
Com a maior malha rodovi�ria do Brasil, com 16% do total de vias e mais de 270 mil quil�metros de extens�o, Minas Gerais lidera em n�meros absolutos de acidentes, mas � o terceiro estado no ranking com �ndices elevados de ocorr�ncias mais graves nas estradas federais.
O levantamento foi feito pela Funda��o Dom Cabral, que levou em considera��o dados da Pol�cia Rodovi�ria Federal (PRF) entre 2018 e 2021, al�m de variantes como n�meros de ve�culos que circulam na via diariamente, mortes e danos materiais.
O levantamento foi feito pela Funda��o Dom Cabral, que levou em considera��o dados da Pol�cia Rodovi�ria Federal (PRF) entre 2018 e 2021, al�m de variantes como n�meros de ve�culos que circulam na via diariamente, mortes e danos materiais.
Minas registrou um total de 8.197 acidentes de tr�nsito em vias com alto volume de circula��o de ve�culos por dia, o que representa 13,4% do total.
O estado ficou atr�s de Rio Grande do Sul e Paran� na pesquisa, apresentando taxa de acidentes de 209,7 e taxa de severidade de 897, que considera justamente as ocorr�ncias com maior gravidade nas estradas analisadas.
Os dois estados do Sul do pa�s tiveram menor n�mero absoluto de acidentes em vias movimentadas do que Minas – foram 4,2 mil nas estradas ga�chas e 7 mil nas paranaenses -, por�m, a gravidade das ocorr�ncias foi maior, com taxa de severidade acima de 1 mil.
O levantamento indica que o n�mero de acidentes em rodovias com circula��o de ve�culos superior a 1.000 por dia representa 95% do total de acidentes registrados pela PRF.

Segundo a FDC, o n�mero de acidentes em estradas p�blicas � quatro vezes maior que em estradas concedidas � iniciativa privada. Por esse motivo, S�o Paulo aparece numa posi��o de destaque no ranking dos estados com mais acidentes. Os paulistas ocupam a 18º posi��o, com 4.179 acidentes em estradas mais movimentadas, e contam com pouco mais de 60% de rodovias federais privatizadas.
“Sabemos onde os acidentes ocorrem no Brasil. N�o � surpresa para ningu�m que os trechos e os estados se repetem. Os acidentes se concentram em �reas com influ�ncia urbana, onde tr�fegos de longa dist�ncia entram em conflito com movimentos urbanos que possuem caracter�sticas operacionais diferentes”, afirma Paulo Resende.
Embora n�o fa�a parte do estudo, o especialista citou o Anel Rodovi�rio de BH como exemplo negativo, onde v�rios acidentes graves ocorrem e solu��es n�o s�o pensadas para evit�-los.
“Temos de ver interven��es em trechos historicamente conhecidos. Temos um exemplo nacional seguido constantemente e infelizmente com acidentes de alt�ssima gravidade. O Anel Rodovi�rio � um exemplo, em que existe h� um conflito de gest�o onde historicamente ningu�m assume. Sou defensor do Arco Metropolitano, j� que 50% dos caminh�es que passam no nosso anel n�o tem a ver com a regi�o metropolitana. Est�o apenas de passagem para outros estados”.
Das rodovias analisadas, a BR-101 e BR-116, que passa por Minas Gerais, s�o as rodovias com maior n�mero de acidentes e severidade dos casos.
Enquanto a BR-101 contou com 11.026 ocorr�ncias, a BR-116 registrou 9.618 ocorr�ncias no per�odo analisado. A BR-040, que tem longo trecho em Minas, contabilizou 3.113 ocorr�ncias, enquanto a BR-153 (conhecida tamb�m como Rodovia Transbrasiliana), que atravessa o Tri�ngulo Mineiro, registrou 2.392 acidentes.
Estradas p�blicas x estradas privadas
Os dados mapeados pela Funda��o Dom Cabral mostram que ocorreram 264.196 acidentes em rodovias federais de 2018 a 2021. Os n�meros absolutos apontam que 56,6% deles ocorreram em rodovias de responsabilidade da Uni�o, enquanto 43,4% foram em vias concedidas � iniciativa privada.
Por�m, se for levada em considera��o a taxa de severidade, a propor��o de ocorr�ncias nas estradas p�blicas � muito superior, com 79,7%, contra 20,3% em estradas privadas.
“� preciso que o Brasil discuta na �rea da infraestrutura fontes de financiamento para rodovias. Infelizmente, ao longo das d�cadas, o investimento p�blico n�o ocorre alinhado com os investimentos das concession�rias. Temos a quest�o de gest�o. N�o � problema de ter mais dinheiro, somente. E sim de gest�o entre a federa��o, estados e munic�pios para tratar esses pontos de maior conflito”, afirma Paulo Resende.