
As imagens que ainda n�o tinham sido publicizadas foram, inclusive, gravadas da casa de um astr�nomo amador na cidade do Alto Parana�ba. Conhecida como chuva de meteoros, a passagem de corpos celestes surpreendeu especialistas: tanto pelo dia quanto pelo volume.
Isso porque o 'surto' estava previsto para ocorrer nas noites dos dias 11 e 12 de agosto. A passagem at� aconteceu nesses dias, mas, na madrugada de s�bado (14/8), o volume foi mais de seis vezes superior.
No Canad�, foram registrados 449 meteoros em um per�odo de tr�s horas. Esta��es da Am�rica do Norte chegaram a registrar uma m�dia de 210 meteoros por hora. J� no Brasil, essa m�dia por hora foi de 145 - sendo que um dos pontos de observa��o ocorreu em Patos de Minas.
Meteoros Perseidas
Esse fen�meno registrado no �ltimo fim de semana � chamado chuva de meteoros Perseidas. “Esses meteoros parecem vir da dire��o da constela��o de Perseu. Por isso, tem esse nome: quando aparecem no c�u, � justamente no ponto da constela��o de Perseu”, explica Marcelo Zurita, diretor t�cnico da Rede Brasileira de Observa��o de Meteoros (BRAMON).
A chuva, explica o diretor, � formada quando a Terra atinge a trilha de detritos do cometa 'swift-tuttle' (jun��o dos sobrenomes dos cientista que descobriram esse tipo de cometa: Lewis Swift e Horace Parnell Tuttle). Esses detritos s�o pequenas part�culas do tamanho de um gr�o de areia capazes de gerar os meteoros.
“Os meteoros surgem quando poeira ou mesmo pequenos asteroides adentram a atmosfera. Grande parte das chuvas de meteoros s�o geradas por cometas, e os cometas s�o corpos celestes inst�veis. Rupturas e quebras acabam gerando quantidades de part�culas que s�o dif�ceis de mensurar", explica o pesquisador e astr�nomo amador da BRAMON, Lauriston Trindade.
Os primeiros registros da chuva Perseidas v�m dos chineses, por volta de 36 d.C., quando mais de 100 meteoros foram vistos no final de uma madrugada de agosto.
S�o perigosos?
Apesar do volume impressionante no c�u, pode ficar despreocupado. A chuva Perseidas � gerada por material proveniente de cometas, ou seja, essas part�culas s�o pouco densas, sendo totalmente consumidas em uma altitude de mais de 80km. Dificilmente algum material sobrevive � passagem na atmosfera e, portanto, a chance de atingir pessoas ou pr�dios � m�nima.
Os cientistas, no entanto, n�o esperavam tal chuva no fim de semana. “Isso provavelmente ocorreu porque um fragmento do cometa ou alguma interfer�ncia gravitacional gerou o filamento adicional necess�rios naquela trilha de meteoros”, afirma Marcelo Zurita.
“A BRAMON est� em opera��o desde o in�cio de 2014 e, nesse tempo de opera��o, a gente vem acompanhando 'surtos' de outras chuvas de meteoro. Mas o da Perseida foi a primeira vez. Sem d�vida nenhuma foi o melhor ano para a gente nessa quest�o de chuvas de meteoros”, vibra o diretor.

"Um 'surto' como o do �ltimo final de semana apenas mostra que n�o conhecemos todos os mecanismos que geram as chuvas de meteoros”, destaca Lauriston Trindade.
Patos de Minas
Um dos observat�rios filiados � BRAMON � o de Patos de Minas, que conseguiu registrar imagens do 'surto' da Perseida. O Observat�rio IDS, do astr�nomo amador Ivan Soares, fica no Bairro Jardim Europa, a 20 minutos do centro da cidade.
Ele possuiu sete c�meras de monitoramento de meteoros que geram dados e an�lises, que s�o capturadas no c�u da regi�o. Essas informa��es s�o enviadas diretamente a BRAMON quando captadas.
Al�m de cobrir todo a �rea de Patos, Soares afirma que as sete c�meras t�m capacidade de filmar todos os meteoros que passam por Minas e ainda pegar informa��es das �reas do Rio de Janeiro e parte do estado de S�o Paulo.
“Observar o universo eu acho que fa�o desde pequeno. L�gico que eu era crian�a e n�o tinha tanto recurso e informa��o. Mas desde essa �poca eu j� olhava para o c�u e ficava observando”, conta Soares.