
A visita da Vigil�ncia Sanit�ria foi proveniente de uma den�ncia feita em outubro do ano passado pelo F�rum Mineiro de Sa�de Mental e pela Frente Mineira Drogas e Direitos Humanos. A psiquiatra Miriam Abou-Yd, presidente do F�rum Mineiro de Sa�de Mental, disse que recebeu relatos an�nimos de que os internos do local eram violentados fisicamente e sexualmente.
Os movimentos, ent�o, relataram a den�ncia � Secretaria Municipal de Sa�de de BH e tamb�m acionaram a vereadora Bella Gon�alves (PSOL), que faz parte da Comiss�o de Direitos Humanos da C�mara Municipal de BH (CMBH). Foi ent�o que, em 6 de outubro passado, uma visita t�cnica foi feita � comunidade terap�utica, que apresentava condi��es prec�rias, segundo a psiquiatra, um risco, inclusive, para a transmiss�o de COVID-19.
"Ningu�m usava m�scara. Voc� n�o via qualquer movimento deles em usar m�scara, sem distanciamento social. Onde eles dormem, s�o quartos com cinco beliches, ou seja, 10 pessoas, sem espa�o de circula��o, inclusive", afirmou Miriam, que chamou a aten��o para a quest�o da seguran�a, em caso de emerg�ncia.
A presidente do F�rum Mineiro de Sa�de Mental tamb�m listou outras irregularidades encontradas durante a visita, como o acondicionamento de alimentos fora do prazo de validade e piscinas sem a devida limpeza, o que facilita na prolifera��o do mosquito da dengue. Internos chegaram a falar com o grupo durante a visita t�cnica que utilizavam a piscina mesmo sem a manuten��o.
Aus�ncia de profissionais
Tamb�m durante a visita t�cnica, o grupo recebeu a informa��o de que o local contava com m�dicos e psic�logos. Por�m, no momento da visita, os profissionais de sa�de, que teriam contratos de volunt�rios, n�o estavam no espa�o.
Banheiros em condi��es prec�rias de uso e medicamentos acondicionados de forma irregular tamb�m foram algumas das condi��es encontradas no momento da visita. O local tamb�m estaria funcionando sem o alvar� sanit�rio desde 2016, segundo o grupo.
"Uma vit�ria da civiliza��o contra a barb�rie, porque isso que a gente tem encontrado. Cada vez que entramos em uma comunidade terap�utica, � barb�rie pura. N�o podemos concordar com isso, somos frontalmente contra a viola��o de direitos das pessoas, seja com problemas mentais, seja usu�rias de drogas, n�o podemos concordar com uma situa��o como a que a gente presenciou", disse Miriam.
"Esperamos que viola��es de direitos relacionadas � priva��o de liberdade de pessoas usu�rias de �lcool e drogas n�o se perpetuem. N�o podemos normalizar a viol�ncia contra essas pessoas que j� est�o vulnerabilizadas. Oferecer tratamento digno a elas � um dever do estado", conclui Bella Gon�alves, que acompanhou a interdi��o da cl�nica.
Outro lado
O
Estado de Minas
entrou em contato com Israel Mazzochi, respons�vel pela comunidade terap�utica. Israel lamentou a interdi��o e disse que pretende recorrer da medida. Ele tamb�m afirmou que a cl�nica possui todos os documentos e que o espa�o est� sendo alvo de "persegui��o". Uma reuni�o entre o propriet�rio do local e seus advogados est� marcada para esta ter�a-feira (26/10).
Veja, na �ntegra, a nota da comunidade terap�utica
"Nossa cl�nica sempre cumpriu todas as normas e faz um trabalho muito bom, segundo todos os nossos internos. Vamos recorrer. N�o concordamos com os motivos pelos quais fomos interditados. Nos preocupa que os internos, em diversos n�veis e diversas fases de tratamento, agora est�o novamente entregues � pr�pria sorte. Nosso trabalho � respons�vel e cuidadoso. Temos muita responsabilidade com toda a comunidade. Cremos que o real problema � o v�cio e a raz�o, as drogas".