
As apresenta��es da Filarm�nica de Minas Gerais costumam ser marcadas por uma integra��o absoluta entre o p�blico e os m�sicos. Neste 1º de maio, n�o foi diferente numa apresenta��o memor�vel da orquestra. O p�blico compareceu em massa na Pra�a da Savassi, neste domingo de outono, para assistir ao primeiro concerto da s�rie Filarm�nica na Pra�a, depois de dois anos sem eventos p�blicos devido ao isolamento social para controlar a COVID-19.
O repert�rio teve um sabor bem brasileiro. "Estamos celebrando 200 anos da Independ�ncia do Brasil e 100 anos da Semana de Arte Moderna, ent�o isso tudo foi pano de fundo para mostrar as ra�zes brasileiras, a influ�ncia do folclore brasileiro na m�sica sinf�nica", definiu o maestro Fabio Mechetti, diretor art�stico e regente da filarm�nica. A manh� de temperatura agrad�vel favoreceu a apresenta��o, que foi ao ar livre.

O sentimento de alegria de retornar aos eventos presenciais tomou conta do p�blico, que lotou a pra�a da Savassi. O maestro F�bio Mechetti regeu a orquestra com 85 m�sicos, que entraram em sintonia com o p�blico de cerca de 7 mil pessoas. "� um sentimento de muita alegria. Primeiramente, pelo retorno das atividades da filarm�nica em local aberto e com a recep��o calorosa que o p�blico deu", afirmou.

Ele destacou a maneira atenta com que as pessoas escutaram o repert�rio. "Durante a execu��o das m�sicas, embora milhares de pessoas estivessem assistindo, houve sil�ncio. As pessoas ouviram nosso programa e depois aplaudiram de forma calorosa. Tanto n�s estamos felizes em retornar quanto o p�blico de poder apreciar a beleza da m�sica sinf�nica da filarm�nica", avaliou.
O programa come�ou com o Hino Nacional, quando todos se levantaram em rever�ncia � obra. A cada momento do programa, o maestro Fabio Mechetti apresentava informa��es sobre as composi��es. Abre com Alberto Nepomuceno, O Guaratuja: prel�dio e Batuque, que s�o obras surpreendentes. Depois o maestro escolheu "Tiradentes", de Eliazar de Carvalho, uma pe�a muito l�rica, que permite a contempla��o do p�blico.
Seguiu-se um momento mais experimental, marcado por uma identidade bem brasileira, com motivos folcl�ricos: Congada, dan�a, de Mignone, e Ponteio, de Mendes, e Guerra-peixe, de Mour�o. Para finalizar, Carlos Gomes, com Fosca: sinfonia e O Guarani: Protofonia, composi��es muito alegre e que o maestro brinca que ser "o segundo hino nacional brasileiro". Depois de muitos aplausos e muitos gritos de "bravo", a filarm�nica apresentou Aquarela do Brasil, de Ary Barroso, e Tico-tico no fub�, de Zequinha Abreu. Era poss�vel sentir a satisfa��o das pessoas de estarem juntas.

A professora Isabela Soares, de 39 anos, foi com o marido Frederico Delazari e o filho Bernardo, de oito meses. "Muito importante esses momentos abertos ao p�blico, eventos culturais que a gente pode trazer a fam�lia e todo mundo participa. Foi maravilhoso. Fiquei emocionada", afirmou.
Ela lembrou de como o concerto simboliza a retomada depois de momentos t�o dif�ceis causados pela pandemia. "Ter contato com outras fam�lias, outras pessoas, � muito bom. Ficamos muito tempo em casa. Poder estar com minha fam�lia neste momento, sem m�scara, � emocionante", avaliou. Este foi o primeiro evento p�blico que ela participou, depois do isolamento imposto pelo novo coronav�rus.
A administradora de empresas Andr�a Furtado de Almeida, de 45 anos, classificou o concerto como magn�fico. "Principalmente, porque essa apresenta��o vem em um momento em que a pandemia est� normalizada e todos estamos com desejo de ter uma vida livre de novo. A� temos esse momento na Pra�a da Savassi com a filarm�nica. � muito bonito", avaliou.
Ela foi acompanhada da irm� Micaela, de 22 anos, e com a m�e Maril�ndia, de 70 anos. "Minha m�e perdeu o marido h� um ano e ele vinvenciava muito a m�sica cl�ssica. Diariamente, na minha casa, a gente escutava m�sica cl�ssica", disse. Para lidar com a perda, a irm� se refugiava no "quarto da �pera do papaizinho" na casa. "Foi muito especial para ela e para minha m�e vivenciar todo esse momento e trazer a lembran�a do meu padastro", completou.