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Estado de Minas VIOL�NCIA DOM�STICA

Mulher relata ataques do ex-marido: 'Ele dizia: vou te matar aos poucos'

Moradora de Itabira, na Regi�o Central de Minas, conseguiu escapar ap�s sofrer 20 facadas e tesouradas durante dois dias em c�rcere privado


19/09/2022 17:48 - atualizado 19/09/2022 18:31

Braço da vitima com hematomas e furos, ao lado um carretel de linha
A v�tima recebeu diversos golpes nos bra�os e torso. Ao seu lado, o carretel de linha que usava para costurar, sujo de sangue. (foto: J�lia Souza/DeFato)
O Brasil registrou mais de 31 mil den�ncias de viol�ncia dom�stica ou familiar contra as mulheres at� julho de 2022. Entre as tantas v�timas de relacionamento abusivo est� uma moradora de Itabira, na Regi�o Central de Minas Gerais, que sofreu uma tentativa de feminic�dio e passou dois dias em c�rcere, presa pelo pr�prio companheiro, entre 6 e 7 de setembro. Em entrevista ao portal DeFato Online, a mulher de 44 anos relatou a viv�ncia que, infelizmente, � comum em milhares de lares brasileiros.

Toda a situa��o come�ou h� quase 20 anos, quando a v�tima, que preferiu n�o se identificar, conheceu o companheiro, de 49 anos, em Congonhas, onde residia e trabalhava em casas de fam�lia. Fugida de casa aos 11 anos, ela n�o tinha parentes ou pessoas de confian�a com quem contar.

Ao entrar na vida adulta, a mulher permanecia nas mesmas circunst�ncias. N�o era escolarizada, n�o tinha registros de identidade ou quaisquer outros documentos, nem sua pr�pria casa.

No come�o do relacionamento, o homem incentivou a esposa a fazer os seus registros de identidade. Com isso, ganhou um grande poder sobre ela. Ao passar do tempo, o casal oficializou a uni�o e, assim, iniciou a vida a dois. 

A partir dali come�ou o pesadelo dessa mulher. O companheiro, que inicialmente a amava, se transformou em um marido violento e abusivo. 

"Ele falava: 'quando eu te conheci voc� n�o tinha nem documentos'... ele � quem falou: 'vai tirar seus documentos'. (...) � o que ele fala at� hoje, eu acho que era uma press�o psicol�gica e eu achava que ele estava certo. Ele falava: 'voc� � feia, ningu�m vai querer voc�... voc� acha que outra pessoa vai ficar com voc�? E at� hoje eu acredito nisso".

"Ent�o, eu fiquei muito presa a ele, de certa forma. Eu acho que ele se sentia um propriet�rio de mim, mas eu n�o percebia isto. Eu achava que ele me amava demais, porque minha m�e nunca gostou de mim... chegava no natal, ela comprava presente para todos os meus irm�os e n�o comprava para mim. E eu pensava: 'nossa, ele gosta tanto de mim, ele faz tanta coisa por mim... ', � isso o que eu pensava."

Escalada da viol�ncia


Ap�s o casamento, o companheiro, que atua na �rea de minera��o, foi transferido de Congonhas para trabalhar em Itabira. Ao chegar � cidade, ela perdeu a prote��o da sogra, que interferia nas viol�ncias e agress�es. Com o passar do tempo, a escalada de viol�ncia aumentou, bem como a fragiliza��o psicoemocional:

"Demorou muito tempo para que eu me percebesse ref�m. Eu fumava, e ele n�o gostava que eu fumasse. Ent�o, em uma ocasi�o, ele disse que n�o ia vir da cidade em que trabalhava para casa. E eu tinha uns amigos, resolvemos sair para um barzinho e tomar um chopp... ele chegou e eu estava fumando. E a�, na frente das pessoas, ele tomou o cigarro, queimou minha boca, e saiu me puxando para o meio da rua, para todo mundo ver. Essa foi a primeira vez que ele come�ou a me agredir. E depois pedia desculpas, chorava... e eu pensei que eu quem tinha que parar de fumar".

Com essa situa��o, a mulher passou a vivenciar diversos epis�dios de agress�o em casa e, posteriormente, em p�blico, o que n�o ocorria no come�o do casamento.

O companheiro, por sua vez, passou a limitar sua conviv�ncia em sociedade por ci�mes e possess�o. Em Itabira, ela n�o tinha relacionamentos ou rede de apoio e passou a viver no que pode ser considerado um regime de c�rcere. 

