
Caio relata ao EM que trafegava pela via na quarta-feira (9/11) da semana passada, quando visualizou um carro parado indevidamente no ponto. “Dei duas buzinadas para mostrar que tinha um �nibus ali. Ele n�o quis retirar o carro, e eu buzinei pela terceira vez. Parei com o ve�culo ao lado do dele e falei que ali era um ponto final, onde � proibida a parada de ve�culos de passeio. Ele ignorou e disse que ficaria no local”, declara.
Al�m disso, segundo a v�tima, o condutor do carro – ap�s ser advertido – ficou irritado e iniciou as ofensas. “Com o dedo do meio levantado, ele come�ou a me atacar, dizendo que eu era um ‘macaco’ e falou assim: ‘vai embora, preto! Fodido!’. Depois ele repetiu o xingamento [macaco]”. Caio ainda teria sido chamado de “vagabundo” e “pilantra”.
Ent�o, o motorista – que faz a linha 2103 do bairro Prado – diz que imediatamente parou o coletivo na frente do autom�vel e desceu para argumentar com o autor da agress�o. “Fiquei indignado! N�o acreditei que ele estava falando aquilo comigo. A�, fui l� conversar! Ele tamb�m saiu do carro com uma barra de ferro, veio na minha dire��o e me agrediu”.
Em uma das imagens gravadas por populares que a reportagem teve acesso, Caio aparece explicando a uma mulher vestida de preto – que, segundo ele, � a esposa do suspeito – o que teria acontecido, j� que ela n�o estava dentro do carro no momento em que o condutor teria proferido as inj�rias.
“Seu marido n�o teve educa��o para me deixar estacionar, me chamou de 'macaco' e me agrediu com uma barra de ferro. Ele vai responder por isso”, diz Caio. “Vamos embora. Vamos parar com isso”, responde a mulher. Ao EM, Caio destaca que a esposa, em outro momento, declarou que o marido tem “dem�ncia”.
Ao perceber que o cerco de populares aumentava, o homem tenta arrancar com o carro. Uma mulher, que passava pelo local, deu apoio ao motorista e retirou a bolsa da esposa do banco do passageiro na tentativa de impedir que o casal deixasse o local. Posteriormente, ela recuperou a bolsa, entrou no carro e deixou o ponto de �nibus na companhia do suspeito.
Posteriormente, uma viatura da Pol�cia Militar (PM), em patrulhamento de rotina, parou nas proximidades ao perceber a movimenta��o – momento em que Caio e testemunhas deram suas vers�es dos fatos. Antes disso, Caio tentou acionar a PM, mas, segundo ele, foi impedido, pois o suspeito quebrou seu aparelho celular quando avan�ou sobre ele com a barra de ferro.
'Fato que mexeu comigo'
Para al�m das agress�es f�sicas e verbais, Caio fala da sensa��o ao receber esse tipo de ataque. “� um fato que mexeu muito comigo. Sempre mexe, n�! Ao longo da minha vida, j� fui v�tima de racismo diversas vezes, mas, no meu trabalho, � a primeira vez”, conta Caio, que � motorista de �nibus h� um ano e sete meses.
Al�m do registro junto � Pol�cia Militar, a v�tima finaliza dizendo que acionar� a Justi�a contra o agressor. “Tem muitas c�meras no entorno. Estou tentando reunir mais provas em imagens. Isso n�o pode ficar impune.”
Em nota enviada ao Estado de Minas nesta sexta-feira (18/11), a Pol�cia Civil de Minas Gerais informa que "instaurou procedimento e dilig�ncias est�o em andamento para apura��o de den�ncia de inj�ria racial no bairro Anchieta em Belo Horizonte".
A institui��o policial n�o deu mais detalhes e disse que "outras informa��es ser�o repassadas em momento oportuno" para n�o prejudicar o andamento das apura��es.
Em nota enviada ao Estado de Minas nesta sexta-feira (18/11), a Pol�cia Civil de Minas Gerais informa que "instaurou procedimento e dilig�ncias est�o em andamento para apura��o de den�ncia de inj�ria racial no bairro Anchieta em Belo Horizonte".
A institui��o policial n�o deu mais detalhes e disse que "outras informa��es ser�o repassadas em momento oportuno" para n�o prejudicar o andamento das apura��es.