(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas COVID-19

BH tem al�vio na COVID-19, mas ainda h� bairros com alta. Veja quais s�o

Dados da prefeitura mostram que, apesar do recuo dr�stico de infec��es pelo coronav�rus, h� ilhas de preocupa��o, com avan�o de casos em novembro


09/12/2021 04:00 - atualizado 09/12/2021 00:28

O fechamento de uma escola infantil e a not�cia de v�rios casos de COVID-19 fazem com que a vizinhan�a do Bairro Nova Gameleira ainda n�o se sinta aliviada como a maior parte de Belo Horizonte, que vive redu��es dr�sticas nos n�meros de infectados pelo novo coronav�rus (Sars-CoV-2). Na contram�o da tend�ncia na capital, a comunidade experimentou aumento de 10% nos casos e mortes confirmados no m�s de novembro.

“A gente fica com medo. V� esse tanto de gente saindo sem m�scara, circulando juntos e aglomerando. Enquanto isso, at� fecharam essa escolinha de mais de 20 crian�as e funcion�rios. Muitos s�o gente do bairro”, afirma a moradora e atendente Kacielen Godinho, de 35 anos. “Tomo minhas precau��es, s� atendo atr�s do balc�o, com m�scara e dist�ncia. Mas nem todo mundo � assim. E muita gente pega (a COVID-19) fora e vem para o bairro, onde mora. Realmente, as pessoas est�o facilitando. Parece que n�o aprenderam”, completa a comerciante Rita de C�ssia Freitas Viana, de 72.
 
 
Rua Mendes de Oliveira, Bairro santo André, Região Noroeste de BH. Bairro tem maior aumento de casos de COVID-19 em novembro
No Bairro Santo Andr�, onde foi registrado o maior incremento de diagn�sticos em novembro, em ruas como a Mendes de Oliveira � poss�vel observar relaxamento nas medidas de preven��o (foto: Leandro Couri/EM/D.A.Press)
 
Com uma brusca redu��o no avan�o de casos e mortes causados pelo novo coronav�rus, chegando a 80% na compara��o com o auge do colapso hospitalar, em maio, Belo Horizonte respira o al�vio na ocupa��o de leitos de UTI e a liberdade das flexibiliza��es nas atividades. Mas especialistas alertam: ainda h� focos de doentes com a COVID-19 em bairros, onde � preciso que se mantenha a vigil�ncia das autoridades sanit�rias, para que surtos n�o fa�am esse respiro se tornar desespero, como ocorre com as novas ondas de cont�gio pela Europa e �sia.

Pelo menos 70 bairros de BH tiveram aumento de doentes acima de 1% em novembro, sendo 11 acima de 5%, segundo levantamento da reportagem do Estado de Minas sobre dados do Boletim Epidemiol�gico e Assistencial da Prefeitura de Belo Horizonte fechado no �ltimo dia 24. A Secretaria Municipal de Sa�de afirma que h� refor�o de monitoramento em comunidades com maior n�mero de casos, mas que todas as regionais apresentam queda na transmiss�o da COVID-19.

Mesmo com a expressiva redu��o geral de casos em BH, chegando a 80%, a Regi�o Oeste, por exemplo, onde fica o Bairro Nova Gameleira, recuou apenas 55% e � onde est�o a maior parte dos bairros com amplia��o acima de 5% no cont�gio durante o m�s. J� na Regional Noroeste, em novembro, o Bairro Santo Andr� apresentou aumento de 12,6% de casos confirmados com quadros graves de s�ndrome respirat�ria aguda grave (SRAG) e mortes pela COVID-19. A mesma regi�o registrou alta tamb�m no Bairro Serrano, de 5,3%.

Na Oeste, onde � maior a concentra��o de comunidades com amplia��o de casos, a situa��o � mais preocupante no Nova Gameleira, com 10,1%, seguido do Hava� (7,1%), Salgado Filho (7,1%), Jardim Am�rica (6,7%), Cabana do Pai Tom�s (6,2%) e Nova Su�ssa (5,2%). Os �ndices apresentam alta, tamb�m, no Bairro Lagoa (7%), em Venda Nova, Santa Am�lia (5%), na Pampulha, e no Bairro das Ind�strias (5%), no Barreiro.
 
 
Vera Carvalho, 58 anos, moradora do Bairro Santo André, Região Noroeste de BH. Bairro tem maior aumento de casos de COVID-19 em novembro
Kacielen Godinho e Rita de C�ssia Freitas Viana, do Bairro Nova Gameleira, se protegem, mas lamentam o fato de muita gente estar se descuidando antes da hora
 
O risco de um descontrole local desencadear um surto n�o parece pr�ximo, mas o infectologista Dirceu Greco, professor da Faculdade de Medicina da UFMG e presidente da Sociedade Brasileira de Bio�tica, afirma ser uma amea�a dif�cil de prever. “Por isso, � importante o geoprocessamento (tratamento por programas e c�lculos de informa��es geogr�ficas): para intervir no momento certo em lugares propensos a se iniciar um surto. O papel da vigil�ncia � cercar esses poss�veis surtos, procurar quem estava envolvido, em uma busca ativa, mesmo que n�o saiba onde estava ocorrendo. Isso � important�ssimo”, avalia o especialista.

At� o momento, para o m�dico, o al�vio que se sente � uma somat�ria do avan�o da vacina��o com as pessoas que acabaram tendo contato com o v�rus e desenvolveram defesas imunol�gicas. Contudo, isso n�o deve ser entendido como motivo para n�o terminar a aplica��o das duas doses ou a dose �nica, dependendo de cada imunizante. “Sem que os vacinados completem as doses necess�rias de cada vacina, o v�rus sempre encontrar� um caminho para continuar com os surtos. A discuss�o sobre as caracter�sticas (de cada imunizante) e a necessidade de tornar obrigat�ria a vacina n�o podem encobrir nosso direito de lutar para receber todas as doses necess�rias. � um direito do cidad�o”, destaca.


