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Estado de Minas SA�DE

'� um problema social', diz dentista sobre mortes em cl�nicas odontol�gicas

Na �ltima semana, uma idosa de 67 anos e uma crian�a de 10 morreram ap�s procedimentos cir�rgicos dent�rios em Minas; entenda:


28/12/2021 11:11 - atualizado 28/12/2021 14:50

Paciente em um tratamento dentário
Apesar do grande n�mero de clinicas odontol�gicas e dentistas no Brasil, ainda h� um estigma sob a profiss�o (foto: Reprodu��o Ag�ncia Brasil )
Em um per�odo de uma semana, dois pacientes morreram em Minas Gerais ap�s realizarem procedimentos dent�rios distintos: um garoto de 10 anos, em Igarap�, na Regi�o Metropolitana e uma idosa de 67 anos, em Belo Horizonte. Apesar da diferen�a de idade, o acesso restrito � informa��o sobre a sa�de bucal e direitos e responsabilidades como pacientes odontol�gicos foram similares em ambos os tratamentos e podem ter contribu�do para o desfecho tr�gico.

As diferen�as de classes sociais podem dificultar o acesso a orienta��es sobre cuidado com a sa�de bucal . “� um problema social”, pontua a cirurgi�-dentista e periodontista, Vinciane Raquel. “Pode ser que a fam�lia n�o tenha como arcar (com os gastos de um tratamento dent�rio) e o servi�o p�blico, �s vezes, n�o tem a possibilidade de atendimento". A dentista tamb�m pontua que o financeiro pode afetar na escolha do local do procedimento. 
A falta de conhecimento sobre o trabalho do dentista tamb�m dificulta que um paciente seja corretamente examinado. “Em alguns casos, o paciente procura, primeiramente, um m�dico, e n�o um dentista”, avalia a tamb�m cirurgi�-dentista Karina Martins. 

Mortes ainda ser�o investigadas

Apesar do grande n�vel de informa��o que vem das redes sociais e internet, Luciano Eloi Santos, cirurgi�o-dentista e ex-presidente do Sindicato dos Odontologistas de Minas Gerais, avalia que ainda � cedo para analisar profundamente as duas mortes, j� que � necess�rio aguardar o laudo da per�cia. “A gente n�o pode afirmar algo, antes da conclus�o das investiga��es  pidemiol�gicas. � prematuro", diz.

Na manh� desta segunda-feira, a idosa de 67 anos morreu em uma cl�nica odontol�gica, no Bairro Nazar�, em Belo Horizonte. Conforme a Pol�cia Militar, ela tinha problemas card�acos e havia procurado assist�ncia m�dica uma semana antes em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), na capital mineira. 

“Na minha vis�o, qualquer um � pass�vel de sofrer um infarto, em qualquer lugar. At� mesmo em uma cadeira odontol�gica”, comentou Santos. 

Segundo o Conselho Regional de Odontologia (CRO), o dentista, o qual o nome tamb�m aparece na porta do estabelecimento, tem registro no conselho e est� com a situa��o regular mas n�o � respons�vel pela cl�nica.

J� a crian�a de 10 anos morreu em uma cl�nica odontol�gica em Igarap�, na Grande BH, no �ltimo dia 20, de uma complica��o em um processo de extra��o de um dente. 

“O garoto fez uma extra��o simples. E uma hemorragia que aconteceu durante o atendimento tem que ser em decorr�ncia de um problema j� existente. E muitas vezes, isso n�o � poss�vel ser notado. Para uma crian�a de 10 anos, n�o � comum a gente pedir uma quantidade exorbitante de exames. A menos que a fam�lia relate algum problema”, pontua Karina. 

Qualidade da cl�nica 

Antes de fazer um tratamento dent�rio, os dentistas orientam questionar a legalidade do espa�o. O cirurgi�o-dentista Luciano Eloi Santos afirma que todas as cl�nicas, tanto as privadas quanto as p�blicas, precisam estar registradas no Conselho Regional de Odontologia (CRO) por um respons�vel legal, que pode ou n�o ser dentista, mas que consiga lidar com a parte jur�dica e legal dos processos. 