O homem escondia os documentos da esposa e a impedia de abrir conta banc�ria. Tamb�m n�o permitia o seu conv�vio com outras pessoas.

Rosto da vítima ferido e ensanguentado
A v�tima com o rosto ferido e ensanguentado, ap�s ter sofrido as agress�es pelo companheiro (foto: Arquivo pessoal)

Em busca de alternativas para escapar da pris�o que o ambiente dom�stico se tornara, a v�tima fez cursos nas �reas de enfermagem (t�cnico e superior), por�m n�o p�de exercer as profiss�es porque o c�njuge n�o permitia.

"Quantas vezes eu pedi, calmamente, para ele ir embora... eu falava: 'segue sua vida... voc� � um rapaz inteligente, vai viver sua vida.' E ele falava: 'mas voc� precisa de mim, porque voc� � doente'. (...) ele me deixou de uma tal forma que eu achava que eu era doente mesmo! Ent�o, tudo ele tinha que fiscalizar porque eu era doente".

Humilha��es


A v�tima � pessoa com defici�ncia auditiva e, por isso, a rela��o de depend�ncia se agravou, justamente porque o companheiro a hostilizava por suas caracter�sticas e insistia que, sem ele, ela n�o teria chances de viver em paz por n�o conseguir cuidar de si.

Com as constantes viol�ncias e crises de ci�mes do marido ao longo dos anos, a conviv�ncia foi se tornando cada vez mais complicada. A v�tima buscou apoio policial e, mesmo assim, n�o conseguiu se livrar do marido agressor. 

O aumento da viol�ncia prosseguiu, culminando em uma s�rie de eventos em que ela foi agredida. At� que, por fim, o casal passou a viver em separa��o de corpos, morando na mesma casa e dormindo em camas diferentes. 

Ap�s epis�dios de agress�o, humilha��es p�blicas, viol�ncia dom�stica e outras, a mulher decidiu pedir oficialmente a separa��o. Essa a��o foi o que teria motivado o homem a mant�-la em c�rcere privado e atentar contra sua vida: 

"A gente j� estava separado de corpos h� tr�s anos, ele dormia no sof� e eu no quarto. Observa��o, ele tem uma namorada que est� gr�vida de oito meses. Quer dizer, ele j� tinha outra vida... e eu nem me importo n�o, podia ir, eu s� queria que ela levasse ele. E mesmo assim, ele insistia em ficar aqui. E eu procurei o socorro, porque ele sempre foi agressivo comigo e eu n�o tive respaldo algum".

A mulher decidiu procurar um advogado em busca do div�rcio. O marido foi informado da solicita��o no dia 6 de setembro, quando promoveu o c�rcere e atentou contra a vida de sua esposa:

"Ele recebeu um telefonema, e eu nem me liguei no que ele estava conversando, porque tem que estar bem perto para eu escutar a pessoa. Ele estava na cama e eu encostada ali perto da parede, costurando. E ele falou que o advogado ligou, eu n�o ouvi o conte�do da liga��o. Mas daqui ele j� foi falando: 'voc� est� tramando contra mim, o advogado acabou de me ligar'... s� isso e j� pegou a tesoura que eu estava usando para cortar e me atacou. Eu dei sorte que a tesoura n�o tem ponta, ela � reta porque � para cortar feltro, porque se fosse qualquer outra tesoura com ponta ele teria me matado".

Tesouradas e facadas

 
O homem encerrou a liga��o e, imediatamente, avan�ou contra a v�tima, desferindo lances contra ela com a tesoura, golpeando-a diversas vezes com o instrumento em v�rias partes de seu corpo. 

Al�m da viol�ncia com as tesouradas, ele a manteve em c�rcere dentro de sua pr�pria casa e a esfaqueou diversas vezes. Ao todo, foram 20 estocadas contra seu corpo, desferidas ao longo dos dois dias em que ela ficou sob seu comando: 

"Para ele vir pegar �gua, ir ao banheiro, ele veio me arrastando pelo cabelo. Ele dizia: 'eu vou te matar, mas vou te matar aos poucos... hoje eu te mato, mas vou matar aos poucos'."

Ela tamb�m conta que o companheiro contava com a total impunidade, sem acreditar que seria detido ou punido por violentar sua companheira: 

"Ele estava ciente (da impunidade), ele mesmo falava comigo: 'eu n�o vou ser preso, se eu te matar nem preso eu vou', ele estava ciente."

