
Representantes do Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinep/MG) e da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) se reuniram nessa ter�a (3/8) para discutir a proposta dos estabelecimentos de ensino para flexibilizar os protocolos de seguran�a contra a COVID-19 durante as aulas presenciais.
O objetivo � diminuir o distanciamento entre os estudantes de dois metros para um metro e meio, e assim atender melhor ao ensino m�dio, n�vel no qual a maioria das escolas concentra n�mero maior de alunos. Desde segunda-feira, com o fim do recesso de julho, alunos do ensino m�dio puderam abandonar o expediente remoto.
A volta n�o � obrigat�ria. Segundo o Sinep, a maioria dos pais e dos estudantes s�o favor�veis �s aulas presenciais, entre 75% e 85% do total.
“A nossa preocupa��o � atender as fam�lias. Essa organiza��o falha na quest�o do aproveitamento do aluno, principalmente quando as turmas s�o muito grandes e exigem muitos grupos (de divis�o para manter o distanciamento). S� no ensino m�dio, em Belo Horizonte, n�s temos 18 mil alunos”, afirma Zuleica Reis �vila, presidente do sindicato das escolas.
Em todo o estado, est� autorizada a retomada das atividades presenciais de 1.384 escolas em 226 munic�pios, com cerca de 326 mil estudantes matriculados, e m�dia de ades�o de 50%.
Cerca de 326 mil alunos mineiros manifestaram o interesse em voltar �s salas de aula, e come�aram a ser recebidos nas escolas estaduais, enquanto o total de matr�culas em todo estado das etapas que j� voltaram � de aproximadamente 650 mil matr�culas. O ensino remoto continua a ser oferecido.
De acordo com Zuleica �vila, a regra do distanciamento fez com que muitas escolas adiassem o retorno das aulas presenciais para segunda-feira (10/8).
O sindicato se comprometeu a enviar um of�cio � Prefeitura de BH relatando o debate no encontro dessa ter�a.
Procurada, a Prefeitura de BH, por meio da Secretaria Municipal de Educa��o, informou que n�o tem conhecimento da reuni�o.
Professores rebatem
Procurado, o Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais (Sinpro/MG) informou que n�o participou das discuss�es, apesar de representar os docentes das escolas particulares.
“A prefeitura n�o dialoga com os trabalhadores. O retorno precisa se dar de forma segura. E a forma segura � com a imuniza��o da comunidade escolar com as duas doses e com a participa��o dos trabalhadores na elabora��o dos protocolos”, afirma Val�ria Morato, presidente do Sinpro.
O Sinpro ainda n�o pesquisou o n�mero de escolas e estudantes do ensino m�dio das escolas particulares do estado que voltaram �s salas de aula. Isso deve ocorrer at� o fim desta semana, segundo Val�ria Morato.
A orienta��o dada � categoria � para repassar ao Sinpro “todas as irregularidades e necessidades” durante as aulas.
Depois disso, a entidade pretende acionar o Minist�rio P�blico do Trabalho (MPT), a vigil�ncia sanit�ria e as escolas diretamente, caso necess�rio.
Reencontro
Uma das escolas que aderiu ao regime presencial para o ensino m�dio foi o Instituto Manoel Pinheiro (Iemp), situado no Bairro Guarani, Regi�o Norte de BH.
Estudantes, pais, professores e a comunidade escolar viveram um momento de reencontro, mais de um ano depois da interrup��o pela pandemia, conta a diretora Viviane Brand�o de Toledo.
“Foi uma satisfa��o muito grande pra gente receber o ensino m�dio. J� era um desejo grande da gente, uma briga, uma luta, para que a Prefeitura de Belo Horizonte entendesse e trouxesse pra gente dados cient�ficos para (permitir) a volta do modelo presencial de forma segura”, diz a diretora.
Segundo ela, os protocolos para o ensino m�dio s�o os mesmos adotados desde abril, quando a PBH autorizou a retomada do regime presencial na educa��o infantil.
O Iemp atende cerca de 800 estudantes. “Estamos agora com todo o segmento: desde o infantil at� o m�dio. Hoje (ontem), foi uma alegria contagiante dos nossos alunos mais velhos, porque eles foram os �ltimos. Foi bom demais”, afirma Viviane Brand�o.
Vacina��o
Belo Horizonte chegou � marca de 30% do seu p�blico-alvo da campanha de vacina��o contra a COVID-19 totalmente imunizado nessa ter�a.
Ao mesmo tempo, a prefeitura registra a aplica��o de 1.422.161 vacinas em primeira dose at� ontem. Portanto, 64,5% do p�blico-alvo j� recebeu ao menos a inje��o inicial.
A cidade ainda n�o tem professores com o esquema vacinal completo. At� o momento, 69.571 docentes receberam o primeiro imunizante, conforme o boletim da prefeitura.

Escolas estaduais
A subsecret�ria de Estado de desenvolvimento da educa��o b�sica, Izabella Cavalcante Martins, comemora o retorno e prev� novas turmas para a retomada do ensino presencial.
“A gente j� tinha iniciado o retorno na maior parte do estado com as turmas de 1º ao 5º ano. Hoje (ontem) a gente retoma, em Belo Horizonte, com o 3º ano do ensino m�dio e o 9º ano do fundamental. Em algumas localidades esses anos j� tinham retomado antes do recesso e n�s autorizamos, a partir de semana que vem, o retorno de estudantes do 2º ano do ensino m�dio e 8° ano do fundamental”, afirmou.
Ainda segundo a subsecret�ria, nenhuma escola no estado chegou a regredir na reabertura por causa do registro de casos do novo coronav�rus.
No entanto, para o professor Lucas Rodrigues, de 34 anos, que ministra geografia na Escola Estadual Menino Jesus de Praga, no Bairro Lagoa, Regi�o de Venda Nova, em BH, n�o era momento de retorno �s salas de aula.
“Confesso que me causa estranheza, mas acredito que com o passar do tempo essa nova proposta, novo contexto, vai ficar claro para todos n�s”, disse. Lucas est� apreensivo e ansioso porque ainda n�o recebeu a segunda dose de vacina.
Luana Paula, de 17 anos, est� no 3º ano do ensino m�dio e comemora o retorno presencial das aulas. “Hoje (ontem) est� sendo legal, estava ansiosa para poder vir. Estou aprendendo mais coisas do que estava em casa”, disse.