
Um tumulto generalizado no Centro de Sa�de Piratininga, em Venda Nova, se transformou em caso de pol�cia na tarde desta quarta-feira (8/6). Insatisfeitos com a falta de vagas para atendimento m�dico, seis populares bloquearam o port�o da unidade e amea�aram m�dicos, enfermeiras e demais trabalhadores caso n�o recebessem a senha.
Foi necess�rio que a Pol�cia Militar e a Guarda Municipal atuassem para que os funcion�rios fossem embora para casa. Apesar disso, depois que a situa��o foi apaziguada, v�rios trabalhadores ficaram at� mais tarde, ultrapassando a oferta de atendimentos do dia. Nenhum dos populares foi preso.
"Eles chegaram no posto por volta de 12h, e quando foram avisados de que n�o poderiam passar pelo m�dico, come�aram a se exaltar. Nos xingaram muito e afirmavam que era um absurdo eles n�o serem atendidos. N�o queriam nos deixar ir embora", afirmou um m�dico, que preferiu n�o se identificar.
O tumulto ocorreu quando uma crian�a passou pela triagem da unidade, mas n�o obteve atendimento. A m�e logo ficou do lado de fora do posto e disse que n�o deixaria ningu�m ir para casa caso a menina n�o passasse pelo m�dico. Em seguida, outras cinco pessoas ajudaram a bloquear a sa�da e a insultar os funcion�rios.
"Todos est�o com medo de trabalhar amanh�. Fomos amea�ados de que eles estar�o na porta para acertar as contas", afirmou o m�dico, respons�vel por chamar a Pol�cia. "Uma pessoa chegou alterada e deu um tapa na mesa. O funcion�rio que estava com a gente quase foi agredido", relatou o profissional.
Falta de vagas
O posto de sa�de oferece cerca de 50 fichas por dia para atendimento, mas, em dias de maior movimento, como segunda e ter�a, o n�mero chega a 70.
Os casos mais graves s�o encaminhados para a Unidade de Pronto-Atendimento.
"Fazemos a triagem, passamos laudos dos testes de COVID e fazemos o encaminhamento para a UPA, se necess�rio. Mas todos os pacientes estavam clinicamente est�veis. Muitos deles querem pedir medica��o, atestados, mas n�o podemos fornecer", conta uma enfermeira que estava no momento do tumulto.
O m�dico lamenta que n�o haja melhores condi��es de trabalho: "A situa��o dos funcion�rios � ca�tica. Temos sofrido agress�es verbais com frequ�ncia. Precisamos de mais seguran�a. A PBH alega que n�o h� verba para ter guardas municipais em todas as unidades".
Em nota, a PBH disse que refor�ar� a seguran�a do local nesta quinta-feira (9/6). "A Guarda Municipal foi acionada para conter um tumulto no Posto M�dico do bairro Piratinga, na tarde desta quarta-feira (8). No local, os agentes foram informados que uma paciente, insatisfeita com o fato de seu atendimento n�o ter sido considerado prioridade durante a triagem, for�ou o fechamento da porta do local, para que ningu�m mais sa�sse ou entrasse da unidade", diz o comunicado.
"A paciente alegou que teve o bra�o direito machucado por um suposto funcion�rio que for�ou a abertura do port�o, pelo lado de fora. Ela teria ainda discutido com uma enfermeira. Os guardas municipais contiveram o tumulto, registraram a ocorr�ncia e encaminharam o boletim para a delegacia da Pol�cia Civil. As rondas preventivas da Guarda Municipal ser�o refor�adas no local, nesta quinta-feira", complementa.
O Estado de Minas tamb�m questionou o Sindicato dos M�dicos de Minas Gerais (Sinmed-MG) e aguarda retorno.