Descuido precoce
nas comunidades

Caminhar por bairros que ainda registram aumento de casos de novo coronav�rus em Belo Horizonte �, muitas vezes, como uma volta no tempo, para a �poca em que n�o se sabia exatamente como se prevenir, quando as m�scaras n�o eram obrigat�rias e nem havia regulamenta��o espec�fica contra aglomera��es. No Santo Andr�, onde se registrou o maior aumento de cont�gio em novembro, da ordem de 12,6%, �reas comerciais t�m pessoas aglomeradas, a maioria sem prote��o facial ou usando o acess�rio de forma ineficiente.

Na Rua Mendes de Oliveira, v�rios pontos de com�rcio atraem pessoas que circulam sem m�scara, conversam com atendentes desprotegidos e s�o por eles servidos da mesma maneira. Em sacol�es e feiras, clientes sem prote��o manipulam e se debru�am sobre frutas, verduras e legumes. Em oficinas e lava-jatos que usam ruas e cal�adas para trabalhar nos ve�culos, tamb�m � comum ver concentra��o de pessoas, em um clima de despreocupa��o muito parecido com o que se tinha antes da pandemia: brincando, contando piadas, rindo e at� cantando pr�ximas umas das outras, comportamentos que auxiliam na dissemina��o viral.

Mas, mesmo nesse ambiente menos r�gido, h� quem siga firme nas regras de prote��o sanit�ria. Pontos comerciais com correntes e faixas que obrigam cliente e atendentes a manterem dist�ncia e pessoas que continuam se protegendo com as m�scaras e evitando aglomera��es, cruzando ruas para n�o se aproximar de concentra��es. � a receita da dona de casa Vera Carvalho, de 58 anos, que toma todos os cuidados e prote��es ao buscar o neto de 6 em uma escola do bairro. “As pessoas relaxaram bastante, mas o perigo ainda est� circulando. Melhorou, mas ainda est� a�. Perdi uma prima e uma cunhada. Onde moro, faleceram dois vizinhos de 50 anos. Pessoas boas. Fomos criados juntos e todo mundo ficou muito triste. N�o pudemos nem ter vel�rio ou assistir ao enterro. Mas muita gente est� se esquecendo disso, e n�o tem nem um ano”, afirma.

Na Regi�o Oeste, que concentrou em novembro bairros com avan�o de casos, cenas de descuido se repetem. Na Rua Oscar Neg�o de Lima, uma multid�o circula pelos quarteir�es de servi�os do Detran sem prote��o, pr�ximas umas das outras, gritando para oferecer servi�os de despachante ou vagas de estacionamento, tudo em meio ao sobe e desce de ve�culos que buscam servi�os na reparti��o. Mais adiante, no Jardim Am�rica, aglomera��es de pessoas desprotegidas se d�o nos passeios do importante cruzamento entre as ruas Maquin� e Conc�rdia, entre supermercados, feiras, drogarias, padarias e sacol�es, em meio a outras pequenas lojas. No Salgado Filho, a Rua Lagoa da Prata lembra uma avenida de cidades menores, onde nas portas dos com�rcios se formam rodas de pessoas a palmos de dist�ncia umas das outras, conversando animadas com m�scaras presas ao queixo.

.

“As pessoas relaxaram bastante, mas o perigo ainda est� circulando. Perdi uma prima e uma cunhada. Onde moro, faleceram dois vizinhos. Mas muita gente est� se esquecendo disso, e n�o tem nem um ano”

Vera Carvalho, 58 anos, moradora do Bairro Santo Andr�

Sa�de afirma manter
taxas sob aten��o


A Secretaria Municipal de Sa�de de Belo Horizonte informa que usa indicadores de monitoramento, tais como os indicativos da COVID-19 em bairros e regionais, como par�metros para avalia��o da tend�ncia da pandemia na cidade. “As medidas adotadas pela prefeitura s�o definidas e utilizadas de modo geral para todo o munic�pio e, at� o momento, t�m proporcionado resultados satisfat�rios no controle da COVID-19. De acordo com os indicadores de monitoramento da doen�a, o n�mero de casos por regi�o tem apresentado varia��es, o que n�o indica piora na transmiss�o da doen�a. Atualmente, todas as regionais v�m apresentando queda de casos. Essa diminui��o se deve ao aumento progressivo da cobertura vacinal em toda a cidade”, informou.

De acordo com os indicadores de monitoramento, a situa��o atual � de estabilidade, com tend�ncia de queda, principalmente em rela��o � taxa de incid�ncia, que passou de 400 para cerca de 50 casos por 100.000 habitantes nos �ltimos meses. “O munic�pio tem mantido as a��es de preven��o e orienta��o, al�m do pleno funcionamento das unidades de sa�de da capital. H� tamb�m unidades de repescagem para aplica��o da vacina. Os locais est�o espalhados pelas nove regionais, por tipo de imunizante”, informa a SMSA.

A secretaria indica, ainda, que o local de moradia dos cidad�os n�o � necessariamente o mesmo do cont�gio. “Nos bairros com maior n�mero de casos, os profissionais das equipes de sa�de das �reas de abrang�ncia s�o orientados a intensificar o monitoramento dos pacientes. Al�m de refor�ar medidas de controle e preven��o, como o distanciamento social, medidas sanit�rias de higieniza��o e uso de m�scaras”, conclui a secretaria.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)