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Estado de Minas MENINA ASSASSINADA

Caso B�rbara: trag�dia deixa rastro de medo na vizinhan�a

Ainda em choque com a morte da menina de 11 anos, moradores do Bairro Landi mudam rotina. Pais impedem que filhos brinquem na rua. Muitos faltam �s aulas


05/08/2022 04:00 - atualizado 05/08/2022 06:48

Comoção marcou o enterro do corpo de Bárbara, encontrado em um campo de futebol depois de a criança ter desaparecido ao sair para comprar pão
Como��o marcou o enterro do corpo de B�rbara, encontrado em um campo de futebol depois de a crian�a ter desaparecido ao sair para comprar p�o (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)

Desde que a menina B�rbara Vit�ria, de 10 anos, desapareceu no domingo (31/7), ap�s sair para comprar p�o e o corpo da crian�a foi encontrado em um campo de futebol em Ribeir�o das Neves, na Grande BH, a rotina dos moradores do Bairro Landi, na Regi�o de Venda Nova se transformou. Os pais est�o com medo de deixar seus filhos sa�rem sozinhos ou ficarem brincando nas ruas, como era costume antes do crime.

Igor Alves, vizinho e amigo da fam�lia de B�rbara, conta que a casa est� fechada desde quarta-feira. Segundo ele, os pais e irm�os da menina devem ter ido para a casa da av� materna por alguns dias. O vizinho acredita que mesmo que a fam�lia n�o queira permanecer no im�vel depois do que aconteceu, dificilmente conseguir� se mudar, devido �s condi��es financeiras. O pai, Rog�rio, trabalha como gar�om e a m�e, Luciene, � dona de casa. Al�m do sal�rio de Rog�rio, a fam�lia tamb�m recebe aux�lio do governo, de acordo com Alves. O im�vel pertence � m�e de Luciene.

Segundo o vizinho, moradores do bairro ainda est�o em choque diante do que aconteceu. Ele mesmo n�o conseguiu comparecer ao vel�rio e sepultamento da menina depois de ver o corpo de B�rbara no campo de futebol. “Fecho os olhos e aquela imagem n�o sai da minha cabe�a.”

Igor afirma que os moradores tamb�m passaram a ter medo de deixar as crian�as sa�rem sozinhas ou brincarem na rua, h�bitos frequentes antes da trag�dia. Ele diz que todos conheciam o suspeito de ter matado B�rbara. “Ele andava para cima e para baixo, ria e cumprimentava, era amigo de todo mundo aqui. Ningu�m nunca desconfiou dele.”

Ainda de acordo com Igor, ap�s saber da morte do suspeito, a comunidade ficou mais aliviada, mas o sentimento � de que a justi�a n�o ser� feita neste caso. “Ele n�o vai pagar pela covardia que fez com a menina.” Igor contou ainda que quando o homem foi apontado como o suspeito pelo desaparecimento da crian�a surgiu coment�rios  de que ele j� teria se envolvido em outro caso de abuso de menores. Entretanto, o vizinho disse n�o saber se a informa��o � verdadeira.

A reportagem entrou em contato com a Pol�cia Civil para saber se o suspeito j� tinha respondido por algum crime anterior, mas n�o obteve retorno.

ESCOLA ESVAZIADA Zarabeth Faria Silva, diretora da Escola Municipal Armando Ziller, onde a menina estudava, conta que o �ndice de frequ�ncia na institui��o de ensino ficou em torno de 30% na quarta-feira, quando aconteceu o vel�rio e enterro do corpo da crian�a. “Hoje tivemos um �ndice tamb�m inferior ao que � normal, mas acredito que at� segunda-feira isso j� deve ser normalizado.”

Segundo a diretora, os pais estavam com medo de deixar as crian�as irem para a escola sozinhas. “Mas acho que a comunidade j� est� come�ando a se acalmar depois do choque e de toda a situa��o que aconteceu. Tamb�m teve a quest�o de o suspeito ter cometido suic�dio.”

Ela destaca que a comunidade escolar ainda est� muito fragilizada. A professora de B�rbara est� de licen�a por quest�es de sa�de. “Ela est� muito abalada, mas a turma dela passou por um trabalho feito com uma terapeuta.” A profissional fez uma din�mica com os estudantes para trabalhar a dor da perda da menina. “Percebemos que as crian�as j� sa�ram de l� um pouco melhores ontem.”

Segundo a diretora, o trabalho deve continuar com a turma da qual a menina fazia parte ao longo do semestre. “� um acolhimento que temos que fazer com os demais funcion�rios e com todos n�s, neste momento de ressignifica��o da dor da perda e do luto, at� as coisas irem caminhando para a normalidade da rotina escolar.”

POL�CIA LIBERA
CORPO DO SUSPEITO

No in�cio da noite de ontem, a Pol�cia Civil de Minas Gerais (PCMG) informou, em nota, que ap�s ser submetido a exames no Instituto M�dico-Legal (IML), o corpo do suspeito de matar a menina foi liberado aos familiares. A causa e circunst�ncias da morte dele est�o sendo investigadas.

O �rg�o ressalta ainda que o inqu�rito policial instaurado para apurar as circunst�ncias, causa e autoria da morte da crian�a de 10 anos prossegue com as investiga��es. Segundo a PCMG, “j� foram feitos exames periciais e m�dicos, ouvidas testemunhas, suspeito, al�m de dilig�ncias e an�lises de materiais colhidos que possam levar � elucida��o completa do crime”.

A Pol�cia Civil diz que o investigado, de 50 anos, cedeu voluntariamente material gen�tico para a coleta e que a investiga��o aponta o homem como suspeito do crime, mas nenhuma  linha investigativa � descartada. O homem foi encontrado morto na tarde de quarta-feira, na casa de uma tia, no Bairro Cachoeirinha, na Regi�o Noroeste de BH. Ele teria se enforcado.

J� a advogada contratada pela fam�lia de B�rbara, Aline Fernandes, disse que ainda n�o teve acesso aos documentos do inqu�rito policial. “Mesmo com a morte do principal suspeito, as investiga��es paralelas v�o prosseguir, haja vista que temos v�rias linhas de investiga��o e v�rias respostas para serem solucionadas.”

Segundo ela, nos pr�ximos dias muitas coisas vir�o � tona. Na quarta, durante o vel�rio da menina, a advogada explicou que para tentar solucionar as d�vidas que envolvem a morte de B�rbara, faria uma investiga��o paralela. “Como a fam�lia ainda tem muitas d�vidas e muitas respostas n�o foram solucionadas pela pol�cia, neste momento se faz imprescind�vel a realiza��o de uma investiga��o defensiva”, disse na ocasi�o. Aline tamb�m contou que os pais de B�rbara foram intimados a prestar depoimento.


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