
Ap�s receber o comunicado do Minist�rio da Sa�de autorizando a vacina��o contra a COVID-19 apenas em adolescentes com comorbidades, defici�ncia permanente ou privados de liberdade, o governo de Minas consultou autoridades respons�veis pela libera��o de imunizantes para uso no Brasil e decidiu que todas as faixas et�rias – dos 12 aos 17 anos – e grupos v�o receber as doses do imunizante. Belo Horizonte seguir� a mesma linha. Mas o avan�o da vacina��o depender� do envio de doses, que � feito pelo governo federal.
O secret�rio de Estado de Sa�de de Minas Gerais, F�bio Baccheretti, ressaltou, em entrevista, que a Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa) reafirmou a seguran�a da vacina para os adolescentes. “A Anvisa afirmou que n�o existe nenhuma restri��o t�cnica da vacina para esse grupo. Diante disso, Minas est� liberando, por meio da delibera��o que j� existia, a vacina��o de todos os adolescentes, com ou sem comorbidades”, informou. “Dependemos agora � do envio de mais vacinas para iniciar a imuniza��o desse grupo”, destacou o secret�rio. Na quinta, o estado e BH haviam informado que suspenderiam a vacina��o.
NA CAPITAL
Tamb�m o secret�rio municipal de Sa�de de Belo Horizonte, Jackson Machado, informou que a capital seguir� com a vacina��o desse grupo: “A nota da Anvisa � muito clara dizendo que n�o h� contraindica��o para vacinar adolescentes sem comorbidades. Se houver disponibilidade de vacinas, eles ser�o vacinados sem d�vida alguma”, afirmou. “A nossa ideia � imunizar pessoas ainda mais jovens, porque sabemos que vacinar esse p�blico � extremamente importante para controlar a transmiss�o do coronav�rus, pois os adolescentes tamb�m circulam pela cidade.”
Belo Horizonte iniciou a vacina��o de adolescentes em 6 de setembro, oferecendo os imunizantes �queles que t�m comorbidades, defici�ncia perman�ncia, �s gr�vidas, pu�rperas e lactantes. Antes de iniciar a vacina��o, foi aberto um cadastro do grupo, que contou com 5.521 inscri��es (at� 2 de setembro). At� ontem, de acordo com o Boletim Epidemiol�gico e Assistencial da prefeitura, 5.612 doses tinham sido aplicadas em moradores desse grupo. BH j� vacinou 82,2% de sua popula��o com a primeira dose ou inje��o �nica da Janssen, e 47,8% dos adulto com duas doses. Hoje, pessoas de 54 anos que tomaram a AstraZeneca recebem a segunda dose.
NO INTERIOR
Outros munic�pios mineiros que j� haviam iniciado a vacina��o de adolescentes suspenderam a campanha seguindo as orienta��es do Minist�rio da Sa�de. � o caso, por exemplo, de Francisc�polis, no Vale do Mucuri, que n�o havia revogado a suspens�o at� ontem. Sete Lagoas, na Regi�o Central do estado, e Barbacena, no Campo das Vertentes, chegaram a suspender a vacina��o dos adolescentes sem comorbidade, mas continuam com o plano para aqueles que t�m a jun��o de duas ou mais doen�as.
Em Divin�polis, no Centro-Oeste de Minas, o cadastro para quem tem 17 anos foi aberto na quarta-feira e as primeiras doses j� haviam sido aplicadas na quinta. Cerca de mil adolescentes foram imunizados quando a prefeitura interrompeu a campanha. Ontem, a prefeitura voltou atr�s e informou que retomar� a vacina��o de adolescentes entre 12 e 17 anos na segunda-feira (20/09).
“CONTRAM�O”
Outras unidades da Federa��o anunciaram que pretendem manter a vacina��o dos adolescentes. Entre elas, S�o Paulo, que j� imunizou 72% dos adolescentes. "S�o Paulo lamenta a decis�o do Minist�rio da Sa�de (…). A vacina��o nessa faixa et�ria j� � realizada nos Estados Unidos, no Chile, no Canad�, em Israel, na Fran�a, na It�lia, entre outras na��es. A medida cria inseguran�a e causa apreens�o em milh�es de adolescentes e suas fam�lias, que esperam ver os seus filhos imunizados, al�m dos professores que convivem com eles", diz nota do governo paulista.
A nova recomenda��o � de que os jovens de 12 a 17 anos sem comorbidades que tomaram a primeira dose da vacina contra a COVID-19 n�o retornem para a segunda. Ao anunciar a orienta��o, o ministro da Sa�de, Marcelo Queiroga, alegou “quest�o de cautela”. Ainda de acordo com o minist�rio, no caso dos jovens dessa faixa com comorbidades ou defici�ncia que tomaram a dose da Pfizer, �nica autorizada para esse grupo, deve-se completar a cobertura imunol�gica com a segunda.