Pedido de socorro


Uma ferramenta crucial para a mulher ser salva dessas circunst�ncias foi a produ��o de artesanatos para ter uma fonte de renda. Em um determinado momento em que o agressor foi ao banheiro, ela conseguiu pegar seu telefone e acionar a Pol�cia Militar (190) para denunciar a situa��o vivida: 

"Eu chamei a pol�cia porque foi uma coisa de a��o, foi o que eu vi na hora para tentar fazer. Eu j� tinha conseguido acalmar ele um pouquinho, tanto � que ele saiu do banheiro e n�o me levou porque ele estava no telefone com algu�m do servi�o, porque ele faltou no servi�o. E a�, foi uma coisa de a��o... mas se ele chegasse e percebesse que eu tinha ligado, eu estava morta e ele teria 'rachado fora' dali." 

Ali, ela pediu socorro, passou seu endere�o e se afastou do telefone. Com isso, a Pol�cia Militar acabou sendo direcionada at� sua resid�ncia e, por se tratar de um condom�nio, os militares precisaram de apoio dos vizinhos para acessar as depend�ncias do pr�dio. 

Ao ouvir a batida do socorro na porta, a v�tima fingiu que iria entregar produtos artesanais a uma pessoa que supostamente estava esperando, enganando o agressor e recebendo o apoio policial. Naquele momento, a pol�cia entrou em sua casa e flagrou o autor com a faca que usara para esfaquear a esposa sob o travesseiro do quarto e, portanto, preso em flagrante por les�o corporal. 

Foto da coxa da mulher com um corte da faca
A mulher levou uma facada lancinante que rompeu seu m�sculo da coxa (foto: J�lia Souza/DeFato)


Golpes provocaram ferimentos em m�sculo


A v�tima sofreu dezenas de golpes de faca e tesoura, desferidos ao longo de dois dias, e foi direcionada para o Pronto-Socorro Municipal de Itabira para receber atendimento m�dico. Ela perdeu muito sangue ao longo dos dois dias em c�rcere, e tamb�m ficou com as feridas expostas.

Durante o per�odo em c�rcere o agressor n�o permitiu que a companheira cuidasse dos ferimentos ou mitigasse os efeitos dos mesmos. Um dos golpes desferidos sobre sua perna atingiu um m�sculo, que ficou exposto: 

"Eu cheguei ao hospital e fui atendida, imediatamente j� fui para o consult�rio de cirurgia. A m�dica realizou todo o procedimento l�, fazendo os pontos cir�rgicos... ela costurou e colocou o m�sculo de volta no lugar. (...) eu n�o tinha visto meu bra�o, s� a perna, ele cortou meu m�sculo. A m�dica teve que costurar aquilo, colocar para dentro e fazer a sutura. Por dentro est� muito machucado, imagina cortar o seu m�sculo e voc� ter que emendar ele de novo. Esse golpe doeu muito na hora e est� doendo muito agora, � a �nica rea��o que eu posso te falar."

A v�tima foi torturada vagarosamente pelo agressor que, inclusive, quebrou a tesoura em seu peito. "Com certeza ele tinha inten��o de me matar, ele falou a todo momento... e ele ia me matar. Tinha hora que ele fazia assim com a faca (aproximando do rosto) e parava, fazia e parava. Ele n�o chegava a golpear... e eu fui conversando com ele tamb�m. Falei com ele que eu n�o ia chamar a pol�cia, que eu estava errada, como ele falava toda vez: eu tinha desobedecido ele, que eu apanhava porque eu desobedecia."

hematoma no olho
A mulher ficou coberta de hematomas e feridas, ap�s sobreviver ao ataque do companheiro (foto: J�lia Souza/DeFato)

Al�vio


Ao ser questionada sobre como foi passar por essa situa��o, a v�tima respondeu algo surpreendente. "Se eu te disser que eu me sinto aliviada, voc� n�o vai acreditar... Eu estou me sentindo aliviada. Se fosse para eu passar isso tudo de novo, e que ele fosse embora, eu passaria. S� para ele ir embora." 

Ela n�o se arrepende de ter pedido o div�rcio, que foi o gatilho para que tudo isso acontecesse. Mesmo com a fragilidade imposta pelas agress�es constantes vindas do marido, a mulher se encorajou para tentar se ver livre dele. 

"Eu estava me libertando. Algo que eu n�o gosto, eu reclamo, e desse mesmo jeito eu n�o estava aceitando esse homem mais: 'vou te matar', pois ent�o tu mate porque com voc� eu n�o fico! S� se me estuprar aqui dentro dessa casa, porque com voc� eu n�o fico. E o tempo inteiro eu estava tentando tirar ele de dentro de casa." 

