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Estado de Minas RESPOSTAS

Laudo confirma monoetilenoglicol em petisco que matou cadela em BH

Mallu, da ra�a Shih-tzu, morreu no dia 6 de setembro ap�s ficar 15 dias internada na regi�o Centro-Sul da capital


27/09/2022 17:00 - atualizado 27/09/2022 17:24

Shih-tzu, Mallu, morreu no dia 6 de setembro após ingerir petiscos da Bassar
Mallu comeu petisco no dia 21 de agosto e foi internada ap�s 24h (foto: Arquivo Pessoal)
O laudo pericial da Pol�cia Civil concluiu que o petisco consumido pela cadela Mallu, que morreu em Belo Horizonte no dia 6 de setembro, estava contaminado com monoetilenoglicol. A ra��o Every Day, da Bassar Pet Food, foi recolhida pela corpora��o no dia 1º de setembro, quando a pet ainda estava internada por complica��es renais. 

No documento os peritos apontam que a embalagem do petisco j� estava aberta, pertencia ao lote 3641, foi fabricado em abril deste ano e venceria em outubro de 2023. Entre os componentes est� o propilenoglicol, subst�ncia que, conforme o Minist�rio da Agricultura, Pecu�ria e Abastecimento (Mapa), estaria contaminada com o monoetilenoglicol, qu�mico t�xico a humanos e animais
Parte de laudo pericial da Polícia Civil
Entre componentes de petisco est� o propilenoglicol (foto: Arquivo Pessoal)
 

A tutora de Mallu, a analista financeira Amanda Carmo, j� suspeitava que a cachorrinha tinha se intoxicado pelo produto. A Shih-tzu faz parte dos mais de 100 c�es que tiveram complica��es renais ap�s consumirem petiscos da mesma empresa. 

Mallu ficou internada por 15 dias em uma cl�nica no bairro Prado, na regi�o Centro-sul da capital mineira. Ela comeu o petisco contaminado no dia 21 de agosto, um dia antes de ser encaminhada para o atendimento veterin�rio.
 

“N�s come�amos a dar o petisco no dia 5 de agosto, mas sempre em pequenas quantidade. No dia 21 n�s demos uma por��o maior e logo em seguida ela j� come�ou a apresentar sintomas. Ela chegou a beber duas vasilhas de �gua, e fazia muito xixi. Por fim, os rins, f�gado e p�ncreas dela ficaram totalmente comprometidos”, relata a tutora.
 
Assim como os demais c�es supostamente intoxicados, Mallu teve v�mitos, diarreia e convuls�es. Segundo o veterin�rio e coordenador do servi�o de urg�ncia e terapia intensiva do Hospital Veterin�rio da Universidade Federal de Minas Gerais, Eut�lio Luiz Mariani Pimenta, a evolu��o dos sintomas pela intoxica��o por monoetilenoglicol � r�pida e em at� 36h pode haver complica��es severas que levem � morte do animal.
 
Conforme a tutora Amanda, o quadro cl�nico da cadela era severo. Ela teve que passar por duas transfus�es de sangue e hemodi�lise, mas acabou n�o resistindo. “Agora, n�s vamos levar o corpo dela para passar pela necropsia, na UFMG, para confirmar a causa da morte. Al�m disso, os petiscos j� foram entregues � Pol�cia Civil tamb�m para serem periciados”, afirma. 

Monoetilenoglicol 

Embalagem descrita em parte de laudo pericial da Polícia Civil
Embalagem de petisco analisada pela per�cia da Pol�cia Civil (foto: Arquivo Pessoal)
Ainda conforme o laudo da Pol�cia Civil, o monoetilenoglicol � um qu�mico usado como anticongelante automotivo e, quando inalado, pode causar irrita��o do aparelho respirat�rio. J� quando ingerido, pode provocar n�useas, v�mito, dor abdominal, fraqueza, sensibilidade muscular, insufici�ncia respirat�ria, convuls�o e colapso pulmonar at� uma acidose metab�lica grave. “Se n�o for feito tratamento, a morte pode ocorrer dentro de 08 a 24 horas", observou o perito respons�vel pelo laudo. 

Investiga��es

Desde o dia 2 de setembro a Pol�cia Civil de Minas vem atuando com a corpora��o de S�o Paulo nas investiga��es sobre os petiscos contaminados com monoetilenoglicol. Pouco tempo depois, o Minist�rio da Agricultura, Pecu�ria e Abastecimento (Mapa) indicou que os lotes de propilenoglicol, vendidos pela empresa mineira Tecno Clean Industrial Ltda � Bassar est�o contaminados com o qu�mico t�xico. 

A Tecno Clean afirmou que a contamina��o n�o aconteceu em suas depend�ncias e que apenas revendia o produto adquirido da importadora A & D Qu�mica, de Aruj�-SP. J� o grupo paulista afirma que seu cliente (Tecno Clean) teria comprado propilenoglicol destinado “exclusivamente” � fabrica��o de itens para higiene e limpeza, para serem revendidos como o qu�mico usado na ind�stria aliment�cia.

Ao Estado de Minas, o delegado titular da Delegacia de Investiga��es Sobre Infra��es Contra o Meio Ambiente da Pol�cia Civil de S�o Paulo, Vilson Genestretti, relatou que j� ouviu os representantes da Bassar e da A & D. De acordo com ele, os representantes da importadora e revendedora do propilenoglicol forneceram elementos “que v�o facilitar as investiga��es”, mas que todos os documentos e produtos ainda ser�o periciados. 

Em rela��o � den�ncia de fraude de laudos t�cnicos e r�tulos de gal�es de propilenoglicol, feita pela empresa de Aruj�, o respons�vel pelas investiga��es se limitou a dizer que as apura��es ainda est�o em curso. Conforme Genestretti, os representantes e a gerente de compras da fabricante mineira ainda ser�o ouvidos. 

“Eu ouvi o administrador e a dona da A&D. Eles forneceram elementos, prestaram informa��es que foram colocadas nos autos. Eles informaram que venderam o produto para uso de higiene e limpeza, forneceram as notas fiscais de venda, e afirmaram que n�o vendem o propilenoglicol grau USP [permitido na ind�stria de alimentos]. Mas, tudo isso, n�o quer dizer que a Tecno Clean vendeu a mercadoria fornecida pela A&D. Isso, n�s saberemos ap�s ouvir a empresa e os laudos periciais”, afirmou o delegado da Pol�cia Civil de S�o Paulo.


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