
O jovem Eust�quio Jamerson Santos Jorge, de 21 anos, foi condenado a 29 anos e seis meses de pris�o pelos assassinatos da pr�pria m�e e da irm� na cidade de Monte Azul, no Norte de Minas. Marta Cristina Santos Jorge, de 49, e a adolescente, de 14, dormiam no momento em que foram executadas a facadas. Em seguida, o autor tentou suic�dio, mas sobreviveu e se entregou � pol�cia.
A condena��o aconteceu durante sess�o plen�ria do Tribunal do J�ri, no munic�pio mineiro, em 30 de mar�o, mas s� foi divulgada pelo Minist�rio P�blico de Minas Gerais (MPMG) nessa sexta-feira (8/4). Conforme a pe�a acusat�ria da promotoria, Eust�quio, � �poca com 20 anos, esfaqueou a m�e e a irm� 36 e 49 vezes, respectivamente. Os crimes aconteceram durante a madrugada de 9 de junho de 2021.
De acordo com a den�ncia oferecida pelo MPMG, o pai, caminhoneiro, e a m�e, que era manicure, viviam com os filhos, de 20 e 14 anos. Por�m, a partir de 2019, as brigas entre o pai e o filho se tornaram constantes. O pai cobrava do jovem que arrumasse um trabalho, enquanto ele, cada vez mais agressivo, se recusava a sair de casa, alegando ter s�ndrome do p�nico e outros problemas que o tornavam antissocial.
Na ocasi�o, a fam�lia prop�s que o rapaz iniciasse um tratamento m�dico, mas ele recusou sob pretexto de n�o aceitar o dinheiro dos pais. Logo, como pontua o MP, o jovem criou “uma falsa armadilha mental”, na qual recusava-se a trabalhar por alegar s�ndrome do p�nico e n�o aceitava o tratamento porque seria pago pelos pais. Logo, sem emprego, n�o poderia arcar com o tratamento do problema que alegava impedi-lo de ter um trabalho.
Para o promotor de Justi�a Fl�vio Barreto Feres, o caso causou grande como��o na cidade, e a crueldade e falta do remorso do acusado chamaram a aten��o dos jurados durante o julgamento. Conforme pontua a promotoria, o r�u tentou “distorcer os fatos para justificar a sua conduta, transferindo a culpa de suas a��es ao suposto bullying sofrido, consistente na exig�ncia dos pais para que ele trabalhasse”.
Antes dos assassinatos, cachorro da irm� tamb�m foi morto
Como as brigas entre pai e filho eram cada vez mais constantes, a m�e sugeriu ao marido que ela e os dois filhos fossem morar em outra casa, o que foi feito.
“J� na nova resid�ncia, na aus�ncia da m�e e da adolescente, que frequentemente visitavam o pai, o rapaz matou o cachorro da irm� e escondeu o corpo em um terreno vizinho”, diz o Minist�rio P�blico mineiro, acrescentando que, pouco tempo depois, ele executou a m�e e a irm�.
O dia do crime
Ap�s cometer o duplo homic�dio, na madrugada de 9 de junho do ano passado, Eust�quio Jamerson Santos Jorge tentou se matar ao cortar os pulsos, al�m de aplicar um golpe de faca no pr�prio pesco�o. Como n�o conseguiu o autoexterm�nio, ele foi de bicicleta at� o quartel da PM na cidade, onde se entregou e confessou os crimes.
Posteriormente, ele foi encaminhado para o Hospital Nossa Senhora das Gra�as, em Monte Azul, onde ficou internado, sob escolta policial.
“Indigna��o, pois minha m�e e minha irm� falam que sou eu o motivo da separa��o entre ela (a m�e) e meu pai.” De acordo com boletim de ocorr�ncia da Pol�cia Militar, ao qual o Estado de Minas teve acesso � �poca, essa foi a resposta do autor confesso ao ser questionado sobre a motiva��o do duplo homic�dio.
Mais de nove meses ap�s o crime, Eust�quio foi condenado. O Minist�rio P�blico, por�m, n�o esclareceu se ele permaneceu preso desde que cometeu o duplo homic�dio.