“O dono da cl�nica, n�o necessariamente, � dentista. E pode for�ar o profissional a tomar certas atitudes e trabalhar em locais em que n�o tem infraestrutura”, completa Vinciane. 

Para a legaliza��o de uma cl�nica ou consult�rio odontol�gico, o profissional deve seguir alguns passos. Em primeiro lugar, o local deve ter o alvar� da prefeitura do munic�pio onde est� localizado e tamb�m tem que ser autorizada pela Vigil�ncia Sanit�ria, que leva em considera��o biosseguran�a e higieniza��o ambiental, utiliza��o correta dos materiais odontol�gicos e todas as outras normas sanit�rias para que o estabelecimento funcione corretamente. 

O �rg�o visita, periodicamente, as cl�nicas odontol�gicas que precisam renovar o alvar�. Logo depois, o estabelecimento deve ser registrado no CRO conforme as legalidades do Conselho. 

O CRO foi procurado pela reportagem do Estado de Minas mas, at� a �ltima atualiza��o da reportagem, n�o respondeu. 

Detalhes

A fim de manter a seguran�a do paciente e ter um resultado positivo no trabalho, a periodontista Vinciane Raquel conta que os dentistas seguem um padr�o de atendimento. “Os dentistas investigam a hist�ria do paciente, primeiro, antes de tomar qualquer atitude acerca do tratamento a ser realizado”, completa. 

Com este formato de atendimento detalhado e criterioso, o dentista molda o ‘plano de tratamento’ para o paciente conforme suas necessidades fisiol�gicas - que s�o definidas atrav�s de exames como raios-x - e quest�es pessoais, como personalidade e condi��o financeira. 

Em detalhes, Vinciane explicou como se d� as fases do primeiro atendimento a um paciente que precede o in�cio do tratamento: 
 
  1. A queixa do paciente � avaliada
  2. Segue para a anamnese, que � o conhecimento da sa�de geral do paciente.
  3. A terceira fase � o exame cl�nico, onde o dentista avalia o problema. 
  4. Depois, o profissional apresenta duas formas de ‘plano de tratamento’. Dentro dessas maneiras, h� o progn�stico, que � o futuro do trabalho com sucesso ou sem.
  5. Assim que escolher um certo plano de tratamento, come�a a execu��o

Cuidados bucais: 

Os cuidados bucais s�o os tradicionais e b�sicos de sempre: escovar os dentes ap�s todas as refei��es e passar fio-dental. 

A cirurgi�-dentista Vinciane Raquel pontua que os enxaguantes bucais s�o como “perfumes” e podem ser usados caso a pessoa sinta que melhore o cheiro do h�lito. Mas, o uso di�rio n�o tem prescri��o ou orienta��o odontol�gica, com exce��o do tratamento de gengivas, onde existe o uso de enxaguantes antibacterianos. 

Al�m das “regrinhas b�sicas”, o cirurgi�o-dentista Luciano Eloi Santos lembra que � necess�rio ter uma alimenta��o balanceada. “Uma dieta que diminua os fatores cariog�nicos, que �, principalmente, sacarose, que � a��car”. 

Tem algo estranho na minha regi�o bucal, e agora? 

“Procure um profissional: seja particular ou p�blico”, orienta a cirurgi�-dentista Vinciane Raquel. Ela afirma que a primeira conduta do paciente deve ser ir para um Pronto Atendimento.

O programa “Brasil Sorridente” disponibiliza tratamento odontol�gico gratuito para todos os brasileiros, nos n�veis de cl�nica geral, hospital e especializa��es. 

No �mbito privado, a periodontista afirma que, caso n�o tenha um monitoramento bucal semestral, o paciente deve marcar uma consulta com um dentista e seguir os passos do tratamento indicado pelo profissional. 



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