Encaminhado para a delegacia da Pol�cia Civil, o agressor foi preso em flagrante no dia 7 de setembro pela pr�tica dos crimes de les�o corporal agravada pela situa��o de viol�ncia dom�stica, amea�a e c�rcere privado. Ele se encontra no Sistema Prisional.

"Eu espero que, pelo menos desta vez, eles consigam manter ele longe de mim. Eu n�o quero que ele seja nem feliz, nem triste, n�o rezo e nem 'desrezo' para ele... quero que ele n�o exista para mim, que ele fique para l�, pague o que tem que pagar, bem longe de mim. Se algum dia ele esbarrar comigo, se eu passar por ele, eu n�o reconhe�o. Eu n�o vejo ele mais", pontua a v�tima. 

Rela��es abusivas 


Para entender as agress�es e os abusos contra as v�timas de viol�ncia dom�stica, a reportagem entrevistou a psic�loga cl�nica Karina Mendicino, mestre em Psicologia na perspectiva de g�nero, p�s-graduada em Antropologia da Mulher e Ecofeminismo e idealizadora do projeto 'Ser Inteira - Psicologia para Mulheres', em Belo Horizonte. Karina � especialista em rela��es abusivas e comentou as caracter�sticas desse tipo de uni�o: 

"Todo ser humano tem seus complexos e lado sombrio. A caracter�stica desses relacionamentos t�xicos e desfuncionais � que esse lado sombrio � constantemente convocado � cena, sempre sendo chamado a atuar, virando um relacionamento entre complexos. No relacionamento abusivo, especificamente, existe uma caracter�stica muito importante que � uma disparidade de poder, uma hierarquia... � isso que caracteriza o relacionamento abusivo, ou seja, uma das pessoas da rela��o exerce poder sobre a outra."

A profissional tamb�m destacou a influ�ncia da estrutura da nossa sociedade nessas rela��es. "� por isso que na maioria massacrante dos casos, o homem, nos relacionamentos heterossexuais, est� no papel de abusador e a mulher no papel da v�tima. N�o � 100% dos casos, mas s�o quase 100%, porque a gente j� tem um contexto sociocultural em que existe uma hierarquia sexual entre masculino e feminino, a qual � muito marcada. Ent�o isso favorece muito que o homem acabe conseguindo exercer poder sobre a mulher num relacionamento �ntimo".

A psic�loga explicou como se manifestam essas a��es de imposi��o de poder entre o masculino e o feminino em rela��es heterossexuais em que existe essa disparidade de poder e hierarquia.

"Esse poder vai ser exercido atrav�s de manipula��o, chantagens, puni��es desproporcionais... isso � algo muito importante nesses relacionamentos, porque � um comportamento comum de pessoas abusadoras usar de puni��es muito desproporcionais. Isso significa que, aquela pessoa, voc� tem um desentendimento ou faz algo que ela n�o gostou, ela vai usar de uma puni��o do tipo ficar dias sem conversar, ter uma explos�o de raiva, fazer um 'barraco'... algum tipo de puni��o que seja desproporcional �quilo que gerou a insatisfa��o. E a� come�a o ciclo do controle, a parceira vai ficar com medo da maneira como aquela pessoa age e de ela agir assim de novo." 

Karina tamb�m esclarece que � assim que come�a a l�gica do abuso e da viol�ncia: 
"Voc� come�a a ficar 'pisando em ovos' na rela��o, por medo da maneira como aquela pessoa age, por n�o saber do que ela � capaz. E quando se passa a ter medo da maneira como o parceiro se comporta, j� se est� dentro da l�gica do abuso, sendo controlada. E isso � uma maneira de se exercer o poder sobre a outra pessoa." 

Ela tamb�m explicou o que leva muitas v�timas de abuso e viol�ncia dom�stica a ficarem presas �s suas rela��es, mesmo com o abuso.

"� importante lembrar que nenhum abusador � abusador o tempo todo, n�o � assim 100% do tempo. Ent�o, esse abusador vai ter suas 'qualidades', tendo momentos em que ser� um parceiro carinhoso... e isso confunde muito a v�tima, a mulher, que vai se apegar muito a esses momentos em que o abusador demonstra esse outro lado para ela."

A psic�loga tamb�m destaca que o processo � fundamental para a compreens�o sobre o ciclo do abuso.

