
A crueldade contra os animais dom�sticos, especialmente os gatos, exp�e ainda mais as garras afiadas e os dentes arreganhados em ataques silenciosos. Na calada da noite ou em plena luz do dia, os bichos est�o sendo abandonados nas ruas ou em qualquer canto, numa situa��o que cresce em tempos de pandemia. “No in�cio do per�odo de distanciamento social e reclus�o, muita gente encontrou companhia nos bichos para a solid�o ou estado depressivo. Agora que a vida volta ao normal, com o avan�o da vacina��o, as pessoas n�o os querem mais e os descartam como se fossem um inc�modo”, lamenta a diretora da organiza��o n�o governamental (ONG) Brigada dos Animais Sem Teto – Bastadotar, Silvana Coser.
A situa��o � vis�vel no abrigo da Bastadotar, em Belo Horizonte, onde h� 80 gatos, entre machos e f�meas e suas ninhadas, com v�rias pelagens, tamanhos e idades, � espera de ado��o. “Trata-se de uma situa��o triste demais, pois as pessoas, no momento de dificuldades, levaram para casa os animais, que passaram a fazer companhia di�ria a toda a fam�lia. S� que os bichos precisam de cuidados, n�o podem ser abandonados, isso � crueldade”, afirma Silvana.
Nesta semana, em que os gatos t�m seu dia comemorado – 17, nas Am�ricas, e domingo (20), na Europa –, o flagelo dos animais merece aten��o. “Conversamos na quarta-feira (16/2), numa reuni�o virtual, com ativistas pelos direitos dos animais de v�rios estados brasileiros e vimos que o abandono � o mesmo em todo lugar. Os gatos t�m muitas qualidades (veja o quadro) como animais de estima��o e n�o merecem esse desrespeito.
A exemplo dos felinos, os c�es tamb�m s�o alvo do abandono em tempos de pandemia. “Temos 12 no nosso abrigo para ado��o, alguns j� bem velhos”, conta Silvana, lembrando que a entidade vive de colabora��o. Quem quiser adotar os pets ou ajudar pode mandar e-mail para [email protected]. Para melhorar a situa��o, Silvana defende a amplia��o da estrutura para atendimento em BH.
Crime
A situa��o preocupa igualmente a coordenadora do Movimento Mineiro pelos Direitos Animais (MMDA), Adriana Ara�jo. Ela diz que escuta muitos relatos sobre o abandono dos bichos. Tem hist�ria da namorada que deu um c�o da ra�a Rottweiler para o namorado e que, como o relacionamento terminou, “esqueceu” o c�o amarrado no fundo do quintal. E do gato levado para a casa de um senhor idoso, durante a pandemia, e deixado de lado porque, com a morte do homem, ningu�m se interessou pelo bichano.
A situa��o preocupa igualmente a coordenadora do Movimento Mineiro pelos Direitos Animais (MMDA), Adriana Ara�jo. Ela diz que escuta muitos relatos sobre o abandono dos bichos. Tem hist�ria da namorada que deu um c�o da ra�a Rottweiler para o namorado e que, como o relacionamento terminou, “esqueceu” o c�o amarrado no fundo do quintal. E do gato levado para a casa de um senhor idoso, durante a pandemia, e deixado de lado porque, com a morte do homem, ningu�m se interessou pelo bichano.
“Animal n�o � presente, produto ou objeto. Ele gosta de carinho, cuidado e trato. E precisa de alimento, castra��o, vacinas, plaquinha de identifica��o. Abandon�-los na rua � crime previsto em lei. Cada um deve ter responsabilidade se realmente quer ficar com o animal”, explica Adriana.
A coordenadora diz que os interessados devem “adotar e jamais comprar” animais de estima��o. E avisa que a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) precisa aumentar os servi�o de castra��o gratuita e implementar programas para a guarda respons�vel dos pets.
A PBH, por meio da Secretaria Municipal de Sa�de, informou que a capital conta com cinco Unidades de Esteriliza��o de C�es e Gatos, localizadas nas regi�es Barreiro, Leste, Nordeste, Norte e Oeste. Juntas, as unidades realizam cerca de 25 mil cirurgias por ano. O munic�pio tem tamb�m uma unidade m�vel de esteriliza��o, que atua diretamente em �reas de risco sanit�rio e vulnerabilidade social. Em nota, a PBH esclareceu n�o ser necess�rio residir na regional para ter acesso � cirurgia, bastando fazer o agendamento.
E mais: “A prefeitura desenvolve pol�ticas, em v�rias frentes, para evitar o abandono, ou tratamento inadequado de doen�as transmitidas por animais. As a��es s�o voltadas, principalmente, para a guarda respons�vel, castra��o, vacina��o e mudan�a de comportamento das pessoas em rela��o aos animais. A atua��o da Zoonoses � orientativa e educativa.” Desde 2018, a Guarda Municipal tem uma patrulha ambiental que atua em casos que envolvam crimes contra a fauna e flora e que resultam no resgate de animais dom�sticos e silvestres.
Preferidos
Um levantamento feito pelo Instituto Pet Brasil (IPB) aponta o crescimento do n�mero de gatos como os animais de estima��o preferidos no pa�s. A cria��o dos felinos em casa teve alta de 8,1% entre 2013 e 2018. Enquanto isso, os c�es, mais numerosos nas casas brasileiras, registraram alta de menos da metade, com 3,8%.
Outra pesquisa, realizada em �mbito mundial pelo Instituto Royal Canin, revelou que 66% dos tutores de gatos agendariam consultas com mais frequ�ncia se a experi�ncia na cl�nica veterin�ria fosse mais agrad�vel para o animal. Al�m disso, 31% disseram ficar tensos ao planejar uma visita ao veterin�rio e 22% a adiaram para evitar o estresse de seu gato, ainda que 75% confiem no profissional.
Cuide do seu bicho
» Voc� quer mesmo ter um animal de estima��o? Antes de lev�-lo para casa, saiba que ele precisa de aten��o, castra��o, vacina e plaquinha de identifica��o
» Os animais vivem em torno de 20 anos, ent�o � preciso planejar o futuro dos bichos. Se voc� tem 80 anos e pega um filhote para criar, deve pensar numa pessoa para ficar com ele
» Os gatos t�m algumas caracter�sticas que os fazem �nicos como pet. S�o animais muito independentes e carinhosos
» Os felinos s�o asseados, gostam de lugares limpos
» E tamb�m s�o silenciosos, uma companhia “maravilhosa”
» Muito do que se diz sobre os gatos � mito: s�o interessantes, jamais interesseiros
» E mais: os felinos s�o bichos elegantes e bonitos
