
Um projeto da Prefeitura de Belo Horizonte pode ajudar a reduzir a transmiss�o de dengue, zika e chikungunya para a popula��o, por meio da soltura do mosquito Aedes Aegypti com a bact�ria Wolbachia em seis regionais de BH: Barreiro, Centro-Sul, Oeste, Noroeste, Norte e Pampulha.
A bact�ria Wolbachia � um microrganismo intracelular que n�o pode ser transmitida para humanos ou animais e atua para reduzir a transmiss�o das doen�as. Os mosquitos que carregam essa bact�ria foram produzidos na biof�brica do munic�pio sem nenhuma modifica��o gen�tica.
O estudo
De acordo com o diretor da Zoonoses de BH, Eduardo Viana, o piloto do projeto j� estava circulando pela cidade desde 2020, com duas fases. A primeira, foi na regi�o Venda Nova, em tr�s �reas de abrang�ncia de centros de sa�de. A segunda, foi a realiza��o de um estudo cl�nico controlado em parceria com a Fiocruz e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
“Nesse estudo, foram abrangidas 59 �reas em todas as regionais de BH, sendo 29 para controle - sem libera��o de mosquito - e outras 29 com a libera��o do mosquito com a Wolbachia, que ainda est� acontecendo. Agora, n�s entramos na terceira fase, que seria a expans�o. Vamos trazer os mosquitos com a bact�ria em seis das nove regionais de BH”, disse o diretor.
Viana explica ainda que a soltura � um procedimento de substitui��o gradativa, ou seja, os mosquitos com a bact�ria s�o soltos no ambiente e a partir do momento que realizarem o cruzamento com o Aedes sem bact�ria, sucessivamente ser� poss�vel nascerem apenas mosquitos com Wolbachia.
O projeto � uma parceria entre a Prefeitura de Belo Horizonte, a World Mosquito Program (WMP), a Funda��o Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Minist�rio da Sa�de.
Como � feito o acompanhamento?
Os mosquitos s�o soltos semanalmente, em per�odos que duram em torno de 16 a 20 semanas. Junto a isso, h� um acompanhamento dos ovos, verificando o percentual de Wolbachia nos mosquitos. “Quando a popula��o com a bact�ria atingir 60%, j� � considerado bom. Nas �reas das duas primeiras fases j� atingimos esse percentual”, explica Viana.
O diretor complementa que o estudo cl�nico ainda est� em curso, comparando �reas onde a soltura foi realizada versus onde n�o foi, por meio do monitoramento de volunt�rios que s�o acompanhados desde o in�cio do projeto. “� feita uma sorologia, ou seja, coletado sangue dos volunt�rios no in�cio do projeto antes do contato, e depois s�o avaliados ao entrar em contato com a doen�a, se desenvolveram o v�rus”.
Aquelas pessoas que moravam nas regionais de soltura ser�o comparadas com a popula��o da �rea controle, que n�o foi exposta. Assim ser� poss�vel obter clareza do ponto de vista epidemiol�gico com rela��o � efic�cia da a��o. Em alguns pa�ses asi�ticos, esse estudo mostrou 70% de redu��o de casos.