
Ap�s a capital ter registrado a volta ao n�vel de alerta de todos os indicadores da doen�a respirat�ria, at� o fim de semana, a prefeitura (PBH) vai ampliar a capacidade de interna��o dos hospitais por meio do remanejamento de 70 leitos, informou ao Estado de Minas o secret�rio Municipal de Sa�de, Jackson Machado Pinto.

Ap�s as festas de fim de ano, a velocidade de cont�gio pelo v�rus na cidade, medida pelo chamado fator RT, evoluiu de 1,1 em 23 de dezembro para 1,18 na segunda-feira e 1,17 ontem. Os casos da s�ndrome gripal subiram 107% no per�odo de uma semana, submetendo a popula��o a horas de espera por atendimento em v�rias unidades de pronto-atendimento (UPAs) de BH.
A capital mineira conta com um total de 7.318 enfermarias, das quais 4.471 dispon�veis no SUS e 2.847 ofertadas em institui��es privadas. Desse universo, 466 vagas s�o exclusivas para atender pessoas infectadas pelo coronav�rus – 220 na rede p�blica e 246 na particular. Nos hospitais p�blicos, a lota��o � de 105%, conforme boletim epidemiol�gico divulgado ontem pelo munic�pio.
Contudo, Machado Pinto acredita que uma por��o consider�vel de pacientes internados foram contaminados pela nova cepa de Influenza, n�o pelo Sars-Cov-2. “Os sintomas das duas viroses s�o muito semelhantes. Ent�o, quando a pessoa precisa ser hospitalizada, ela permanece isolada na ala de COVID enquanto aguarda o teste confirmat�rio. Muitos diagn�sticos de COVID ser�o descartados em breve, eu n�o tenho d�vidas”, afirma o secret�rio.
Restri��es
Na avalia��o sobre o novo aumento dos indicadores da COVID-19, Machado Pinto pondera que � preciso considerar a redu��o sens�vel do n�mero de leitos hospitalares dedicados ao tratamento de pacientes infectados desde o segundo trimestre do ano passado, com a melhora dos indicadores da doen�a. Essa diminui��o influencia na base da an�lise entre a taxa de ocupa��o das enfermarias nos �ltimos dois dias, quando o munic�pio voltou ao n�vel de alerta vermelho (superior a 70%), e aquela registrada no pico da pandemia, em abril. De fato, o n�vel vermelho, considerado o mais perigoso, n�o era alcan�ado desde 9 de abril. Na ocasi�o, por�m, a cidade contava com mais de 2 mil vagas exclusivas para tratar pessoas com a COVID-19.“Em n�meros absolutos, temos, obviamente, muito menos pessoas hospitalizadas. A situa��o n�o � a mesma do auge da pandemia. No entanto, esperamos o melhor, ao mesmo tempo em que nos preparamos para o pior. Por isso, vamos remanejar os leitos e acompanhamos o cen�rio com muita cautela. Mas eu n�o diria que o cen�rio � de ‘alerta m�ximo’. � de alerta”, pondera o gestor.
Questionado pelo EM sobre a possibilidade de restri��o das atividades econ�micas na capital, Machado Pinto diz que a medida ainda n�o foi cogitada. “N�o faz sentido penalizar ainda mais a economia antes do remanejamento de leitos. Por enquanto, isso n�o est� nos planos. At� porque, os pacientes apresentam quadros cl�nicos leves”, explicou. Sobre a exig�ncia do passaporte da vacina��o para a entrada em estabelecimentos do munic�pio, o secret�rio diz que a medida � discutida nas reuni�es do comit�, mas evitou fazer considera��es a respeito do pol�mico assunto.
'O v�rus n�o se cansou'
O olhar do infectologista Est�v�o Urbano para o cen�rio pand�mico de BH � menos otimista. Para o m�dico, a capital vive o in�cio de uma nova onda de COVID-19, a exemplo do que ocorre em pa�ses como Israel e Alemanha. “S� n�o sabemos ainda qual ser� o impacto dentro dos hospitais. Nos prontos-socorros, o atendimento j� est� impactado. O Brasil deve seguir os passos do resto do mundo, que j� est� lidando com a nova onda h� alguns meses, impulsionada pela variante �micron. Ao menos, esta � menos letal, apesar de mais contagiosa”, diz.Urbano credita a alta de casos da doen�a n�o s� ao fato de as pessoas terem relaxado com as medidas de prote��o contra o v�rus durante as festas de fim de ano, quanto ao que considera ser um descuido geral da popula��o. “� como se a pandemia j� tivesse acabado, n�? Essa onda � pedag�gica. Mostra que a gente j� se cansou do v�rus, mas ele ainda n�o se cansou da gente”, comenta.
O aumento das infec��es pelo coronav�rus, somado � escalada dos casos de gripe preocupa o infectologista. “O sistema de sa�de, com certeza, fica mais pressionado, j� que s�o doen�as respirat�rias. N�o precisamos viver mais uma roleta russa, de quem vai se infectar e morrer, e de quem vai sobreviver. Por isso, � fundamental manter todos os cuidados. Principalmente, evitar aglomera��es e usar m�scara”, recomenda.
Em Minas O n�mero de casos de COVID-19 atingiu 2.410 em 24 horas at� ontem e houve 15 mortes provocadas pela doen�a no per�odo, segundo o boletim epidemiol�gico da Secretaria de Estado de Sa�de (SES-MG). Na compara��o com o balan�o do fim de semana, divulgado na segunda-feira, quando de contaminados somavam 2.179, houve crescimento de 231 diagn�sticos. Desde o in�cio da pandemia em mar�o de 2020, o coronav�rus infectou 2.228.574 pessoas no estado e 56.683 perderam a vida.