
De acordo com o Thiago Sindeaux, um dos respons�veis pelo cadastramento de doadores da Funda��o Hemominas, todos os tipos sangu�neos s�o importantes para o atendimento �s necessidades transfusionais. No entanto, em raz�o da queda de candidatos � doa��o, os estoques dos grupos O negativo, O positivo e A negativo est�o em n�veis mais cr�ticos.
Uma das principais causas para a queda nos estoques de sangue � o aumento dos casos de gripe e de COVID-19. Na �ltima semana, o Minist�rio da Sa�de e a Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa) decidiram revisar as regras dos crit�rios t�cnicos para doa��o de sangue devido ao risco de infec��o de COVID-19 e, com isso, muitos candidatos precisam esperar um longo per�odo para poderem realizar a doa��o. Com a alta nos casos de COVID-19. devido a nova variante �micron, o impacto nos estoques deve ser ainda maior.
"Neste in�cio do ano de 2022, al�m do aumento dos casos de COVID-19 que impactam no comparecimento de candidatos, verifica-se um aumento de casos de gripe tamb�m t�m contribu�do sobremaneira para este panorama. Assim, al�m do baixo comparecimento devido ao per�odo de f�rias, temos essa parcela da popula��o que fica impedida de doar sangue, temporariamente", afirmou Thiago.
Apesar dos estoques em n�veis cr�ticos, a Funda��o Hemominas esclareceu que os atendimentos �s demandas hospitalares conveniadas de Belo Horizonte e das demais cidades do estado t�m sido mantido pelo fato de a Hemominas trabalhar em rede, com mais de 20 unidades distribu�das em todo o estado.
A funda��o ressalta que,se esse cen�rio se prolongar, poder� contribuir para que o estoque continue em n�veis abaixo do esperado, sendo, portanto, importante que a popula��o agende uma doa��o e colabore com os cidad�os que precisam da contribui��o.
Para agendar uma doa��o o candidato deve acessar o site do Hemominas ou agendar pelo aplicativo MG app Cidad�o. A doa��o poder� ser feita em qualquer uma das Unidades Hemominas do estado.
“Sempre tem algu�m precisando”
O montador de m�veis Aldemar Teixeira da Silva, de 58 anos, doa sangue h� 18 anos.
“Vou de dois em dois meses. Geralmente, as pessoas pedem. J� doei v�rias vezes para ajudar pessoas conhecidas por causa de acidentes, cirurgias. Decidi n�o esperar algu�m que conhe�o adoecer para doar sangue. Acho que tem mais gente que n�o conhe�o e que precisa de sangue tamb�m. Sempre tem algu�m precisando.”
A primeira doa��o de Silva foi para ajudar a repor bolsas usadas por um colega que precisou passar por uma cirurgia. “A partir da�, comecei a gostar, estou at� hoje e vou doar enquanto puder.” Ele conta que tamb�m j� fez doa��es para familiares, por causa de acidentes e cirurgias.

“Temos que fazer a nossa parte. Meu pai e minha m�e me ensinaram muito a pensar no pr�ximo. Ent�o, a gente que � saud�vel deveria doar sempre. Quem sabe um dia n�o vamos precisar tamb�m? N�o custa nada ajudar, n�o s� com sangue. Sempre tem algu�m passando por um momento dif�cil. Se estiver dentro das nossas condi��es, devemos ajudar. N�s viemos a esse mundo para ajudar”, diz o montador de m�veis.
O montador de m�veis interrompeu as doa��es no per�odo mais grave da COVID-19. “Depois que eu comecei a vacinar, perguntei se podia e resolvi voltar.” Al�m dele, a filha tamb�m faz doa��es regulares de sangue para o Hemominas h� 10 anos. “Ela s� n�o foi hoje porque estava na faculdade. Mas, amanh� vai estar mais tranquila e disse que vai doar.”
J� a professora Ana L�cia Guerra, de 45 anos, come�ou a doar sangue com mais frequ�ncia durante a pandemia, por incentivo da filha mais nova. “Minha filha queria doar ano passado e meu marido foi lev�-la. L� ela ficou sabendo que os estoques estavam baixos por causa da pandemia. Ent�o, decidimos que sempre que poss�vel vamos doar, fazer a nossa parte.”
Antes, ela conta que s� ia ao Hemominas se algu�m da fam�lia ou um conhecido precisasse. “Agora estamos pensando em ajudar as pessoas em geral. Estamos fazendo nosso papel de colaborar com quem est� precisando.”

O interesse da filha mais nova acabou incentivando a fam�lia toda. “Meu marido tinha um pouco de receio de agulha. Mas, como foi lev�-la na primeira vez, ele acabou se sentindo encorajado para doar, aos 50 anos.”
A professora disse que nem o aumento dos casos de COVID-19 assustou a fam�lia para ir fazer a doa��o.
“Eu acredito que esse medo e essa inseguran�a est�o trazendo dificuldades ainda maiores para quem est� precisando. Podemos ser contaminados em qualquer lugar. A pandemia, para mim, foi um sinal de alerta para o quanto, �s vezes, deixamos de fazer algo que � t�o simples que � doar sangue.”
*Estagi�rios sob supervis�o do subeditor Jo�o Renato Faria