a segunda dose e 62% da AstraZeneca. J� o Esp�rito Santo, com popula��o estimada de 4.064.052 pessoas, tem 27% das pessoas aguardando com atraso para completar o esquema vacinal da CoronaVac e 40% da AstraZeneca.