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Estado de Minas TRAG�DIA

Enchentes em MG: comerciantes que perderam tudo tentam dar a volta por cima

Pequenos lojistas de cidades mineiras atingidas pelas chuvas contabilizam os preju�zos e dividem o drama de recome�ar sem ajuda, como em Sabar�, na Grande BH


12/01/2022 07:00 - atualizado 12/01/2022 13:45

homem lavando comércio no Bairro Santo Antônio das Roças Grandes
Enchente atingiu at� o teto do com�rcio no Bairro Santo Ant�nio das Ro�as Grandes (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A. Press)
Os p�s cansados de quem trabalha duro para conseguir o ganha-p�o da fam�lia hoje est�o cobertos de lama. S�o pequenos comerciantes das cidades atingidas pelas enchentes dos �ltimos dias em Minas Gerais que come�am a fazer a limpeza dos estabelecimentos e passam a contabilizar os estragos.

Em Sabar�, Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, lojistas que trabalham pr�ximo ao Rio das Velhas vivem o drama em ter que come�ar do zero, j� que autoridades sequer oferecem recursos para que esses neg�cios consigam dar a volta por cima.

comerciantes limpando o comércio na rua cheia de lama
Comerciantes fazem a limpeza ap�s enchente (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A. Press)


“Reeguer? S� com trabalho, f� em Deus e vamos l� tocar a vida”, descreve Ezio Rosa de Jesus, de 35 anos. O metal�rgico � filho da propriet�ria de um bar no Bairro Santo Ant�nio das Ro�as Grandes, que chegou a ficar intransit�vel por conta da cheia do curso d’�gua entre domingo (9/1) e segunda-feira (10/1). “N�s t�nhamos pensado que esse ano n�o ia encher e acabou enchendo de novo”, lembra da enchente de 2019. 



No bar que tamb�m funciona como restaurante servindo almo�o aos trabalhadores da regi�o, a �gua chegou at� o teto: foi preju�zo total. “Perdeu a geladeira, o freezer, fog�o industrial, bebida e comida. Agora � recome�ar. Esse � o hobby e ganha-p�o da minha m�e”, explica, empenhado em ajudar a lavar a sujeira deixada pelo aguaceiro que passou pela cidade.

Ezio lembra que esse drama n�o � novo na cidade que ainda teve que conviver – assim como o resto do mundo – com o impacto econ�mico devido � pandemia do novo coronav�rus.
Ezio Rosa de Jesus, de 35 anos
'Reeguer? S� com trabalho, f� em Deus e vamos l� tocar a vida', descreve Ezio Rosa de Jesus, de 35 anos (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A. Press)

“Chegou nem a completar dois anos que n�s perdemos tudo. Quando come�amos a reerguer, veio a enchente, depois veio a Covid, e agora que estava dando uma melhorada, veio a enchente novamente”, recorda. “E a gente nem pode contar com ajuda de governo nem prefeitura. � tudo farsa. Mas tudo bem, a gente aperta aqui, aperta ali e volta. Vamos conseguir de novo. Minha m�e � batalhadora”, finaliza.

Planos frustrados

Ao lado do bar est� a casa de ra��o de Ang�lica Aparecida Bai�o, de 38 anos. A comerciante estava feliz e cheia de planos h� um m�s, quando ampliou seu neg�cio e conseguiu uma loja maior para trabalhar.

casa de ração de Angélica Aparecida Baião, de 38 anos
Ang�lica Aparecida Bai�o, de 38 anos, contabiliza os preju�zos na casa de ra��o (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A. Press)


Trinta dias depois, ela assistiu do apartamento de cima sua loja ser inundada por completo. S� deu tempo de resgatar os bichos: patos, coelhos, p�ssaros e galinhas. Animais que ela comercializava com amor.

“Eu deixei os bichos na prateleira mais alta e tivemos que quebrar a janela para peg�-los", conta. “Eu comecei meu com�rcio h� um ano e meio e mudei pra c� em dezembro, com mais espa�o para mais mercadorias. Veio a enchente e acabou com tudo”, lamenta Ang�lica.

Ela acredita que pode ter tido danos avaliados em R$ 30 mil. “Agora n�o podemos pensar muito no preju�zo. Daqui pra frente � tudo eu. O preju�zo � todo meu. Sei que a gente n�o pode esperar nada de governo.”

