
Apesar da queda do d�lar nas �ltimas semanas, o consumidor n�o sentiu o al�vio no bolso. Pelo contr�rio. �s v�speras do feriado da Semana Santa, motoristas enfrentam aumento de R$ 0,30 no litro do etanol, que passou, em m �dia, de R$ 5,09 a R$ 5,19 para R$ 5,39 a R$ 5,49 em uma semana.
A gasolina, embora sem aumento, permanece nas alturas. Na capital mineira, o consumidor pode pagar at� R$ 7,89 pelo litro do combust�vel. O pre�o m�dio encontrado � de R$ 7,49, uma queda de 0,43%, ou R$ 0,03 com rela��o a mar�o. O levantamento � do site de pesquisas Mercado Mineiro, realizado entre os dias 5 e 9 de abril.
J� o diesel, pode ser encontrado a um pre�o m�dio de R$ 6,71, enquanto o maior valor nas bombas, de acordo com a pesquisa, foi de R$ 6,99.
Segundo dados da Associa��o Brasileira dos Importadores de Combust�veis (Abicom), obtidos pelo Correio Braziliense, 33 dias ap�s o mega-aumento de 18% no pre�o da gasolina promovido pela Petrobras, o litro do combust�vel, no mercado interno, est� R$ 0,10 acima da paridade de importa��o.
Queda no d�lar
A volatilidade do d�lar influencia diretamente no pre�o dos barris de petr�leo. Contudo, o consumidor n�o v� isso nas bombas de forma imediata. "Em um cen�rio de mudan�a imediata nos pre�os, o consumidor enfrentaria uma espiral de pre�os. Na mesma velocidade que o valor do combust�vel cairia, ele tamb�m sofreria aumento", pontua o advogado e economista, Alessandro Azzoni.
A pol�tica de pre�os da Petrobras se d� com base no Pre�o de Paridade Internacional (PPI), levando em considera��o o pre�o internacional e a varia��o cambial. "N�o � como a soja, o milho e outras commodities que � feita simultaneamente. No caso do petr�leo, os reajustes passam por uma s�rie de discuss�es e comit�s que consideram uma m�dia de varia��o cambial de determinado per�odo e a estat�stica dela no futuro", comenta Azzoni.
Ou seja, para ajustar o pre�o dos combust�veis, seja para cima, seja para baixo, demanda tempo. O �ltimo reajuste da Petrobras foi no dia 11 de mar�o. � �poca, a mudan�a nos valores, que n�o acontecia h� dois meses, foi justificada pela disparada dos pre�os dos barris de petr�leo por causa da guerra na Ucr�nia.
"Lembrando que quando se faz o ajuste de combust�vel, todo o centro log�stico e distribui��o � afetado", enfatiza o economista.
Cen�rio inst�vel
Para Andr� Braz, economista do Instituto Brasileiro Economia e da Funda��o Get�lio Vargas, o cen�rio econ�mico internacional, com rela��o ao pre�o do petr�leo, seguir� inst�vel enquanto perdurar a guerra na Ucr�nia. "O d�lar caminha para valores mais baixos agora, mas nada garante que esse seja de fato o futuro dele, mesmo que de curto prazo", pontua.
"Esse deslocamento da cadeia de petr�leo d� trabalho e n�o se normaliza da noite para o dia. O pre�o caiu porque o mundo est� usando suas reservas", comenta. Segundo Braz, existem boas reservas dispon�veis e que podem sustentar pa�ses por um tempo. Por�m, com os embargos contra a R�ssia, uma das principais exportadoras de petr�leo, a falta do recurso pode impactar todo o setor a curto e longo prazo.
"A medida que essas reservas diminuem e novos acordos n�o se estabelecem com a mesma firmeza que tinham com a R�ssia, ainda h� o risco do pre�o reagir � falta desse recurso e o avan�o do uso de reservas", reitera o especialista.
Outro lado
O presidente do Sindicato do Com�rcio Varejista de Derivados do Petr�leo do Estado de Minas Gerais (Minaspetro), Rafael Macedo, enfatiza que o motivo da alta no pre�o dos combust�veis n�o se limita ao pre�o do petr�leo e do d�lar. Outras vari�veis interferem no c�lculo.
"O pre�o leva em conta, especialmente da gasolina, a mistura do etanol. Dentro da gasolina comercializ�vel, 27% da mistura � etanol, que, ao contr�rio do petr�leo, teve alta expressiva nos �ltimos dias", explica.
Segundo Macedo, com o aumento da gasolina, o etanol tamb�m sofreu reajuste nos �ltimos dias. O processo segue a l�gica econ�mica da oferta e procura, uma vez que existe uma alta demanda pelo derivado de cana-de-a�ucar como substituto mais barato para a gasolina.
O reajuste do etanol pelos produtores do combust�vel � repassado para os postos e, por �ltimo, para o consumidor final.
"O dono do posto de combust�vel sofre tanto quanto o consumidor com essas altas do combust�vel", defende Rafael Macedo. No enato, segundo ele, � preciso reduzir a margem de lucro, uma vez que o consumidor abastece menos quando o pre�o do produto est� elevado.
"Ficamos ref�ns das usinas de etanol, das distribuidoras e da pr�pria Petrobras".
"Agora que teve essa redu��o do barril, se a Petrobras n�o repassar l� no primeiro elo da cadeia essa redu��o, vai ser muito dif�cil que ela chegue nos postos", completa.