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Estado de Minas JUSTI�A

Ap�s 26 anos da morte da filha na Col�mbia, pai encontra assassino em BH

O assassino da jovem de 18 anos chegou a ser condenado, mas fugiu; o homem reconstruiu a vida com documenta��es falsas e mora com a fam�lia em BH


30/11/2021 18:54 - atualizado 30/11/2021 19:28

Assassinato de Nancy
Ap�s 26 anos, assassino foragido de jovem colombiana � encontrado em BH (foto: Redes Sociais/Reprodu��o )
Em uma busca incans�vel, um pai passou 26 anos � procura do homem que matou sua filha, Nancy Mariana, uma jovem de 18 anos. O crime ocorreu em 1994, na cidade de Barranquilla, na Col�mbia, quando sua filha saiu de casa acompanhada do ent�o namorado, Jaime Saade, e nunca retornou. 

Dois anos depois do assassinato, em 1996, Saade foi condenado pela justi�a por homic�dio e estupro. A pena seria de 27 anos, em regime fechado. No entanto, o jovem desapareceu sem, aparentemente, deixar rastros. A Interpol, imediatamente, emitiu um mandado internacional contra o condenado, sem sucesso. 

Quase tr�s d�cadas depois, Mart�n Mestre, com 79 anos, finalmente encontrou o assassino de sua filha. Com sorte, pois o tempo estava se esgotando: em julho de 2023 o tempo da senten�a de Saade se completaria e, caso n�o fosse localizado, ficaria livre das acusa��es. 

“Desde aquele dia vivo em fun��o de ele ser preso. N�o � uma obsess�o, � um dever como pai”, disse Mestre em entrevista ao jornal "El Pa�s". 

Uma busca incans�vel 


O pai da jovem, oficial aposentado da Marinha, relatou que chegou a fazer um curso de investiga��o e criou quatro perfis falsos nas redes sociais para tentar rastrear o assassino. Ele acompanhava, na internet, pessoas que suspeitava terem rela��o com Saade. 

Em 2019, ele encontrou uma pista que o levava para Belo Horizonte. Mestre descobriu que Saade vivia na capital mineira junto a fam�lia. Com documentos falsos, se casou, teve filhos e construiu uma nova vida. 

Com o nome falso de Henrique dos Santos Abdala, Saade foi reconhecido pela Interpol e preso. Para ser condenado, no entanto, o homem precisa ser extraditado para a Col�mbia. 

Justi�a para Nancy 


O caso ainda est� em um verdadeiro jogo de “pingue-pongue” na Justi�a. No primeiro julgamento, realizado no Brasil, houve um empate no Supremo Tribunal Federal (STF) e o acusado foi mantido no Brasil. 

Os advogados de defesa da fam�lia de Nancy trabalham, no momento, para a repeti��o do julgamento. Por�m, enfrentam uma dificuldade: no Brasil, as a��es prescrevem em 20 anos. Nos olhos da justi�a brasileira, como se passaram 26 anos, Saade n�o pode mais cumprir pena. 

“A sensa��o que tive � que julgaram o destino do assassino da minha filha como se fosse um jogo de futebol. Chorei muito, chorei muito por esse caso, mas n�o me canso, nunca vou desistir. Vamos traz�-lo para a Col�mbia e ele vai come�ar a pagar”, lamentou o pai. 

Sem previs�o de conclus�o do caso, os advogados acreditam na possibilidade que o assassino seja penalizado, no Brasil, somente por ingresso ilegal e falsifica��o de documento. 

Ao jornal "El Pa�s", os advogados de Saade afirmaram que o cliente “est� bem”, vivendo em Belo Horizonte, onde � advogado e est� “seguindo a vida”. 

Ele permanece aguardando o julgamento pela entrada ilegal no Brasil, mas n�o espera uma pena dura.  “No m�ximo o pagamento de uma multa”, afirmou o advogado Fernando Gomes Oliveira. 

Em uma carta escrita na pris�o, no ano passado, Saade refor�ou uma vers�o diferente dos fatos: "Fui ao banheiro e depois de alguns minutos ouvi um tiro. Sa� imediatamente e a vi no ch�o, com muito sangue e um rev�lver ao lado".  O texto remete a um poss�vel suic�dio cometido pela jovem. 

A senten�a da justi�a colombiana, por outro lado, � contr�ria a sua vers�o. � �poca, foi conclu�do que Nancy n�o se suicidou e que, ainda, havia recebido golpes nos bra�os, nas coxas e na zona vaginal. Al�m da per�cia concluir que a jovem foi estuprada e que tentou se defender do agressor, infelizmente, sem sucesso. 


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