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Estado de Minas GUERRA na europa

Fam�lias ucranianas buscam uma vida nova em BH

Primeiro grupo de refugiados chega a Minas ap�s o conflito iniciado em 24 de fevereiro.


01/05/2022 04:00 - atualizado 30/04/2022 22:34

grupo de ucranianos chega a BH
Composto na maioria por mulheres, o grupo chega a BH com sonhos de recome�o (foto: GLADYSTON RODRIGUES/EM/D.A PRESS)

Sorriso emocionado iluminando o rosto cansado, bra�os cruzados sobre o peito num s�mbolo de ternura, l�bios balbuciando palavras de agradecimento. Com esses gestos singelos, Olena Zibrova, de 66 anos, retribuiu, no in�cio da tarde de ontem, a calorosa recep��o no aeroporto internacional de Confins, na Regi�o Metropolitana de Belo Horizonte, aos primeiros refugiados ucranianos que chegam � capital mineira.

Mais velha de um grupo de quatro fam�lias, no total de 13 pessoas que s� falam seu idioma (ucraniano), Olena veio na companhia das filhas Poliana, de 24, e Viktoriia Bodnariuk, de 22, e contou ser natural de Kryvyi Rih, no Sudeste do pa�s, cidade do presidente Volodymyr Zelensky, que lidera os ucranianos na guerra contra a R�ssia.

A viagem em busca de vida nova, longe dos bombardeios, foi longa. Primeiro, deixaram a terra natal, familiares e pessoas queridas devido � guerra, muitos deles agora mortos; depois ficaram em Vars�via, capital do pa�s vizinho ao seu, a Pol�nia, em compasso de espera, at�, finalmente, viajarem dois dias rumo ao Brasil. 

A chegada a BH estava prevista para sexta-feira, mas problemas na conex�o em Frankfurt, na Alemanha, atrasaram os planos.

Ontem, exatamente �s 12h30, as fam�lias chegaram ao desembarque em Confins. Na sofrida e delicada situa��o de “refugiadas”, as 13 pessoas, das quais cinco crian�as, est�o sendo acolhidas pela Igreja Batista Central, localizada na Regi�o Centro-Sul de BH.
Cerca de 50 pessoas com bandeiras e flores aplaudiram e desejaram em voz alta "laskavo pr�ximo", som em portugu�s para "bem-vindos" na l�ngua ucraniana. "Estou com o cora��o batendo acelerado de emo��o", comentou uma mineira ao lado da filha adolescente, agitando uma bandeira.

Composto na maioria por mulheres, o grupo tem cinco adultos, tr�s jovens e as crian�as, com idade entre 2 e 12 anos. Com o semblante naturalmente fatigado de quem viaja v�rias horas de avi�o, acentuado pelo estresse extremo do conflito no pa�s invadido pela R�ssia, eles s�o os primeiros ucranianos que chegam a Minas ap�s o conflito, iniciado em 24 de fevereiro. 
Segundo dados da Organiza��o das Na��es Unidas (ONU), a guerra j� motivou a sa�da de cerca de 6 milh�es de ucranianos.

Foi uma chegada t�o emocionante, que quase todos os presentes � recep��o aos ucranianos deixavam escapar l�grimas, incluindo rep�rteres escalados para a cobertura. 

"Os ucranianos adoram flores, por isso h� tantos buqu�s aqui hoje. Tenho certeza de que meus conterr�neos v�o gostar muito de Belo Horizonte", disse o engenheiro de telecomunica��es Vitalii Afanasiev, de 37, residente h� 14 anos em BH, casado com a belo-horizontina Rafaela e pai das meninas Mila, de 5, e Lia, de 4. Todos ofereceram aos rec�m-chegados flores azuis e amarelas, as cores nacionais do pa�s europeu.

ACOLHIDA
De acordo com o pastor Paulo Mazoni, da Igreja Batista Central, que recepcionou o grupo e fez uma ora��o, as fam�lias seguiram para um hotel e, nos pr�ximos dias, para quatro casas localizadas no Bairro Luxemburgo, na Regi�o Centro-Sul da capital. As moradias s�o mobiliadas e ter�o as despesas pagas por um per�odo de 12 meses.
"Eles vieram com a roupa do corpo, por isso vamos ajud�-los em tudo. Estamos aguardando a vinda de mais 15 refugiados ucranianos. A embaixada do Brasil na Pol�nia, o governo brasileiro... tivemos todo apoio para trazer o grupo. Fazemos o melhor para receb�-los", disse o pastor, explicando que os refugiados s�o de religi�es e localidades diversas, e que o destino, o Brasil, especificamente Minas, foi decidido pelos pr�prios ucranianos. O pastor disse n�o ter d�vidas de que eles v�o gostar do p�o de queijo e do feij�o-tropeiro.

Nos primeiros momentos em solo brasileiro, n�o havia sinais de estranhamento, mas demonstra��es de vontade de interagir, mesmo ante as barreiras da l�ngua. As filhas de Vitalii e Rafaela, Mila e Lia, logo se aproximaram das crian�as rec�m-chegadas – os irm�os Sofia, de 8, e Illya, de 6, com a m�e, Rafaela Mendes, fazendo as apresenta��es.

Todos sorriram muito, participaram da ora��o, traduzida pela ucraniana residente em BH Svitlana Muzychenco, que mora h� oito anos em BH, � casada com um mineiro, trabalha em projetos humanit�rios, e trazia, na recep��o, uma bandeira do pa�s europeu amarrada como se fosse uma capa.

No desembarque, algumas cenas despertaram ternura: uma crian�a afagando as m�os da m�e; o menino de 2 anos dormindo no colo, e a alegria diante do coro de bem-vindos.
Para garantir a nova vida aos refugiados, as fam�lias receber�o suporte m�dico, e as crian�as ser�o encaminhadas para a escola. Os adultos ter�o aulas de portugu�s ministradas por volunt�rios. “Em alguns casos, os adultos ter�o coloca��o no mercado de trabalho”, conforme nota divulgada pela Igreja Batista Central, que est� ligada ao Global Kingdom PartnerShip Network (GKPN), rede internacional sob a lideran�a do pastor brasileiro Elias Dantas, que, desde o come�o do conflito, "vem conseguindo tirar 300 fam�lias por dia" das �reas de risco na Ucr�nia. 

PARCERIA
O GKPN, ao qual est� vinculada a Igreja Batista Central, � um movimento presente em 108 pa�ses agregando pastores e empres�rios crist�os. No mundo, acolhem 2,5 mil fam�lias de refugiados ucranianos.

As fam�lias que decidiram vir para o Brasil t�m as despesas a�reas custeadas por meio de ofertas de igrejas e empres�rios do movimento. No Brasil, o primeiro grupo foi acolhido em Curitiba (PR), pela Primeira Igreja Batista; o segundo, pela Igreja da Cidade, em S�o Jos� dos Campos (SP); e o terceiro pela Igreja Batista Central, em Belo Horizonte. O projeto envolve inicialmente o per�odo de 12 meses. Entre a metas, est�o manter as fam�lias em unidades habitacionais, oferecer alimenta��o, encaminhar as crian�as � escola e os adultos para aulas de idioma, e, em alguns casos, emprego para os refugiados.  


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