(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas MEIA AMBIENTE

No Dia da �gua, regi�o mais �rida do pa�s d� exemplo de conserva��o

Especialista aponta que o Nordeste tem mobiliza��o e programa de conviv�ncia com o semi�rido e uso da chuva que n�o ocorre em outros biomas do Brasil


22/03/2022 07:00 - atualizado 22/03/2022 15:43

A importância da água para o planeta é inquestionável
A import�ncia da �gua para o planeta � inquestion�vel (foto: Pixabay/Divulga��o)
No Dia Mundial da �gua, quando se multiplicam os alertas pela preserva��o de um bem natural do qual depende todo tipo de vida, um dos exemplos de administra��o de recursos h�dricos pode vir da regi�o do pa�s em que eles s�o menos dispon�veis. A professora Irene Maria Cardoso, volunt�ria do Departamento de Solos da Universidade Federal de Vi�osa (UFV), explica que no Nordeste brasileiro se desenvolve um programa de conviv�ncia com o semi�rido que evita jogar a culpa em escassez ou na m� distribui��o de �gua ao longo do ano, o que n�o se v� em outros biomas.

VEJA TAMB�M: Charge de Quinho sobre o Dia Mundial da �gua

Um projeto que se desenvolveu “muito em fun��o de atua��es das organiza��es da sociedade civil na Articula��o do Semi �rido (ASA), com apoio de pol�ticas do governo federal at� 2018”, explica Irene Cardoso. A ASA tem um trabalho importante articulado de coleta de �gua da chuva, tratada para que possa servir para pessoas, animais e plantas.
“N�o vejo em outros biomas brasileiros – amaz�nia, cerrado, mata atl�ntica, pampas –, um programa com tamanha envergadura. O cerrado, por exemplo, � nossa caixa d'�gua, no Brasil. � extremamente importante para o abastecimento de nossos principais rios. Mas n�o vejo um programa governamental que cuide do cerrado. O que se v� cada vez mais � apoio ao agroneg�cio”, avalia. E compara: “A mata atl�ntica levou 500 anos para ser destru�da; o cerrado levou 20. As a��es s�o isoladas e, pelo contr�rio, vemos no governo federal um desmonte de todas as pol�ticas de cuidado com o ambiente”, afirma

A agr�noma, doutora em ci�ncias ambientais e presidente por quatro anos da Associa��o Brasileira de Agroecologia aponta que h� a��es para cuidado com as �guas nas diferentes esferas de governo (federal, estaduais e municipais), mas que s�o “pouco articuladas”. “� preciso pensar a forte rela��o entre �gua, biodiversidade, solo e ar. Est�o conectados. N�o adianta pensar em a��o em um desses componentes sem pensar no outro.” O solo, explica, purifica a �gua, exerce fun��o de um filtro que abastece os mananciais e nascentes, e estes abastecer�o os rios. � como se a nascente fosse uma torneira, mas a caixa d'�gua � o solo, que precisa estar protegido, coberto, estruturado, preservando os poros de infiltra��o da �gua.

Uma vez sem vegeta��o, a intensidade de chuvas, principalmente nos tr�picos, desagrega as part�culas, que s�o carregadas pela enxurrada, causando eros�o. Esse material vai para os rios e assoreia tamb�m nascentes. “Precisamos que a �gua caia e se infiltre, e para isso o solo precisa estar protegido, coberto”, explica a especialista. � preciso cuidado com uso de m�quinas que compactam os terrenos, assim como as patas do gado, quando a pastagem n�o � bem tratada.

A vegeta��o � a prote��o, e um solo poroso abriga uma comunidade de seres escondidos, que precisa de alimento. “Vida no solo � como gente, come as mesmas coisas, mas processadas de outras formas. Vivem de mat�ria org�nica, pode ser fruto, folha ou galhos podres. Ent�o essa vida no solo precisa ser alimentada.” A vegeta��o tamb�m protege dos fortes raios solares, que esterilizam a terra. “Cuidar da �gua � tamb�m ter cuidados com o solo, a vegeta��o e com o ar.”

Retomando o caminho da ro�a

Irene Cardoso defende que a contribui��o para uma qualidade ambiental melhor passa por “consci�ncia pol�tica, porque pol�ticas ambientais, cuidados com meio ambiente e fortalecimento das institui��es que cuidam do meio ambiente n�o caem do c�u. Precisamos entender que � preciso atuar politicamente se quer proteger o ambiente. Isso � pol�tica p�blica e depende de quem est� nos governos. Tenho que procurar saber o que est� acontecendo, interagindo e participando da vida pol�tica do pa�s, antes durante e depois de elei��o.