O QUE DIZ A ANVISA
O uso da Pfizer para imuniza��o de adolescentes no Brasil foi aprovado pela Anvisa em 11 de junho. Na quinta-feira, a ag�ncia informou que n�o h� “evid�ncias” que justifiquem a altera��o da recomenda��o para uso do imunizante no grupo. A Anvisa confirmou que investiga a morte de uma adolescente de 16 anos que foi vacinada com a Pfizer, mas que pelos “dados dispon�veis at� o momento, n�o existem evid�ncias que subsidiem ou demandem altera��es nas condi��es aprovadas para a vacina” e que “os benef�cios da vacina��o excedem significativamente os seus potenciais riscos”. Segundo a ag�ncia, os dados recebidos sobre o �bito "ainda s�o preliminares e necessitam de aprofundamento para confirmar ou descartar a rela��o causal com a vacina".
*Estagi�rias sob supervis�o do subeditor Frederico Teixeira
Casos e �bitos em decl�nio no pa�s
O n�mero de novos casos e de mortes por COVID-19 no Brasil sofreu a maior queda desde o in�cio de 2021, apontam dados divulgados ontem pela Funda��o Oswaldo Cruz (Fiocruz). O recuo foi de 3,8% ao dia na �ltima Semana Epidemiol�gica, entre 5 a 11 de setembro. O pa�s registra agora 12 semanas consecutivas de redu��o nos �bitos.
Os dados constam da nova edi��o do Boletim do Observat�rio COVID-19 da institui��o. A taxa de ocupa��o de leitos de UTI COVID para adultos est� no melhor cen�rio desde que come�ou o monitoramento desse indicador. Apenas uma capital tem taxa superior a 80%: o Rio de Janeiro, com 82%. Duas est�o na zona de alerta intermedi�ria: Boa Vista (76%) e Curitiba (64%).

O relat�rio tamb�m mostra tend�ncia de recuo no total de casos de COVID-19. Houve em m�dia 15,9 mil infec��es e 460 �bitos di�rios de 5 a 11 de setembro, com oscila��es ao longo das �ltimas 12 semanas epidemiol�gicas. Esses n�veis ainda s�o apontados como altos.
"Este novo quadro epidemiol�gico indica a efetividade da campanha de vacina��o, que j� vem cumprindo um dos seus objetivos: a redu��o dos casos mais graves de COVID-19, que necessitem interna��o ou que gerem �bitos", afirma o texto. "No entanto, diversos casos, mais leves ou assintom�ticos, podem estar ocorrendo sem a necess�ria notifica��o e investiga��o epidemiol�gicas."
S�NDROMES
A an�lise das s�ndromes respirat�rias agudas graves (SRAG) – quadro que cresce junto com a COVID-19 – feita pelo InfoGripe/Fiocruz, indica tend�ncia de melhora no pa�s. Mas o relat�rio chama a aten��o para a avalia��o da m�dia m�vel das �ltimas semanas. Ela mostra que Rio de Janeiro, S�o Paulo, Minas Gerais, Paran�, Santa Catarina, Goi�s e o Distrito Federal ainda apresentam taxas acima de cinco casos por 100 mil habitantes. O n�mero � considerado muito alto.
O Boletim afirma ainda que a redu��o dos casos e �bitos parece ser sustentada. Ressalta, por�m, que com a dissemina��o mais homog�nea da vacina��o, os percentuais de casos graves e fatais tendem a crescer entre os idosos.
Segundo o relat�rio, desde que come�ou a vacina��o entre adultos jovens, esta � a primeira vez em que as medianas de tr�s indicadores relevantes – idade dos pacientes em interna��es gerais, interna��es em UTI e �bitos – ficou acima dos 60 anos. Mediana � um n�mero que divide uma s�rie de valores em metades.
"Isso significa que mais da metade de casos graves e fatais ocorrem entre idosos", diz o texto. "A propor��o de casos internados entre idosos, que j� esteve em 27% na SE 23 (6 a 12 de junho), hoje se encontra em 54,4%. Para os �bitos, que encontrou na mesma semana 23 a menor contribui��o de idosos (44,6%), hoje est� em 74,2%."
BALAN�O
A taxa de transmiss�o da COVID-19 em Belo Horizonte chegou nesta sexta-fira (17/9) a 1,08, a maior desde maio, permanecendo na zona de alerta, enquanto os outros dois principais indicadores da pandemia se mantiveram com sinal verde: a ocupa��o de leitos de UTI COVID-19, com 44,9%, e a de vagas em enfermaria, com 32,1% da capacidade. As mortes em decorr�ncia da doen�a somam 6.651, num total de 278.370 casos confirmados, aponta o boletim de ontem da prefeitura. O estado, por sua vez, acumula 53.971mortes e 2.108.362 de casos da doen�a, segundo a Secretaria de Estado de Sa�de. No Brasil, de acordo com o Minist�rio da Sa�de, s�o 21.080.219 casos e 589.573 �bitos.