Sujeira e bagunça na nova loja de Angélica em Sabara
Sujeira e bagun�a na nova loja de Ang�lica (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A. Press)

Colabora��o na limpeza

A poucos metros dali, atravessando a ponte sobre o Rio das Velhas, � poss�vel encontrar uma for�a-tarefa para limpar o primeiro boteco da cidade, ainda na MG-262. Os donos do Bar das Mangueiras contam que o rio come�ou a subir de n�vel na sexta-feira (7/1), mas foi na noite de s�bado (8/1) para domingo (9) que a �gua atingiu o estabelecimento.

A poucos metros dali, atravessando a ponte sobre o Rio das Velhas, é possível encontrar uma força-tarefa para limpar o primeiro boteco da cidade, ainda na MG-262. Os donos do Bar das Mangueiras contam que o rio começou a subir de nível na sexta-feira (7/1), mas foi na noite de sábado (8/1) para domingo (9) que a água atingiu o estabelecimento.
Comerciantes no Bairro Ros�rio fazem limpeza da sujeira (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A. Press)


Como o com�rcio est� na parte mais alta do leito do rio, j� no bairro Ros�rio, a �gua alcan�ou aproximadamente um metro de altura – o suficiente para deixar estragos.

“Hoje estamos fazendo mutir�o de limpeza para ver o que d� pra recuperar. Nossa sorte � que a gente colocou muita coisa pra cima, mas mesmo assim perdemos muita coisa, muitas cadeiras quebraram, a sinuca tamb�m, tem muita coisa pra gente avaliar daqui pra frente. Tomara que n�o tenha perdido muita coisa”, diz a comerciante Luciana Regina Lopes Moreira, de 51 anos.

força-tarefa para limpar o primeiro boteco da cidade, ainda na MG-262, o Bar das Mangueiras
Comerciante Luciana Regina Lopes Moreira tem esperan�a de recome�ar (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A. Press)


“Meu marido trabalha aqui h� 40 anos, desde que era do pai dele. Agora a gente t� pensando que toda vez que come�ar a chover, vamos ter que tirar tudo daqui de dentro”, prev�, preocupada com a recupera��o. “Agora � trabalhar, n�? Come�ar tudo de novo.”

Chuvas em Sabar�

Sabar� ficou com diversos pontos alagados e algumas regi�es com muita lama ap�s as fortes chuvas do final de semana. Lama, preju�zos em casas e com�rcios, pista escorregadia e muita preocupa��o � o cen�rio que ainda se repete mesmo ap�s a baixa do n�vel do rio. Pelas ruas � poss�vel ver funcion�rios da prefeitura e volunt�rios fazendo aos poucos a limpeza da cidade.

Moradores ainda seguem com dificuldade para sair para trabalhar: a ponte de General Carneiro que liga o bairro � MG-262 e tamb�m d� acesso ao Centro Hist�rico de Sabar� e a BH, est� interditada devido a rachaduras na estrutura. Ainda n�o h� previs�o para libera��o das estruturas pela Defesa Civil e Corpo de Bombeiros.

Sujeira em Sabará e tratores fazendo limpeza
Acessos est�o bloqueados e passando por limpeza em Sabar� (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A. Press)


O Centro Hist�rico e demais regi�es da cidade seguem com muito barro e tratores tentam fazer o escoamento da sujeira, mas o tr�nsito segue complicado em diversas ruas. Na �rea central, algumas vias seguem em “pare e siga” com ajuda de agentes da Guarda Municipal. Na pra�a do Esporte, o n�vel da �gua do Rio Sabar� permanece alto e a recomenda��o � que se evite a regi�o.

Durante a madrugada de domingo para segunda, o Corpo de Bombeiros resgatou quatro pessoas que estavam ilhadas em seus ve�culos, um carro e um caminh�o, na Avenida Beira Rio, pr�ximo a BR-381. Segundo o sargento Alexandre M�rcio Neves, as v�timas estavam bem e nenhuma corria risco de morte. Os militares utilizaram um barco a remo para retirar as v�timas.

A reportagem entrou em contato com o Governo de Minas para saber se haver� alguma ajuda aos comerciantes que sofreram com as chuvas em Minas e n�o obteve retorno at� a publica��o desta reportagem.


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