
Acidentes como o de sexta-feira (10/6) no Anel Rodovi�rio, que deixou dois mortos, s�o cenas comuns para quem mora na regi�o. Segundo dados do Comando de Policiamento Rodovi�rio levantados pela reportagem do Estado de Minas, 272 acidentes de tr�nsito ocorreram na via somente em 2022.
A popula��o que mora pr�ximo ao local do acidente envolvendo oito ve�culos e que matou duas pessoas na noite de ontem contou que ocorr�ncias como essas s�o repetitivas naquele trecho. O aposentado Ant�nio Viana, de 85 anos, vive na regi�o h� mais de 40 anos e revelou como foi assistir a mais um acidente grave.
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“Eu estava sentado, assistindo televis�o, quando escutei os estrondos e o barulho de batida. Foi muito alto. Parecia que ia arrasar tudo. Tenho a impress�o de que se eles n�o mudarem a sinaliza��o da via, a situa��o n�o vai mudar. J� vi muitos acidentes graves nesse lugar e esse �ltimo foi horr�vel”, disse ele.
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O mec�nico Bernardo Augusto, de 24 anos, trabalha em uma oficina na marginal do Anel. Ele estava dentro de casa, jogando videogame, quando escutou altos estrondos e sentiu a rua tremer. O jovem trabalha na regi�o h� pouco mais de dois meses e contou que este foi o acidente mais grave que j� presenciou na rodovia.

“Eu sa� para ver a movimenta��o e cheguei a conversar com um homem que estava preso nas ferragens. Ele ainda estava consciente quando fiquei pr�ximo. Tentei acalmar ele, mas foi dif�cil conversar porque muita gente veio saquear a carga de cerveja que ficou espalhada. N�o tive mais not�cias dele depois disso. Foi horr�vel”.
"Todo dia tem acidente grave aqui"
O microempreendedor Hudson Carlos, de 46 anos, tamb�m � morador da regi�o. Ele estava fechando o port�o de casa quando o acidente ocorreu. Com o alto barulho, todos os vizinhos sa�ram de casa para acompanhar o movimento. Hudson afirmou que acidentes graves s�o di�rios no local devido � forte descida da rodovia.

“N�o tem como explicar os governantes n�o encontrarem uma solu��o para o problema do Anel Rodovi�rio. Todo dia tem acidente grave aqui e todo dia tem gente inocente morrendo por causa disso. O susto, o estrondo foi t�o grande que todo mundo saiu para acompanhar. Eles precisam proibir a passagem das carretas no Anel. S� assim para melhorar”.
Jos� Carlos, de 26 anos, � propriet�rio de carretas e caminh�es e estava em casa quando o acidente aconteceu. Ele escutou os barulhos, mas n�o saiu de casa para acompanhar. Na manh� de s�bado (11/6), durante o trabalho do guincho para retirar as carretas da via, ele acompanhou a a��o.

“J� presenciei v�rios acidentes. Pessoal que n�o conhece a regi�o n�o sabe que a descida acaba com o afunilamento da pista. Voc� desce o Anel todo com tr�s pistas, chega aqui s� tem duas. O caminh�o desce com o freio quente e n�o consegue parar quando tem engarrafamento”.
Carretas seguiam no Anel ap�s acidente
At� o final da manh� de s�bado, as duas carretas que se envolveram na colis�o ainda estavam no Anel. Por volta das 10 horas da manh�, o guincho chegou para retirar os ve�culos do local.
Curiosos que passavam pelo trecho, pararam para fazer registros da cena. O aut�nomo Walson Amaral, de 52 anos, ficou sabendo do acidente quando recebeu fotos e v�deos da ocorr�ncia pelo grupo de WhatsApp com os amigos e foi at� o local para ver de perto a situa��o.
“Umas tr�s vezes por ano tem um acidente feio aqui na regi�o. Tem radar, tem sinaliza��o, tem tudo, mas o pessoal de fora que n�o conhece o Anel e n�o conhece a regi�o tem dificuldade para andar aqui. Enquanto n�o tiver uma sa�da para caminh�o aqui na rodovia, os acidentes v�o continuar acontecendo”.
O acidente de sexta matou o publicit�rio Paulo Silva, de 61 anos, e o presidente do grupo de festa junina Quadrilha P� Rachado, Douglas "Tuca", e feriu outras oito pessoas.