Minist�rio lan�a testagem em massa
O Minist�rio da Sa�de lan�ou, na manh� de ontem, um plano nacional de testagem em massa gratuito da popula��o para a COVID-19. A estimativa � de que, at� o fim do ano, 60 milh�es de testes sejam distribu�dos pelo pa�s por meio do Sistema �nico de Sa�de (SUS). A expans�o � feita um ano e seis meses ap�s a decreta��o da pandemia do coronav�rus. O an�ncio ocorreu em eventos realizados em seis capitais: Belo Horizonte, Porto Velho (RO), Curitiba (PR), Campo Grande (MS), Macap� (AP) e Natal (RN), de onde falou o ministro Marcelo Queiroga, com transmiss�o ao vivo.
O teste de ant�geno apresenta o resultado em prazo entre 15 e 20 minutos. Produzidos pela Funda��o Osvaldo Cruz (Fiocruz), eles ser�o realizados nas unidades de sa�de e tamb�m em locais com grande circula��o de pessoas, como nas fronteiras. At� o fim do ano, o minist�rio pretende distribuir 60 milh�es de testes. Nesta semana, j� foram repassados 2,4 milh�es. Os exames ser�o realizados gratuitamente.
“A tecnologia evoluiu e hoje temos os chamados testes r�pidos de ant�geno, que em 15 minutos fornecem o resultado. Aquele que d� positivo � isolado, o que d� negativo volta �s atividade normais. Assim vamos no bin�mio sa�de e economia para que o pa�s volte a crescer”, disse o ministro Queiroga na apresenta��o do chamado Plano Nacional de Expans�o da Testagem para o Novo Coronav�rus.
Os testes ser�o usados para a identifica��o de pacientes da COVID-19 sintom�ticos, assintom�ticos, e na Pesquisa de Preval�ncia de Infec��o por COVID-19 no Brasil (PrevCov). Os testes de RT-PCR, cujo resultado � entregue em 24 horas, continuar�o sendo aplicados.
Segundo o Minist�rio da Sa�de, a Regi�o Sudeste recebeu 1 milh�o de testes. Em Belo Horizonte, ontem, deveriam ser feitos 250 testes. Na capital, o evento de lan�amento ocorreu no Centro de Refer�ncia da Juventude, no Centro. O secret�rio de Estado de Sa�de, F�bio Baccheretti, destacou que, al�m do crescimento da vacina��o, � importante o controle e a vigil�ncia dos pacientes sintom�ticos. Hoje, com 87% da popula��o adulta vacinada com a primeira dose e 44% com a segunda dose ou dose �nica contra a COVID-19, segundo o Vacin�metro, o secret�rio avalia que a iniciativa da testagem em massa chega em um bom momento. “Agora a doen�a d� sintomas mais leves porque temos boa parte da popula��o j� vacinada. Poucos procuram atendimento m�dico. A gente consegue, ent�o, mitigar a transmiss�o com a testagem mais ampliada”, analisa. O secret�rio informou que os testes ser�o distribu�dos para os munic�pios proporcionalmente � popula��o de cada um.
“Essa testagem � muito oportuna porque permite um rastreamento dos casos poucos sintom�ticos. A gente fazia o RT-PCR nos casos muito graves e isso deixava passar uma quantidade de pessoas potencialmente capazes de transmitir o v�rus. Com esse teste r�pido, a gente amplia a capacidade de detec��o mais precoce dos casos e de rastreamento de contatos e, assim, uma vigil�ncia epidemiol�gica que permite um controle maior sobre o n�mero de casos na cidade”, disse o secret�rio municipal de Sa�de de Belo Horizonte, Jackson Machado, que tamb�m falou da distribui��o na capital. “Esses testes ser�o disponibilizados nos centros de atendimento � COVID (Cecovids) e possivelmente tamb�m nas unidades b�sicas de sa�de. A ideia � que quanto maior o n�mero de pessoas testadas, maior vai ser nossa percep��o da transmiss�o do v�rus na cidade”.
Al�vio total no Risoleta
O Hospital Risoleta Tolentino Neves, em Belo Horizonte, divulgou na tarde de ontem uma not�cia carregada de esperan�a: pela primeira vez desde o in�cio da pandemia do novo coronav�rus, n�o h� nenhum paciente internado pela COVID-19 no hospital, que atende ao SUS e pertence � Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). O Risoleta Neves est� h� quatro dias sem pacientes internados no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) destinado � COVID-19. E na enfermaria, ontem foi o primeiro dia sem usu�rio internado com a doen�a. Portanto, todos os 12 leitos na Unidade de Cuidados Progressivos do Paciente COVID-19 (quatro s�o para CTI e oito para enfermaria) est�o vagos. No momento mais cr�tico, em mar�o de 2021, o Risoleta chegou a ter 72 leitos de enfermaria e 31 de CTI destinados a pacientes com COVID-19.