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Estado de Minas SA�DE

Suspeitas de raiva humana acendem alerta em Minas

SES refor�a medidas de preven��o enquanto investiga morte de um adolescente maxacali mordido por morcego e caso de menina internada com sintomas da doen�a


07/04/2022 04:00 - atualizado 07/04/2022 08:43

Fachada do Hospital Infantil João Paulo II, onde menina indígena foi internada com sintomas da doença
Fachada do Hospital Infantil Jo�o Paulo II, onde menina ind�gena foi internada com sintomas da doen�a (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press - 21/4/21)

A Secretaria de Estado de Sa�de de Minas Gerais (SES-MG) confirmou na tarde de ontem que investiga dois casos suspeitos de raiva humana, doen�a altamente letal, no estado. Os casos s�o de dois adolescentes ind�genas, da etnia maxacali,  no munic�pio de Bert�polis, no Vale do Rio Doce, que  sofreram mordeduras de morcego hemat�fago, transmissor da doen�a: um garoto, de 12 anos, que morreu na segunda-feira, em Te�filo Otoni (mesma regi�o); e uma menina, tamb�m de 12 anos, que, na madrugada de ontem, deu entrada no Hospital Infantil Joao Paulo II, em Belo Horizonte. De acordo com a �ltima informa��o divulgada pela SES, ela permecia em isolamento e seu quadro era est�vel.

Amostras  de material  dos dois pacientes foram coletas e ser�o encaminhadas para an�lise em laborat�rio. Embora lembre que � “importante esclarecer que ambos os casos se encontram em investiga��o, ou seja, ainda n�o est�o confirmados por exames laboratoriais”, a Secretaria de Sa�de acendeu o sinal de alerta. A pasta informou que encaminhou notifica��o da morte do adolescente com suspeita de raiva humana ao Minist�rio da Sa�de. e anunciou um s�rie de medidas preventivas contra a transmiss�o da raiva humana no estado.

Entre as a��es est�o: investiga��o na localidade de ocorr�ncia da exposi��o com busca ativa de pessoas que tiveram contato com o caso suspeito e encaminhamento para atendimento m�dico profil�tico,  contato com o Instituto Mineiro de Agropecu�ria (IMA) para a��es cab�veis; vacina��o antirr�bica de c�es e gatos da localidade; bloqueio focal e divulga��o do caso na regi�o com objetivo de alertar as pessoas sobre as formas de transmiss�o e preven��o da raiva.

A gravidade da raiva humana justifica o refor�o das medidas de preven��o mesmo com os casos sendo considerados ainda suspeito. Conforme informa o Minist�rio da Sa�de, a raiva � uma doen�a infecciosa viral aguda grave (...), que se caracteriza-se como  “uma encefalite progressiva e aguda com letalidade de aproximadamente 100%” (confira arte).

VACINA 


De acordo com registro da literatura m�dica, ao  longo da hist�ria de mais de 4 mil anos do primeiro registro da mol�stia, foram raros os casos de pacientes contaminados pela raiva humana que sobreviveram. A forma mais  eficaz  de preven��o contra a doen�a � vacina antirr�bica, descoberta pelo cientista franc�s Louis Pasteur em 1885.

A SES destaca a import�ncia de se procurar a unidade de sa�de mais pr�xima para avalia��o da necessidade de ado��o de medidas profil�ticas (administra��o de vacina e soro) em caso de qualquer incidente com mam�feros silvestres, sobretudo morcegos, bem como com c�es e gatos.

A vacina pode ser aplicada pr� ou p�s-exposi��o ao v�rus que provoca a doen�a, transmitido ao homem por mam�feros, entre eles c�es e gatos, que devem ser imunizados a partir  dos tr�s meses de idade. A profilaxia � essencial para evitar que a infec��o se instale em humanos e deve ser feita rapidamente. Pessoas n�o imunizadas que tenham sido atacadas por morcegos ou tido outros animais com suspeita da doen�a devem ser administradas cinco doses da vacina, uma no dia da mordida, e as seguintes ao 3º, 7º,14º e 30º dias. Al�m disso, caso a les�o seja grave, devem ser administradas imunoglobulinas antirr�bicas juntamente com a 1º dose da vacina.

Em Minas Gerais, conforme a SES, a �ltima morte por raiva humana foi registrada em 2012, na regi�o da Zona da Mata (leia mem�ria nesta p�gina). No  Brasil, segundo o Minist�rio da Sa�de, o �ltimo caso da doen�a  ocorreu em novembro de 2021, no munic�pio de Chapadinha (MT). Antes, houve no pa�s dois registros da doen�a em 2020, em Angra dos Reis (RJ ) e Catol� da Rocha (PB); e um caso em 2019 – Gravata� (SC).

