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Estado de Minas MANIFESTA��O DA SEGURAN�A

Apoio de oficiais da Pol�cia Militar � manifesta��o preocupa governo de MG

Manifestantes da seguran�a p�blica que participar�o de ato, no dia 21, em BH, podem chegar a 20 mil


19/02/2022 14:23 - atualizado 19/02/2022 15:22

Policiais de choque atiram bombas em manifestantes na Avenida Afonso Pena
Policiais militares reprimiram professores em greve e agora, com apoio de oficiais, estar�o nas ruas por recomposi��o salarial (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A.Press)
A ades�o in�dita de oficiais, delegados e chefes das for�as de defesa social e seguran�a p�blica � manifesta��o pela recomposi��o salarial marcada para esta segunda-feira (21/2), na Pra�a da Esta��o, em Belo Horizonte, agrava a preocupa��o do governo mineiro, tendo paralelo apenas com a greve da Pol�cia Militar de Minas Gerais, de 1997, que terminou com cerco ao comando e com a morte do cabo Val�rio. � o que avaliam fontes ligadas ao movimento e a institui��es e corpora��es do setor ouvidas pela reportagem do Estado de Minas.

Pelos c�lculos do movimento, a previs�o � de que entre 10 mil e 20 mil servidores participem da manifesta��o, vindos de diversas partes do estado. Somente do interior, s�o esperados 80 �nibus e mais de 40 vans, que chegam a partir deste s�bado (19/2), sem contar carros particulares e funcion�rios das cidades da Grande BH.

"O governador prometeu a recomposi��o inflacion�ria parcelada. Todos tivemos paci�ncia. Ficamos engolindo a seco as transmiss�es dele durante o expediente, dizendo que estava colocando as contas em dia, os buracos do estado, mas a �gua chegou no nariz. A toler�ncia acabou totalmente", disse um policial militar da ativa que conversou com a reportagem sob  condi��o de anonimato.

Nas redes sociais, v�rios policiais militares, policiais civis, bombeiros militares e policiais penais t�m criticado o governo e cobrado abertamente a recomposi��o da infla��o nos �ltimos sete anos.

"Quando n�s, oficiais, entramos em um movimento desses, a gente acaba quebrando a cadeia hier�rquica. � ruim, porque n�s mesmos perdemos aquele controle estrito da tropa. Mas a coisa chegou a um ponto tal que a nossa n�o ades�o acabaria provocando esse mesmo efeito de perda de controle. � um caminho sem volta", afirma o oficial.

Um policial penal de um munic�pio da Zona da Mata que tamb�m conversou com a reportagem conta que foi feito um rateio dos funcion�rios p�blicos das corpora��es e institui��es para alugar um �nibus e rumar para a capital, �s 3h do dia 21.

"Policiais militares, civis e penais est�o indo juntos no mesmo �nibus com recursos pr�prios, sem ajuda de sindicatos ou de pol�ticos. No nosso caso, n�o v�o oficiais nem diretores do (setor) penal, mas ter�o sargentos, cabos, soldados, investigadores, escriv�os e policiais. Vemos o Zema como um bom governador para o estado, mas n�o para os servidores", afirma o policial penal.

No final de 2020, o governador enviou � Assembleia o Projeto de Lei nº 1.451/20, que previa recomposi��o de 41%, dividida em tr�s parcelas, sendo 13% em julho de 2020, 12% em setembro de 2021 e 12% em setembro de 2022.

Entre os apoiadores do movimento, o deputado estadual Sargento Rodrigues (PTB) afirma que a paci�ncia da tropa com o governador acabou e que os resultados que trouxeram a Minas Gerais o t�tulo de estado mais seguro v�o come�ar a cair com uma esp�cie de opera��o padr�o.

Deputado estadual sargento Rodrigues (PDT)
Deputado estadual sargento Rodrigues afirma que a paci�ncia acabou: 'Nunca os oficiais apoiaram um movimento, nem em 1997' (foto: Cristina Horta/EM/D.A Press - 27/07/2016)
"O governado tem de honrar com as duas parcelas que ainda faltam de recomposi��o salarial e n�o fazer pol�tica com as suas promessas. O que vai acontecer agora, al�m da manifesta��o, � um impacto no trabalho. Policial vai cumprir o dever, mas dentro do m�nimo. Se a velocidade na rua � 40 km/h, a viatura vai nessa velocidade. Acabou o neg�cio de usar telefone pr�prio para receber dados, enviar fotos de ocorr�ncia, acabou a agilidade para atender as ocorr�ncias", disse Rodrigues.

