
Depois de dois anos, fi�is de Sabar� e turistas reviveram nesta quinta-feira (14/4), uma tradi��o que ocorre h� mais de tr�s s�culos na celebra��o da Semana Santa. A abertura do Santo Sepulcro, na Igreja de S�o Francisco, simboliza o vel�rio de Jesus Cristo e resgata um importante momento de f� daqueles que querem permanecer em ora��o ou fazer vig�lia. A cerim�nia foi suspensa em 2020 e 2021 em virtude da pandemia do coronav�rus, mas foi retomada com programa��o especial para celebrar a morte de Cristo.
Habitualmente, os sabarenses celebram a abertura do Santo Sepulcro nas quintas-feiras santas, se diferenciando das demais igrejas da regi�o - que fazem o ritual na Sexta-Feira da Paix�o. O ritual � considerado um dos mais longos da tradi��o religiosa local porque inclui uma vig�lia de 24 horas.
A ideia surgiu para que outros devotos pudessem comparecer � cerim�nia e para que ela n�o confrontasse com o restante da programa��o - hoje, haver� a Cerim�nia da Crucifica��o, o Serm�o das Sete Palavras, o Descendimento da Cruz e a Prociss�o de Enterro.
A celebra��o serviu de reencontro entre os cat�licos. Al�m do momento de ora��o, muitos fi�is que n�o se viam desde antes da pandemia tiveram a chance de se reencontrarem nas celebra��es. Apesar disso, a cerim�nia na cidade hist�rica ocorreu com n�mero restrito de participantes, atendendo aos protocolos previstos na cidade para o combate da COVID-19.
V�rios rituais foram retirados da programa��o tradicional. N�o houve o beijo da imagem, nem a troca de moedas, por�m, os presentes puderam tocar a imagem com ramos de manjeric�o, alecrim e mirra.
A dona de casa Maria In�s Lopes, de 75 anos, admitiu que ficou com saudade de estar presente nas celebra��es: "Ficamos muito tristes, porque a cidade ficou abalada com a pandemia. Gra�as a Deus, podemos estar aqui e isso representa muita b�n��o para n�s. Sou nascida e criada aqui e desde crian�a acompanho as celebra��es. Mas somente a pandemia para nos deixar em casa".
"Vir aqui significa ter muita paz em minha vida. N�o deixo de vir. � uma maravilha", acrescenta ela, emocionada.

Natural de Carm�polis de Minas, na regi�o central do estado, Maria da Consola��o Barros Duarte, de 64, voltou a se "sentir em casa" ao assistir � cerim�nia: "� muito emocionante essa vinda. A gente sempre reza em casa, mas n�o � a mesma coisa. Queremos sempre estar presentes na igreja, mas n�o deixamos de participar em casa com as ora��es".
A possibilidade de encontrar outras companheiras de ora��o foi uma motiva��o a mais neste ano: "� muito forte e muito bom. Rever os amigos, participar das celebra��es � muito melhor".