
O ex-companheiro dela mora nos Estados Unidos e frequentemente visita os parentes, no Bairro Bet�nia, em BH.
De acordo com vizinhos, Emily vinha sofrendo amea�as do ex-namorado. Ele criou um perfil falso nas redes sociais e publicava fotos �ntimas da ex-companheira, como chantagem para tentar reatar o relacionamento.
O pai de Emily, Julei Anderson Fernandes, contou que a filha esteve com o ex-namorado na noite dessa quarta-feira (3/8). "Me falavam que o relacionamento era muito conturbado, que ele era agressivo, j� tinha medida protetiva, B.O. contra ele... Fiquei sabendo que ontem ele a agrediu e quebrou o celular dela", disse.
O relacionamento de ambos durou cerca de seis meses. Nesse intervalo, o homem chegou a viajar para os Estados Unidos e fazia planos de levar a companheira para o exterior.
"Esse cara andou mandando muito �udio amea�ando. Falou que estaria aqui no dia 9 de julho e ela perguntou 'por que, voc� vai me matar?' e ele respondeu 'paga pra ver'. Foi quando ela foi na pol�cia pela primeira vez", complementou Julei.
Irm�o relata o assassinato
Emily morava com a m�e e dois irm�os mais novos. No momento do crime, ela estava com Kairos Gabriel, que ficou ferido ao tentar salvar a irm�. O jovem precisou ser suturado com seis pontos na m�o e oito na perna.
“Escutei ele pedindo desculpas pra minha irm�, ela n�o aceitou as desculpas e foi na hora que ele entrou e eu fui pegar um peda�o de pau. Ele come�ou a desferir os golpes contra ela, muitas facadas, caiu no ch�o, eu tentei cair por cima dele, bati nele tamb�m, tanto que ele at� me desferiu golpes”, disse.
Ainda segundo Kairos, o suspeito fugiu correndo ap�s o crime. Moradores disseram que ele pegou um �nibus durante a fuga. Antes de sair da casa da v�tima, o homem amea�ou o irm�o dela.
“Ele deve ter ficado dez minutos no m�ximo. Ele saiu achando que j� tinha pol�cia na porta, levantando a m�o, dizendo que podia levar ele. E me amea�ou tamb�m, dizendo que se eu fosse atr�s dele ele ia me passar, ia me matar", contou.
A ocorr�ncia est� em andamento. A Pol�cia Militar ainda trabalha nas buscas pelo suspeito, que est� foragido.
Luto prolongado
Julei contou que viu a filha pela �ltima vez durante o vel�rio do pai. Ele viajou para o Rio de Janeiro para ficar pr�ximo da fam�lia e, quando voltou, n�o teve tempo de estar com Emily antes do assassinato.
“Enterrei meu pai n�o tem nem um m�s, meu pai faleceu dia 7 agora e eu fui para o Rio para ficar com minha m�e e minha irm�. E eu s� vi ela no vel�rio do meu pai. Voltei de l� na sexta-feira passada e n�o vi ela mais e agora vou ver ela no caix�o. Era uma menina muito batalhadora, n�o tenho o que falar. Era linda, maravilhosa, corre atr�s das coisas dela. Ela era o alicerce da fam�lia, ajudava muito a gente, a m�e, os dois irm�os mais novos”, lamentou.
O que � feminic�dio?
Feminic�dio � o nome dado ao assassinato de mulheres por causa do g�nero. Ou seja, elas s�o mortas por serem do sexo feminino. O Brasil � um dos pa�ses em que mais se matam mulheres, segundo dados do Alto Comissariado das Na��es Unidas para os Direitos Humanos.
A tipifica��o do crime de feminic�dio � recente no Brasil. A Lei do Feminic�dio (Lei 13.104) entrou em vigor em 9 de mar�o de 2015.
Entretanto, o feminic�dio � o n�vel mais alto da viol�ncia dom�stica. � um crime de �dio, o desfecho tr�gico de um relacionamento abusivo.
O que diz a Lei do Feminic�dio?
Art. 121, par�grafo 2º, inciso VI
"Considera-se que h� raz�es de condi��o de sexo feminino quando o crime envolve:
I - viol�ncia dom�stica e familiar;
II - menosprezo ou discrimina��o � condi��o de mulher."
Qual a pena por feminic�dio?
Segundo a 13.104, de 2015, "a pena do feminic�dio � aumentada de 1/3 (um ter�o) at� a metade se o crime for praticado durante a gesta��o ou nos 3 (tr�s) meses posteriores ao parto; contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos ou com defici�ncia; na presen�a de descendente ou de ascendente da v�tima."
Como denunciar viol�ncia contra mulheres?
Ligue 180 para ajudar v�timas de abusos.
Em casos de emerg�ncia, ligue 190.