
Em condi��es cr�ticas de pavimento, que s� se agravaram com as chuvas, a BR-262 se tornou uma armadilha para motoristas que buscam o litoral capixaba. Os buracos praticamente tomaram toda a sua extens�o e se alargaram, e multiplicaram os casos de motoristas que se acidentam nas depress�es e que abarrotam as borracharias do caminho.
Os 514 quil�metros entre BH e Vit�ria, percurso normalmente vencido em menos de 8 horas, vem sendo percorrido em at� 10 horas.
A professora e pedagoga de Belo Horizonte Fabiana Ramos, de 44 anos, foi uma das v�timas dos buracos que se multiplicam pela BR-262. Ela e as duas filhas Larissa e Lav�nia Ramos, de 12 anos, v�o encontrar a fam�lia em Nova Almeida, no Esp�rito Santo, mas acabaram detidos por uma roda amassada em Abre Campo, na Zona da Mata, a 220 km de BH, por volta das 6h30 desta ter�a-feira (17/01).
“Um absurdo a situa��o desta rodovia. Depois que voc� sai de Jo�o Monlevade e entra na BR-262, os buracos n�o d�o tr�gua. O alerta de voz do aplicativo Waze n�o para de falar: buraco reportado � frente, buraco reportado � frente, buraco reportado � frente. Desse jeito muitas pessoas v�o acabar se machucando e destruindo seus carros antes de poderem chegar nos seus destinos”, afirma Fabiana.
Ela diz temer pelas condi��es da estrada no dia do seu regresso, e acha que mais acidentes podem ocorrer se nada for feito. “As p�ssimas condi��es da rodovia v�o estragar as f�rias de muita gente, se n�o acontecer coisa pior. � preciso que fa�am os reparos necess�rios com urg�ncia, pois muita gente ainda vai trafegar por aqui nessas f�rias”, disse a professora.
Mec�nico com trabalho refor�ado
O mec�nico Dilson Magno, de 22 anos, tem uma oficina em Abre Campo, no caminho da BR-262. Ele conta que diariamente costuma parar cerca de tr�s carros com rodas amassadas devido � grande quantidade de buracos na rodovia.
“�s vezes os caminh�es tamb�m estouram pneu. Em �poca de viagem, como no fim de ano, chegou a parar oito carros dentro de um dia, todos com o mesmo problema: roda amassada, pneu estourado. Com certeza, a chuva piorou muito a situa��o da estrada”, afirma.
Segundo ele, muitas pessoas chegam a procur�-lo durante a madrugada. “Eles v�m e me ligam, muitos esperam eu abrir pra poder viajar. De uns dias pra tr�s eu tava tapando os buracos aqui, mas n�o adiantou muita coisa”, acrescenta.
Desvios problem�ticos
N�o basta a preocupa��o com as condi��es ruins da BR-381, entre BH e Jo�o Monlevade, trecho de alto �ndice de acidentes que recebe o nome de Rodovia da Morte. Com o desvio pela BR-356 e MG-262 interditado pela queda da pista devido �s chuvas, os motoristas que seguem de BH para o litoral capixaba encontram a BR-262 mais parecida com uma superf�cie lunar dotada repleta de crateras do que com a principal rodovia federal de liga��o entre Minas Gerais e o Esp�rito Santo.

Sem o desvio, a rota restante � pela BR-381, onde ocorrem obras de duplica��o desde 2014 e por isso os ve�culos precisam de se precaver de curvas acentuadas, desvios mal sinalizados nos canteiros de obras e tamb�m de buracos.
Dali em diante, na BR-262, a falta de condi��es da pista simples � que amea�a a seguran�a dos viajantes. O trecho mais castigado da rodovia � o segmento de 190 quil�metros entre S�o Domingos do Prata e Martins Soares (ES), onde praticamente toda dist�ncia est� degradada, com buracos ampliados pelas chuvas e tr�fego intenso, remendos altos tamb�m se tornam obst�culos e trincas e rachaduras se alastram para formar novos rombos.
Tanto a BR-381 quanto a BR-262 s�o gerenciadas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), que � respons�vel pela manuten��o delas. De acordo com o Minist�rio da Infraestrutura, a previs�o � de que a concess�o da estrada para a iniciativa privada ocorra no pr�ximo m�s. No passado, tentativas de concess�o da estrada falharam por falta de interessados.
A reportagem entrou em contato com o Dnit, mas n�o obteve retorno at� a publica��o deste texto.