Perto dos 80 anos, 'novo Acaiaca' busca apoio para uma repaginada
Com prioridade para constru��o de escada de seguran�a, gest�o do tradicional edif�cio procura patrocinadores. Depois, mira de tirolesa a elevador panor�micos
Perto de completar oito d�cadas, o
Edif�cio Acaiaca
, um presente na paisagem de Belo Horizonte, reforma o 26º andar e coleciona planos que buscam modernizar seu espa�o: tirolesa at� o Parque Municipal, elevador panor�mico, centro cultural e tur�stico, restaurante e caf�.
Mas, por enquanto, falta dinheiro. Por isso, a administra��o atual est� dedicada, antes, a refor�ar a seguran�a do arranha-c�u. Um
patroc�nio
neste momento poderia salvar o pr�dio e acelerar as obras, que fazem parte do ousado projeto de restaura��o aprovado junto ao Patrim�nio Hist�rico Municipal.
O 26º � onde ser� constru�do um caf� com vista magn�fica para a cidade. “O andar 26 estava vazando muito e, quando vem chuva, estava molhando muito o andar logo abaixo. N�s tivemos de tirar o telhado antigo, impermeabilizar o 26 para evitar que as pr�ximas chuvas que est�o chegando piorem a situa��o”, explica o presidente do conselho do condom�nio do Edif�cio Acaiaca, Antonio Rocha Miranda, autor do livro “Edif�cio Acaiaca: O colosso humano e concreto”. Ele explicou ao
Estado de Minas
que tamb�m h� projetos aprovados para o �ltimo andar da edifica��o, mas nenhuma obra come�ou ainda por falta de verba.
O pr�dio foi constru�do entre 1939 e 1945 e � tombado pelo munic�pio (no alto). E a proposta para o topo da edifica��o
“A prioridade desta administra��o � a seguran�a”, ressaltou o s�ndico. Seguran�a que n�o est� garantida, segundo o Corpo de Bombeiros e o Minist�rio P�blico. Isso porque, com o passar dos anos, as normas se tornaram mais r�gidas e o pr�dio ficou sem uma escada de emerg�ncia que atendesse aos novos crit�rios de seguridade.
"Ap�s a restaura��o das ef�gies (no ano passado), trabalhamos na execu��o do projeto de seguran�a estabelecido pelo Corpo de Bombeiros. Essa quest�o das tirolesas � algo muito para a frente. Coisa para daqui a cinco ou dez anos, n�o est� no radar desta administra��o."
Tombado pelo Conselho Deliberativo do Patrim�nio Cultural de Belo Horizonte, o pr�dio, inaugurado em 1943 e erguido durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) – da� haver no subsolo um abrigo antia�reo – tem como principal exig�ncia, 78 anos depois, que seja constru�da uma
escada externa
que funcione como escape em caso de algum sinistro.
O Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) s� ser� liberado depois que a nova estrutura estiver pronta. Mas, para levantar uma nova escada, falta verba, j� que todo o projeto de reforma e restaura��o � bancado com recursos dos cond�minos. “Vamos precisar gastar dinheiro com uma escada externa antes de qualquer coisa, porque n�s estamos trabalhando pela seguran�a”, refor�a.
Uma sa�da para o alegado problema financeiro seria o apoio institucional para a compra de a�o, o produto mais caro e necess�rio para levantar os novos degraus. Segundo a administra��o, o custo desta obra est� avaliado em R$ 2 milh�es.
“Se, naturalmente, aparecer uma empresa que queira ajudar nisso ser� muito bem-vinda. O que n�s temos feito � um esfor�o muito grande. Essa escada externa fica cara, o projeto � de R$ 2 milh�es pra l�. O a�o subiu mais de 100% agora nessa retomada, est� todo mundo fazendo obra. Se a gente tivesse ajuda de uma empresa, alguma sider�rgica, talvez, que pudesse nos fornecer esse a�o, que � a exig�ncia principal do momento”, comenta Antonio.
CAMPANHA
Depois de levantar a escada externa, o prop�sito � transformar o Acaiaca num polo tur�stico-cultural da cidade.
“O projeto que n�s temos para o �ltimo andar est� fora das nossas possibilidades no momento. Essa doa��o do a�o para n�s fazermos essa seguran�a do pr�dio � um ato que ajuda n�o somente o Acaiaca, estamos trabalhando para que ele venha a ser um ponto tur�stico, um ponto de cultura”, refor�ou o s�ndico.
“N�o temos condi��o de comprar agora, mas estamos trabalhando pra isso. Queremos garantir a seguran�a de quem trabalha e frequenta o pr�dio. Todas as nossas ideias de modernizar ficam para tr�s porque, em primeiro lugar, n�s estamos empenhando todas as nossas for�as e recursos para conseguir o AVCB. E consideramos isso um presente para a cidade de BH. Mais do que revitalizar, queremos ressignificar o Acaiaca.”
Projetos para o pr�dio*
14/1/20
Tratamento de conserva��o e restaura��o das pilastras e rostos dos �ndios
14/4/20
Interven��o nos guarda-corpos das fachadas frontais, para adequa��o �s normas do Corpo de Bombeiros
1º/8/20
Interven��o na edifica��o para constru��o de escada externa, elevador panor�mico e uso da cobertura para acesso p�blico
*Aprovados pela diretoria de Patrim�nio Cultural e Arquivo P�blico da Funda��o Municipal de Cultura
De abrigo antia�reo a pioneirismo na televis�o
No estilo art d�co, o Edif�cio Acaiaca, constru�do pelo empreendedor Redelvim Andrade, natural da regi�o de Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, teve projeto do seu genro, o arquiteto Luiz Pinto Coelho. No local, havia uma igreja metodista, erguida 38 anos antes, conta Antonio Rocha Miranda.
J� foi considerado o maior arranha-c�u de BH. Abrigou tamb�m lojas de roupas femininas, boate, escola e a primeira sede da extinta TV Itacolomi, dos Di�rios Associados, primeira emissora mineira, inaugurada em 1955.
Uma de suas particularidades � ter um abrigo antia�reo, como algumas das edifica��es da Pra�a Raul Soares, tamb�m na capital. A instala��o seguiu decreto do ent�o presidente Get�lio Vargas para constru��es com mais de cinco andares, no per�odo da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
No Acaiaca, fica debaixo do antigo cinema, hoje igreja evang�lica, servindo de refeit�rio para funcion�rios. O espa�o tem sa�da para a Rua Tamoios, onde h� �rea de carga e descarga.
Enquanto isso...
D�vidas com a PBH
Al�m de n�o ter dinheiro para novos projetos, h� d�vidas a enfrentar. De acordo com a Secretaria Municipal de Fazenda, o Condom�nio do Edif�cio Acaiaca tem d�bitos inscritos em D�vida Ativa, referentes a autua��es por descumprimento da legisla��o urban�stica do munic�pio, no valor de R$ 72.529,81.
A prefeitura ressaltou que “o propriet�rio de um im�vel tombado tem garantido o direito de uso e explora��o econ�mica da edifica��o. Da mesma maneira, compete a ele garantir a preserva��o da edifica��o e as boas condi��es de uso, submetendo � an�lise do Conselho de Patrim�nio Cultural todo e qualquer projeto de restaura��o ou modifica��o que se pretenda fazer no im�vel tombado.”