O parlamentar, que participou do movimento grevista de 1997, alerta que nem naquela �poca houve ades�o de oficiais e chefias da seguran�a p�blica, sem querer afirmar que h� possibilidade de viol�ncia, contudo.

"Um movimento desses a gente sabe como come�a, mas n�o pode garantir como vai terminar. Acabei de alertar o secret�rio de governo (Igor Eto) que o movimento ser� enorme e que conta com apoio dos oficiais da ativa, o que � in�dito. Temos alertado o governo que ele vetou as duas parcelas (do reajuste), e cobramos que honre seu compromisso. Ser� um movimento muito desgastante para o governo", avalia o parlamentar.

A reportagem enviou questionamentos sobre esquemas de seguran�a para o dia e negocia��es com as categorias manifestantes, mas ainda n�o recebeu retorno. Em nota, o governo do estado informou que herdou essa defasagem salarial e que conta com a aprova��o do regime de recupera��o para poder conceder a recomposi��o inflacion�ria.

Nota do Governo


"O Governo de Minas mant�m di�logo aberto com todas as categorias, levando em conta as necessidades dos servidores e o importante trabalho prestado por eles ao Estado. Mesmo diante a todas as dificuldades financeiras enfrentadas e aprofundadas pela crise sanit�ria da pandemia, em 2020, foi concedido reajuste de 13% para as for�as de seguran�a.

Com a ades�o ao RRF, projeto que aguarda an�lise da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), o Estado ter� condi��es de aplicar a recomposi��o da infla��o nos sal�rios de todas as categorias do funcionalismo p�blico, e dar continuidade ao pagamento das d�vidas herdadas, como os repasses para os munic�pios e os dep�sitos judiciais.

Atualmente, as despesas obrigat�rias do Estado ultrapassam 100% da arrecada��o na maior parte dos anos e a perspectiva � que elas permane�am pr�ximas desse patamar. O Governo de Minas tem se dedicado para conseguir, mesmo nesse cen�rio, trazer melhorias para os servidores, pois reconhece o trabalho valoroso que eles prestam."

Greve da PMMG de 1997


A greve da Pol�cia Militar de Minas Gerais de 1997 � considerada o maior movimento grevista da hist�ria das pol�cias. Foi motivada por um aumento salarial de 11% concedido pelo ent�o governador Eduardo Azeredo (PSDB) aos oficiais (tenente, capit�o, major, tenente-coronel e coronel), em detrimento dos pra�as (soldado, cabo, sargento e subtenente).

A rea��o foi imediata. No dia seguinte, dois colch�es foram queimados num dos dormit�rios do Batalh�o de Choque. Em 13 de junho, 700 policiais marcharam at� a porta do Pal�cio da Liberdade, at� ent�o a sede do governo. De costas para o local, os militares cantaram o hino nacional e se ajoelharam para rezar o pai-nosso.

Na semana seguinte, foi oferecido um abono fixo de R$ 102 - at� 20% para os sal�rios mais baixos. A proposta foi rejeitada e no dia 24, mais uma vez os militares marcharam at� o pal�cio, numa passeata que terminou com a participa��o de 4 mil homens da PM e 700 investigadores da Pol�cia Civil. No local, eles encontraram barreiras formadas por militares do interior. O clima esquentou e os manifestantes se preparavam para invadir o local quando o cabo Val�rio dos Santos Oliveira, de 36 anos, levou um tiro na cabe�a.

O militar havia subido em uma mureta para pedir calma aos colegas, quando foi atingido. Ele morreu quatro dias depois. O disparo foi atribu�do ao soldado Wedson Campos Gomes, de 30 anos, condenado a oito anos de reclus�o. O militar nunca assumiu a autoria, dizendo que atirou para cima, n�o contra o colega. A greve foi encerrada dois dias depois, com a eleva��o do abono fixo para R$ 200.


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