Mas atitudes “que parecem pouco” tamb�m podem fazer a diferen�a. A come�ar por se pensar de onde vem o alimento, quem produz, como � produzido. Entender que quem compra produto de um agricultor familiar, que n�o usa produtos qu�micos, est� ajudando a proteger as �guas. “Reaprender o caminho da ro�a pode ser, inclusive, mudar para a ro�a, mas tamb�m reconhecer, valorizar respeitar quem mora l� e cuida da sua �gua. E conhecer como � produzido, beneficiado e comercializado seu alimento”, afirma Irene.

Onde dispenso minha �gua?

A professora da UFV lembra ainda que as �guas usadas em ambiente dom�stico podem ser reutilizadas. “Se tenho condi��o de separar as �guas cinzas (de chuveiro, de pia de cozinha), essa �gua tem um tratamento mais f�cil, pode servir de irriga��o, passando por pequenos po�os que melhoram sua qualidade”, explica.

�guas de vaso sanit�rio, mais sujas, podem ser conduzidas a fossas biodigestoras de f�cil constru��o e manuten��o em pequenos espa�os. “N�o se deve pensar que s� governos precisam tratar a �gua em grandes usinas. Enquanto o Brasil importa mais de 90% do pot�ssio, mais 70% nitrog�nio, mais de 50% do f�sforo que utiliza, a gente joga nossos res�duos, que podem alimentar o solo, para poluir as �guas.”

Segundo a Copasa, o n�mero de domic�lios atendidos com disponibilidade de rede de distribui��o de �gua na �rea de concess�o da empresa e da Copanor � de 5.496.056, o que representa 99,4% dos im�veis residenciais das cidades atendidas pela empresa, contemplando aproximadamente 11,8 milh�es de pessoas. Os domic�lios atendidos com disponibilidade de rede coletora e tratamento de esgoto na �rea de concess�o s�o 3.221.654, o que representa 71,9% dos im�veis residenciais das cidades atendidas pela empresa, contemplando 8,4 milh�es de habitantes.

Desde 2017, a companhia desenvolve o Pr�-Mananciais, “visando proteger e recuperar as microbacias hidrogr�ficas e as �reas de recarga dos aqu�feros utilizados na capta��o de �gua para tratamento e distribui��o ao p�blico”. “A atua��o socioambiental da Copasa � pautada na Agenda 2030 da Organiza��o das Na��es Unidas (ONU), em seus respectivos Objetivos de Desenvolvimento Sustent�vel (ODS) e nos dez princ�pios do Pacto Global. O Pr�-Mananciais integra o ODS 6 – �gua e Saneamento, que tem entre suas metas melhorar a qualidade de �gua dos corpos d'�gua, apoiar e fortalecer a participa��o das comunidades locais para melhorar a gest�o da �gua e do saneamento”, informa a empresa.

Pouca �gua para muita demanda

A import�ncia da �gua para o planeta � inquestion�vel. Qualquer organismo na Terra � composto em sua maioria pelo l�quido. Para ajudar a conserv�-lo, em 22 de mar�o de 1992 a Organiza��o das Na��es Unidas (ONU) criou o Dia Mundial da �gua. � um esfor�o da comunidade internacional para colocar em pauta quest�es essenciais que envolvem os recursos h�dricos.

Estima-se que 97,5% da �gua existente no mundo seja salgada, portanto n�o � adequada ao consumo humano direto nem � irriga��o de lavouras. Dos 2,5% de �gua doce, a maior parte (69%) � de dif�cil acesso, pois est� concentrada nas geleiras, 30% s�o �guas subterr�neas (armazenadas em aqu�feros) e s� 1% se encontra nos rios e outros mananciais de superf�cie. Logo, o uso desse bem precisa ser pensado para que n�o prejudique nenhum dos diferentes usos que ela tem para a vida humana.

A �gua n�o est� limitada �s fronteiras pol�ticas dos pa�ses, raz�o pela qual quase metade da superf�cie terrestre � conformada por bacias hidrogr�ficas de rios compartilhados por duas ou mais na��es. O Brasil compartilha cerca de 82 rios com pa�ses vizinhos, incluindo importantes bacias como a do Amazonas e a do Prata, al�m de sistemas de aqu�feros Guarani e Amazonas, segundo a Ag�ncia Nacional das �guas (ANA).


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)