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Estado de Minas OBRA DE ARTE

Crucifixo volta 27 anos ap�s ser furtado em Minas

Pe�a do s�culo 18 ser� devolvida neste domingo � par�quia de Itatiaia, distrito de Ouro Branco. Ela foi recuperada com colecionador paulista


13/06/2021 04:00 - atualizado 13/06/2021 07:53

Wilton Fernandes Guimarães, presidente da Associação Sociocultural Os Bem-te-vis, com o catálogo dos bens furtados:
Wilton Fernandes Guimar�es, presidente da Associa��o Sociocultural Os Bem-te-vis, com o cat�logo dos bens furtados: "Ser� um momento marcante" (foto: BETO NOVAES/EM/D.A PRESS 13/8/2018 )

 

Com as b�n��os de Santo Ant�nio e grande alegria para uma comunidade do interior mineiro, chegar� ao fim, hoje, a longa trajet�ria de uma pe�a importante do patrim�nio sacro do distrito de Itatiaia, em Ouro Branco, na Regi�o Central do estado.

Depois de quase 27 anos a partir do furto, retornar� ao altar da Matriz Santo Ant�nio, dedicada ao padroeiro local, o objeto de f� sob guarda do Museu Arquidiocesano de Arte Sacra de Mariana nos �ltimos seis anos. O templo pertence � Par�quia Sagrada Fam�lia, que � vinculada � Arquidiocese de Mariana.

 

Para receber a rel�quia, o c�nego Tarc�sio Sebasti�o Moreira, titular da par�quia, vai celebrar missa hoje, �s 16h, na Matriz Santo Ant�nio. Devido � pandemia, ser� necess�rio agendamento dos fi�is para a celebra��o na igreja tricenten�ria. "Todos est�o muito felizes. Afinal, trata-se de um elemento da religiosidade popular", disse o c�nego Moreira, que recebeu do diretor do Museu Arquidiocesano, c�nego N�dson Pereira, o sinal verde para reintegra��o do crucifixo ao acervo da matriz. A localiza��o da pe�a, certamente o altar-mor, ser� decidida com a comunidade, adianta o p�roco.

 

Entusiasmado est� o presidente da Associa��o Sociocultural Os Bem-te-vis, de Itatiaia, Wilton Fernandes Guimar�es. "Estamos na maior expectativa, pois ser� um momento marcante na nossa hist�ria e tamb�m na campanha que levamos adiante para recuperar as pe�as furtadas da igreja em 1994. Ent�o, a comemora��o ser� tripla: dia do padroeiro, retorno do crucifixo e relan�amento da campanha, com divulga��o de fotos e dados referentes a cada objeto", diz Wilton, destacando que a Pol�cia Militar j� ofereceu apoio para a cerim�nia. Atuante no distrito, Bem-te-vis foi a entidade proponente no processo de restaura��o da igreja, que disp�e de sistema de alarme, c�meras e outros equipamentos de seguran�a.

 

Símbolo religioso foi retirado da igreja de Itatiaia: rastreamento levou a colecionador paulista, que o devolveu (foto: MPMG/DIVULGAÇÃO 5/8/2015)
S�mbolo religioso foi retirado da igreja de Itatiaia: rastreamento levou a colecionador paulista, que o devolveu (foto: MPMG/DIVULGA��O 5/8/2015)

 

DEVOLU��O

Para entender bem a import�ncia da volta do crucifixo, vale saber que o objeto do fim do s�culo 18, em madeira maci�a, medindo 102 cent�metros de altura por 46,7cm de largura, foi levado da igreja de Itatiaia em 17 de novembro de 1994, junto a mais 20 pe�as, incluindo imagens. O conjunto, do qual foram recuperados apenas o crucifixo e as esculturas de S�o Domingos Gusm�o e S�o Jo�o Batista Menino, cumpriu uma via crucis que come�ou em Ouro Branco, passou por Sete Lagoas e Belo Horizonte, at� ser vendido em S�o Paulo (SP), onde foi adquirido por um colecionador da chamada alta sociedade paulistana – o nome nunca foi divulgado.

 

Ao fazer a entrega do crucifixo � Arquidiocese de Mariana, em 5 agosto de 2015, o ent�o titular da Coordenadoria das Promotorias de Justi�a de Defesa do Patrim�nio Cultural e Tur�stico (CPPC/MPMG), Marcos Paulo de Souza Miranda, ressaltou que se tratava de uma “quest�o de seguran�a”. Naquele ano, a situa��o da matriz, tombada em 1980 pelo Instituto do Patrim�nio Hist�rico e Art�stico Nacional (Iphan), era bem diferente e oferecia riscos, da� a ida para o museu em Mariana.

PARA DENUNCIAR

Pistas sobre pe�as desaparecidas

 

Minist�rio P�blico de Minas Gerais

E-mail: [email protected] e telefone (31) 3250-4620. Correspond�ncia para Rua Timbiras, 2.941, Bairro Barro Preto, Belo Horizonte, CEP 30140-062. Tamb�m dispon�vel o blog patrimoniocultural.blog.br.mpmg

 

Iphan

Para obter ou dar informa��es, basta acessar o site www.iphan.gov.br e verificar o banco de dados de pe�as desaparecidas. Den�ncias an�nimas podem ser feitas pelos telefones (61) 2024-6342, 2024-6355 e 2024-6370, do Departamento de Patrim�nio Material e Fiscaliza��o (Depam) e pelo e-mail [email protected]

 

Iepha/MG

Pelo site www.iepha.mg.gov.br ou pelos telefones (31) 3235-2812 e 3235-2813 

 

Base serrada para dificultar a identifica��o

 

No ano anterior � devolu��o, o bem cultural e religioso foi trazido a Belo Horizonte, onde passou por per�cia minuciosa at� ser constatada a proced�ncia. Em duas d�cadas, houve adultera��o, sendo parte da base serrada para dificultar o reconhecimento e identifica��o. Cadastrado, com fotos e especifica��es t�cnicas, no banco de dados do acervo procurado pelo MPMG, o objeto foi encontrado gra�as a uma den�ncia feita de forma an�nima, o que levou a equipe da CPPC/MPMG a intensificar a investiga��o e notificar o colecionador, que fez a devolu��o sem resist�ncia.

 

Na conversa com os promotores, o colecionador disse, na �poca, que o crucifixo fora adquirido em 2008, no Sal�o Hebraica, na capital paulista, feira famosa pela venda de obras de arte e objetos sacros. O vendedor seria um antiqu�rio de Belo Horizonte, tamb�m de nome n�o divulgado.

 

Conforme levantamento mais recente da CPPC/MPMG, sob a coordena��o do promotor de Justi�a Marcelo Maffra, Minas procura 787 bens sacros desaparecidos, a exemplo de imagens de santos, casti�ais, sinos, partes de altares e outras. Na lista h� objetos desaparecidos desde 1807. No per�odo da grande campanha, que completar� 18 anos em julho, conduzida no estado para resgate de bens desaparecidos de igrejas, capelas, museus e pr�dios p�blicos, foram recuperados 463 bens, fruto de apreens�es do MPMG, pol�cias Federal, Militar e Civil ou entregues espontaneamente. E foi restitu�da ao local de origem a maior parte delas. Aguardam decis�o judicial 88 – entre essas h� pe�as atribu�das a Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1738-1814), o “mestre do Barroco”. 


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