
No documento os peritos apontam que a embalagem do petisco j� estava aberta, pertencia ao lote 3641, foi fabricado em abril deste ano e venceria em outubro de 2023. Entre os componentes est� o propilenoglicol, subst�ncia que, conforme o Minist�rio da Agricultura, Pecu�ria e Abastecimento (Mapa), estaria contaminada com o monoetilenoglicol, qu�mico t�xico a humanos e animais.

A tutora de Mallu, a analista financeira Amanda Carmo, j� suspeitava que a cachorrinha tinha se intoxicado pelo produto. A Shih-tzu faz parte dos mais de 100 c�es que tiveram complica��es renais ap�s consumirem petiscos da mesma empresa.
Mallu ficou internada por 15 dias em uma cl�nica no bairro Prado, na regi�o Centro-sul da capital mineira. Ela comeu o petisco contaminado no dia 21 de agosto, um dia antes de ser encaminhada para o atendimento veterin�rio.
“N�s come�amos a dar o petisco no dia 5 de agosto, mas sempre em pequenas quantidade. No dia 21 n�s demos uma por��o maior e logo em seguida ela j� come�ou a apresentar sintomas. Ela chegou a beber duas vasilhas de �gua, e fazia muito xixi. Por fim, os rins, f�gado e p�ncreas dela ficaram totalmente comprometidos”, relata a tutora.
Assim como os demais c�es supostamente intoxicados, Mallu teve v�mitos, diarreia e convuls�es. Segundo o veterin�rio e coordenador do servi�o de urg�ncia e terapia intensiva do Hospital Veterin�rio da Universidade Federal de Minas Gerais, Eut�lio Luiz Mariani Pimenta, a evolu��o dos sintomas pela intoxica��o por monoetilenoglicol � r�pida e em at� 36h pode haver complica��es severas que levem � morte do animal.
Conforme a tutora Amanda, o quadro cl�nico da cadela era severo. Ela teve que passar por duas transfus�es de sangue e hemodi�lise, mas acabou n�o resistindo. “Agora, n�s vamos levar o corpo dela para passar pela necropsia, na UFMG, para confirmar a causa da morte. Al�m disso, os petiscos j� foram entregues � Pol�cia Civil tamb�m para serem periciados”, afirma.
Monoetilenoglicol

Investiga��es
Desde o dia 2 de setembro a Pol�cia Civil de Minas vem atuando com a corpora��o de S�o Paulo nas investiga��es sobre os petiscos contaminados com monoetilenoglicol. Pouco tempo depois, o Minist�rio da Agricultura, Pecu�ria e Abastecimento (Mapa) indicou que os lotes de propilenoglicol, vendidos pela empresa mineira Tecno Clean Industrial Ltda � Bassar est�o contaminados com o qu�mico t�xico.
A Tecno Clean afirmou que a contamina��o n�o aconteceu em suas depend�ncias e que apenas revendia o produto adquirido da importadora A & D Qu�mica, de Aruj�-SP. J� o grupo paulista afirma que seu cliente (Tecno Clean) teria comprado propilenoglicol destinado “exclusivamente” � fabrica��o de itens para higiene e limpeza, para serem revendidos como o qu�mico usado na ind�stria aliment�cia.
Ao Estado de Minas, o delegado titular da Delegacia de Investiga��es Sobre Infra��es Contra o Meio Ambiente da Pol�cia Civil de S�o Paulo, Vilson Genestretti, relatou que j� ouviu os representantes da Bassar e da A & D. De acordo com ele, os representantes da importadora e revendedora do propilenoglicol forneceram elementos “que v�o facilitar as investiga��es”, mas que todos os documentos e produtos ainda ser�o periciados.
Em rela��o � den�ncia de fraude de laudos t�cnicos e r�tulos de gal�es de propilenoglicol, feita pela empresa de Aruj�, o respons�vel pelas investiga��es se limitou a dizer que as apura��es ainda est�o em curso. Conforme Genestretti, os representantes e a gerente de compras da fabricante mineira ainda ser�o ouvidos.
“Eu ouvi o administrador e a dona da A&D. Eles forneceram elementos, prestaram informa��es que foram colocadas nos autos. Eles informaram que venderam o produto para uso de higiene e limpeza, forneceram as notas fiscais de venda, e afirmaram que n�o vendem o propilenoglicol grau USP [permitido na ind�stria de alimentos]. Mas, tudo isso, n�o quer dizer que a Tecno Clean vendeu a mercadoria fornecida pela A&D. Isso, n�s saberemos ap�s ouvir a empresa e os laudos periciais”, afirmou o delegado da Pol�cia Civil de S�o Paulo.
