
Hoje (28/1), Minas bateu um novo recorde ao superar 40 mil casos de COVID-19. Os n�meros est�o cada vez mais alarmantes e, quando comparados em rela��o ao ano de 2021, a preocupa��o fica ainda maior.
De acordo com os dados da Secretaria de Estado de Sa�de de Minas Gerais (SES-MG), at� o in�cio de 2022 o estado n�o havia registrado mais do que 17 mil ocorr�ncias de infec��o em 24 horas. De janeiro a dezembro de 2021, o estado registrou um total de 660.155 casos de infec��o de COVID-19. Em janeiro de 2022, at� esta sexta-feira (28/1), o estado teve 426.024 casos. Este n�mero j� � equivalente a 64,5% de todos os casos registrados no ano passado.
Em dezembro de 2021, a situa��o era totalmente diferente. Os n�meros de infec��o em todo o m�s de dezembro somavam 1.043 casos. Para o m�dico infectologista Leandro Curi, esse aumento de transmiss�o tem rela��o n�o s� com as f�rias, mas tamb�m com a �micron e com o abandono do uso de m�scaras.
"Acredito que � um conjunto de fatores. A primeira, as festas do fim de ano, as viagens de janeiro. Isso com certeza aumentou a transmiss�o. O segundo fator � �micron por si s�. A �micron � uma infectante que aumenta muito isso [transmiss�o]. E o uso de m�scaras, a gente tem visto cada vez com menor frequ�ncia o uso de m�scaras, a m�scara foi nossa primeira vacina nesta pandemia e a gente largou m�o desse EPI de extrema import�ncia", pontuou Leandro.
O infectologista pontua que o esquema de vacina��o completo e a dose de refor�o ajudam a frear essa alta no n�mero de casos. "Al�m de aliviar os sintomas e evitar grandes chances de hospitaliza��o, a vacina tamb�m diminui a transmiss�o e a contamina��o. Com o avan�o da imuniza��o, a gente pode conseguir diminuir a taxa da �micron, mas � dif�cil prever como ela vai reagir quando a maior parte da popula��o estiver com as tr�s doses", explica.
O estudioso acredita que se a popula��o continuar com o uso efetivo de m�scaras e evitar aglomera��es, h� chances desse n�vel de transmiss�o se estabilizar at� que possa diminuir; caso isso n�o ocorra, h� chances de o �ndice continuar aumentando cada vez mais.
"� dif�cil prever. A �micron atua de modo diferente. A �micron tem uma esp�cie de chance infec��o setenta vezes maior que a COVID-19 original. � uma variante que surgiu a pouqu�ssimo tempo e j� � a dominante no mundo, assim t�o rapidamente."
O infectologista alerta a popula��o sobre a possibilidade de reinfec��o da variante �micron, mesmo que a pessoa esteja imunizada. "Mesmo com a vacina��o, que n�s n�o t�nhamos no in�cio de 2021, n�s estamos com n�meros mais alarmantes que em 2021, e isso se deve muito ao nosso comportamento como cidad�o, como sociedade. A gente tamb�m est� fazendo a nossa parte?", questiona. "A vacina sozinha n�o vai fazer o servi�o dela."
"� entender a gravidade de que a gente ainda est� em uma pandemia, que come�ou no in�cio de 2020 e a gente n�o saiu dela ainda. E agora o v�rus est� jogando com uma nova arma e uma arma potente, de contamina��o em massa", diz.
* Estagi�rio sob supervis�o da subeditora Ellen Cristie.