"Isso tem tudo a ver com a maneira como acontece esse ciclo do abuso. Come�a com a explos�o que caracteriza o abuso, seja ela de raiva, uma agress�o f�sica, verbal, psicol�gica, ou qualquer uma das cinco viol�ncias contra a mulher tipificadas pela Lei Maria da Penha. Ap�s esse epis�dio violento com um comportamento desproporcional que caracteriza o abuso, vem a fase de arrependimento - caracterizada como fase lua de mel - em que o homem se arrepende, pede perd�o e reconhece seus erros... muitas vezes, ele pede desculpas, mas tenta justificar culpabilizando a mulher por seu comportamento, que o teria feito agir daquela forma."

Segundo Karina, a fase de lua de mel e alegria n�o dura muito em uma rela��o abusiva e violenta: 

"Nessa fase da lua de mel existem promessas e 'flores', a mulher realmente acredita que aquela cena do abuso nunca mais vai acontecer... contudo, ela dura um per�odo e, em seguida, vem a fase da escalada da tens�o, em que essa tens�o aumenta gradativamente at� chegar, novamente, na cena de abuso. A� se fecha o ciclo do relacionamento abusivo... esse relacionamento sempre � um caso onde existe viol�ncia, seja ela f�sica ou n�o." 

O que disseram as pol�cias?


O Portal DeFato procurou os comandos das Pol�cias de Itabira, tanto Civil quanto Militar, para que se posicionassem sobre o caso e esclarecessem como as v�timas de viol�ncia contra a mulher podem agir para denunciar e receber socorro. Confira as notas das institui��es.

A Pol�cia Militar, respons�vel pelos primeiros atendimentos � v�tima, disse: 

"NOTA � IMPRENSA

No dia 07/09/2022, por volta das 06 +h, houve um acionamento da PM via 190 para atendimento de uma ocorr�ncia onde a solicitante informou que teria sido agredida pelo marido na noite do dia 06/07/2022, por volta das 23 h, conseguindo ligar para a Pol�cia Militar s�  na manh� da quarta-feira. 

De imediato a viatura deslocou at� o local onde foi constatada a agress�o de um homem de 49 anos, contra sua companheira, uma mulher de 44 anos, sendo efetuada a pris�o do autor e prestado toda assist�ncia a v�tima.

Ag�ncia Local de Comunica��o Organizacional do 26º BPM"

A Pol�cia Civil, que efetuou a pris�o do autor das viol�ncias, afirmou:

"Foi realizado um Auto de Pris�o em Flagrante Delito do autor (marido da v�tima) no dia 07/09/22, pela pr�tica dos seguintes crimes: les�o corporal agravada pela situa��o de viol�ncia dom�stica, amea�a e c�rcere privado. O autor se encontra no Sistema Prisional.

Em Itabira, a Pol�cia Civil atua 24 horas para atender qualquer situa��o de crime. Quando se trata de situa��o de viol�ncia dom�stica, durante o hor�rio de expediente  conta inclusive com uma equipe multidisciplinar do CREAM (Prefeitura de Itabira) para o primeiro acolhimento �s v�timas. Esta equipe � composta por uma psic�loga, duas assistentes sociais e uma profissional da �rea do Direito. 

As v�timas de viol�ncia dom�stica no munic�pio de Itabira podem acionar a Pol�cia Militar (190) ou a pr�pria delegacia (3839-2709 ou pessoalmente) para relatar a pr�tica de algum crime. Poder�o tamb�m utilizar o Disque Den�ncia (181) ou o Disque Direitos Humanos (100).

O mesmo vale para as testemunhas: poder�o comparecer em delegacias pessoalmente para denunciar algum caso, ou utilizarem o Disque Den�ncia 181, ou o Disque Direitos Humanos 100."

A Lei Maria da Penha tipifica cinco tipos diferentes de viol�ncia contra a mulher: f�sica, psicol�gica, moral, patrimonial e sexual. E o relacionamento abusivo � um relacionamento onde existe viol�ncia, sejam elas quais forem. No entanto, a escalada da tens�o que leva o abusador a cometer viol�ncia f�sica depende necessariamente do perfil desse abusador. 

� importante que as mulheres entendam que, se o abusador tem a viol�ncia f�sica como parte do repert�rio comportamental dele, ele vai usar disso e se tornar um agressor quando esse complexo for ativado. Ou seja, n�o existe nada que as mulheres companheiras possam fazer para impedir que esse homem se comporte como um abusador violento, essa mudan�a depende exclusivamente do parceiro, a culpa jamais � da v�tima". 


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