
S�lvia Pires
Um homem de 29 anos � suspeito de causar o inc�ndio na Serra do Rola Mo�a, que destruiu cerca de 2 milh�es de hectares de �rea preservada. O acusado � empres�rio e usava fogos de artif�cio para divulgar seus produtos nas redes sociais.
O suspeito tem uma distribuidora de bebidas e vende celulares pelas redes sociais. Segundo a Pol�cia Civil, imagens de seguran�a do Parque Serra do Rola Mo�a permitiram a identifica��o do autor. "Ele estoura fogos de artif�cio para chamar a aten��o de quem o assiste e, �s vezes, ganhar mais engajamento e vender mais produtos”, conta Eduardo Vieira, da Delegacia Especializada em Investiga��o de Crime Contra o Meio Ambiente (DEMA).
Ao estourar os fogos no Parque Estadual da Serra do Rola Mo�a, ele causou o inc�ndio que mobilizou o Corpo de Bombeiros por mais de 28 horas. “Chegando ali no topo, ele come�ou a filmar estourando fogos de artif�cio para fazer a promo��o. S� que um dos fogos cai na mata e � exatamente naquele momento em que acontece a igni��o desse inc�ndio de grandes propor��es”, disse Vieira.
O acusado tem mais de 100 mil seguidores nas redes sociais. "Isso nos preocupa bastante. A divulga��o de uma conduta com utiliza��o de artefatos explosivos perto de ambientes de mata pode, inclusive, incentivar outras pessoas a fazer o mesmo", ressalta Vieira. A investiga��o tamb�m apura o envolvimento de outras pessoas no crime.
Segundo o delegado da PC, o homem assumiu o crime. “Ele admitiu que era ele e disse que iria explicar melhor os fatos na presen�a do advogado”, conta. O homem pode pegar de dois a quatro anos de pris�o e receber uma multa.
A opera��o, chamada Sentinelas da Floresta, cumpriu tr�s mandados de busca e apreens�o na manh� desta ter�a-feira (18/10). Com o suspeito tamb�m foram encontradas drogas, semelhantes a maconha. Ele foi conduzido a delegacia. Ainda de acordo com a pol�cia, ele tem passagem por tentativa de homic�dio e tr�fico de drogas.
O combate ao inc�ndio, que ocorreu em 16 de setembro, custou mais de 600 mil aos cofres p�blicos. “Exigem esfor�os muito grandes das equipes, que ficam dias em combate, especialmente por conta das �reas remotas. Colocamos as aeronaves em apoio aos brigadistas. Isso custa muito caro”, aponta Rodrigo Bueno Belo, gerente de preven��o e combate a inc�ndios florestais do Instituto Estadual de Florestas (IEF).
Segundo ele, o Parque da Serra do Rola Mo�a n�o registrava inc�ndios de grandes propor��es h� cinco anos. “A gente vinha conseguindo conter as ocorr�ncias l�. Desde 2017 n�o t�nhamos casos dessa amplitude”, conta. As chamas consumiram 2 milh�es de hectares de �rea preservada, o que equivale a 250 campos de futebol.