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Estado de Minas FLORESTAS NO CH�O

Desmatamento na Grande BH: verde corro�do por constru��es, fogo e seca

Loteamentos avan�am sobre cobertura arb�rea de Nova Lima, enquanto as motosserras abrem espa�o ao pasto em Rio Acima, e matas.


17/10/2021 04:00 - atualizado 17/10/2021 07:23

Cinturão verde de BH com grandes áreas de desmatamento
Mata incendiada em Sarzedo: desmatamento compromete capacidade do cintur�o de BH e entorno de deter aquecimento do clima da regi�o e preservar a �gua (foto: DIVULGA��O)

O avan�o do desmatamento sobre o cintur�o verde que cont�m o aquecimento na Grande Belo Horizonte e auxilia na infiltra��o de �guas que abastecem a popula��o da �rea metropolitana ocorre em v�rias frentes de destrui��o, como mostra reportagem do Estado de Minas.

Leia tamb�m: Grande BH sofre desmate de quase 3 parques das Mangabeiras 

Em Nova Lima, a abertura de condom�nios elimina progressivamente a cobertura arb�rea que um dia imperava no vale do Rio das Velhas, imagem desoladora vista por meio de ferramenta de monitoramento por sat�lites internacionais da organiza��o n�o governamental World Forest Watch (WFW). Um deles foi localizado pelo EM em �rea de 13 hectares de mata atl�ntica e cerrado, suprimida para dar lugar a um empreendimento.

Pr�xima ao Bairro Vila Nova Su��a, as imagens de sat�lite mostram que essa �rea era totalmente recoberta por vegeta��o densa, dotada de pequenas trilhas, sobretudo levando a pequenos mananciais tribut�rios do Rio das Velhas. Em 2004, essa vasta extens�o se tornou cinzas devido a um grande inc�ndio. A regenera��o praticamente total da cobertura levou quatro anos, mas cicatrizes profundas apareceram, como grandes eros�es que expuseram o solo e se abriram ainda mais com enxurradas trazidas pelas chuvas.

Seca forte e inc�ndios debilitaram mais uma vez essa �rea em 2016. No ano seguinte, al�m das eros�es existentes abriram-se outras a partir das trilhas que permeiam a �rea, escavando mais sulcos no solo, que se exp�s arenoso. Essa degrada��o da mata e do solo seguiu se expandindo ao seu n�vel mais grave, at� julho de 2019, quando lotes e vias de loteamentos finalmente destocaram completamente a mata que ainda resistia, dando lugar a moradias de luxo e casas de campo com piscinas, campos de futebol e estradas duplas de terra.

Uma sequ�ncia de topos de morros ainda maior, de 19 hectares, tamb�m foi tomada por empreendimentos e constru��es de moradias fixas e de fins de semana. O espa�o pode ser acessado pela estrada para o Rio do Peixe e fica pr�xima ao Ribeir�o dos Macacos. Em 2002, a cobertura vegetal era plena, mas cada vez mais estradas e trilhas foram sendo abertas, expondo o solo e sendo tomadas por eros�es.

As secas seguintes agravaram a situa��o, com o local ganhando caracter�sticas �ridas cada vez mais intensas at� 2020, quando come�aram a se espalhar com grande rapidez as constru��es de habita��es, respons�veis pela remo��o quase que completa da mata. Restaram apenas os caminhos ciliares que ainda descem dos morros circundantes, ainda cobertos pelas folhagens claras das emba�bas.

Regenera��o interrompida 

O munic�pio vizinho de Rio Acima � o local da Grande BH onde as matas prim�rias s�o mais castigadas. Uma grande �rea de mata nas encostas e morros da margem esquerda do Rio das Velhas, permeada pela Estrada do Papa- milho, foi aberta e teve todas as suas �rvores cortadas por motosserras para se tornar pasto. S�o 18,5 hectares que constituem um corredor verde entre dois c�rregos que fluem at� o Rio das Velhas.

As imagens at� 2002 mostram essa vegeta��o cont�nua, perpassando os limites entre Rio Acima e Nova Lima. Em 2006, uma pequena perda de copas de �rvores ocorreu, deixando a �rea menos densa. Em 2011, j� se percebe uma pequena regenera��o da vegeta��o, mas em 2014 uma perda ainda maior de cobertura ocorreu e um ano mais tarde a vegeta��o chegou a se recuperar mais uma vez. Contudo, ao fim de 2015, um inc�ndio devastou a �rea. Mais uma vez, no ano seguinte houve um in�cio de regenera��o. A mesma �rea, como que num desenho perfeito e sem atingir matas vizinhas, ardeu novamente em 2017, e a partir de 2018 a mata foi sendo removida pouco a pouco, n�o restando mais qualquer �rvore nesse espa�o.

Do outro lado do Rio das Velhas, um produtor rural destocou �rea de 4,3 hectares de mata em encosta para transform�-la em pasto. De 2002 at� agosto do ano passado, esse monte se manteve florestado, mas a partir daquela data algumas faixas de terreno foram sendo devastadas e perderam �rvores progressivamente, at� se tornar um pasto formado.

Tanques e barragens 

Em Sarzedo, as matas frondosas entre as barrancas do Rio Paraopeba e os caminhos da ferrovia que corta ao meio o munic�pio t�m sido derrubadas para dar lugar a empreendimentos e planta��es, uma vez que Brumadinho, que era grande produtor do cintur�o das hortali�as da Grande BH, se viu com a capacidade reduzida ap�s o rompimento da Barragem B1, da Mina C�rrego do Feij�o, da mineradora Vale, ter soterrado cultivos e linhas de abastecimento.

Hortas que surgem esparramadas pelo mapa municipal v�o consumindo pequenas fra��es de mata para substitu�-la por canteiros de couve, alface, cebolinha e outras hortali�as. Entre a Serra da Boa Esperan�a e o Bairro Lambari, a mata atl�ntica aparece homog�nea desde 2008. No ano seguinte, a mata come�ou a ser cercada pelos retalhos poligonais formados pelas �reas de cultivo de hortali�as.

Em 2011, apareceram tanques e barragens para represar a �gua de irriga��o que as hortas precisam. Em 2014, as �rvores que cobriam boa parte da mata come�aram a sumir, dando lugar a mato. Em setembro daquele ano, um grande inc�ndio atingiu 43 hectares dessas partes destocadas, como ocorre em muitas �reas de desmatamento para a limpeza e implementa��o de atividades agr�colas.

Em 2017 e 2018, grandes extens�es da mata voltaram a arder, dessa vez derrubando em carv�o e cinzas quase 190 hectares. Em 2019, as �reas queimadas pareciam se recuperar, ainda que muito menos densas em termos de copas de �rvores. Em 2020 e 2021, v�rias dessas �reas que queimaram ressurgiram como hortas. Em algumas, a t�tica � a mesma de madeireiros e carvoarias. Abre-se uma clareira na mata para que a vegeta��o da borda forme um pared�o verde que impede a observa��o de fiscais e de den�ncias.

PREDADORES

Fatores de supress�o de matas na Grande BH

Constru��es imobili�rias de alto luxo
Grandes eros�es
Tempestades
Inc�ndios
Pastagem
Agricultura irrigada


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