
A opera��o “Penit�ncia”, como foi batizada pelo Grupo de Atua��o Especial de Combate ao Crime Organizado – GAECO, possui apoio da Pol�cia Civil. O Minist�rio P�blico de Minas Gerais cumpriu 12 mandados de busca e apreens�o, cinco de pris�o preventiva e um de pris�o tempor�ria contra diretores, policiais penais, advogados e empres�rio.
As investiga��es apontaram que policiais penais cobravam propinas dos presos para os mais diversos fins, dentre eles transfer�ncias ou perman�ncia na unidade local (onde o regime semiaberto � domiciliar), obten��o de trabalho externo ou interno e outros confortos. O esquema estaria acontecendo desde 2016.
“J� se sabia, desde logo, a exist�ncia desse esquema. Foi apurado durante investiga��o, que os presos eram cientes que isso acontecia h� muito tempo. E falam isso abertamente: que para obter trabalho externo, eles t�m que pagar e para obter transfer�ncia, eles t�m que pagar. Esses negociadores pegavam esse dinheiro e encaminhavam para os l�deres do esquema, os servidores p�blicos”, explicou Igor Serrano Silva, chefe do Gaeco de Varginha, durante coletiva de imprensa.
Entre policiais penais, um empres�rio e advogados da cidade participavam do esquema. “Na verdade, o empres�rio, o que foi apurado � que ele tinha um elo com os respons�veis do pres�dio. Foi escolhido por ser de confian�a desses respons�veis do esquema”, afirmou o promotor de Justi�a Daniel Ribeiro Costa.
O Gaeco explicou que as pris�es preventivas foram necess�rias para que os suspeitos n�o atrapalhem as investiga��es, sendo que um deles j� tinha o mandado de pris�o em aberto e estaria foragido.
“� importante ressaltar que um dos motivos da pris�o preventiva foi que durante as investiga��es eles estavam destruindo as provas e se comunicando para combinarem as vers�es. Uma vez que eles j� estavam interferindo negativamente nas investiga��es”, ressaltou o chefe do Gaeco.
“Inclusive nas vers�es dos presos. Havia uma interfer�ncia na prova que estava sendo colhida’, completou o promotor.
Ainda de acordo com o Gaeco, os policiais penais foram ouvidos e encaminhados para a cidade de Matozinhos. O advogado segue para Uberl�ndia.
Defesa
O diretor geral do pres�dio de Varginha, Welton Donizete Benedito, o diretor adjunto, Rodolfo Correa Bandeira, e o coordenador geral, Edson Eleut�rio, foram presos durante a opera��o.

“Nossos Constituintes, Welton, Rodolfo e Edson, presos, preventivamente, nesta data, negam a pr�tica de quaisquer il�citos, sendo que, ap�s tomarem conhecimento de todo o processo, apresentar�o suas defesas e provas de suas inoc�ncias”, afirma o advogado Juliano Comunian.
O advogado preso na opera��o � F�bio Gama. Os outros advogados envolvidos apenas tiveram mandados de busca e apreens�o. Ele chegou a atuar na defesa do goleiro Bruno Fernandes, acusado de matar Eliza Samudio, quando esteve preso em Varginha. Em 2018, Bruno perdeu o direito do regime semiaberto depois de cometer uma falta grave. O caso foi publicado pela TV Alterosa Sul de Minas, na qual o goleiro � flagrado em um bar na companhia de mulheres e com uma lata de cerveja em cima da mesa.

O Estado de Minas entrou em contato com o escrit�rio do advogado e, por telefone, foi informado que no momento n�o ser�o dadas dec�ara��es. “Ainda n�o temos detalhes dos autos para dar uma resposta”, informou o escrit�rio.