OS CASOS 

O adolescente que morreu na segunda-feira em Minas chegou a ser internado na Unidade Pronto Atendimento (UPA) de Te�filo Otoni, no Vale do Rio Doce, depois ser mordido por um morcego hemat�fago,  na aldeia Pradinho, no  munic�pio de Bert�polis. De acordo com a diretora da UPA, Danielle Avelar, o menino deu entrada na unidade de pronto atendimento no domingo. Ele apresentava febre, confus�o mental, agita��o, v�mito, sialorreia, edema e ferida no l�bio superior. O quadro se agravou  e evoluiu para �bito na segunda-feira.

O prefeito de Te�filo Otoni, Daniel Sucupira (PT), disse que a fam�lia do adolescente informou que ele havia sido mordido pelo morcego na �rea maxacali 10 dias antes, mas continuou recebendo “tratamento” apenas com os rituais ind�genas, at� que o caso se agravou e ele foi encaminhado para o atendimento m�dico hospitalar.  Antes de ser encaminhado para a UPA,  a  v�tima recebeu atendimento em um hospital de Machacalis (na mesma regi�o, a 174 quil�metros de Te�filo Otoni).

Na ter�a-feira � noite,  uma menina de 12 anos da aldeia maxacali, que tamb�m teria sido mordida por um morcego, apresentou sintomas como cefaleia, febre e sonol�ncia. O quadro se agravou e ela foi encaminhada em uma ambul�ncia, sendo acompanhada por um m�dico, at� a UPA de Te�filo Otoni.

Por�m, a garota nem chegou a dar entrada na UPA. Foi conseguida uma vaga para a menina ind�gena no Hospital Infantil Jo�o Paulo II, da Funda��o Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) em Belo Horizonte, onde ela segue internada.

Conforme apurou a reportagem, a paciente foi colocada em um leito em isolamento, seguindo os protocolos cl�nicos, com as equipes m�dicas e demais profissionais de sa�de usando a paramenta��o e adotando a higieniza��o e todos os cuidados preventivos recomendados.

Mem�ria

�bito h� 10 anos

O �ltimo caso de raiva humana registrado em Minas Gerais foi de um produtor rural, de 32 anos, que morreu em 28 de junho de 2012, depois de contrair a doen�a em Rio Casca, na Zona da Mata.  Antes, tinha sido registrado um caso da doen�a  no estado em 2005,  no munic�pio de Prados, Regi�o Central.  O produtor rural de Rio Casca foi  atacado por um morcego. Mas o homem procurou atendimento m�dico somente 49 dias depois de ter sido mordido, quando come�ou a sentir os sintomas. Ele chegou ao hospital com um corte na m�o e suspeita de t�tano. Com o agravamento dos sintomas, o paciente procurou novo atendimento Hospital Arnaldo Gavazza, em Ponte Nova, na Zona da Mata. Somente nessa ocasi�o, a esposa dele relatou o ataque pelo morcego.   A v�tima foi transferida para o Hospital Eduardo de Menezes, em Belo Horizonte, onde passou por tratamento na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas  n�o resistiu e morreu.  An�lises da Funda��o Ezequiel Dias (Funed) e Instituto Pasteur (SP) comprovaram a contamina��o por raiva humana. Os exames identificaram o v�rus de morcego hemat�fago, causador da doen�a.

Gatos foram alvo de a��o em parque de BH

Fhemig/Divulgação
(foto: Fhemig/Divulga��o)

O risco de prolifera��o da raiva provocou alerta tamb�m na capital mineira no ano passado. De mar�o a 2 de dezembro, o Parque Municipal Am�rico Renn� Giannetti, no Centro da cidade, permaneceu fechado depois de a Prefeitura de Belo Horizonte ter identificado um gamb� com o v�rus da doen�a na �rea de lazer. Al�m disso, morcegos com a doen�a, que � mortal para humanos, tamb�m foram identificados na capital. Durante o per�odo de fechamento, a PBH aplicou a primeira dose ou refor�o de vacina antirr�bica em todos os gatos que vivem no parque e manteve o monitoramento dos felinos (foto) para evitar a transmiss�o da doen�a. Somente em 2021, foram diagnosticados 21 morcegos positivos para a raiva em BH.





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