Luta contra a Aids: Pirulito da Pra�a 7 � coberto com 'camisinha'

Dezembro � conhecido pelo combate � doen�a e todo 1°/12 � o Dia Mundial de Luta contra a Aids. Segundo a diretora-geral da Aprosmig, Cida Vieira, o ato simb�lico � para mostrar a import�ncia da educa��o sexual.

"Estamos trabalhando no tema devido ao desmonte das campanhas de preven��o de ISTs que n�s tivemos, tanto dos �rg�os federais, quanto estaduais. Precisamos incentiv�-los a passar informa��es, para que n�o haja preconceito e estigma da popula��o", diz. 

Segundo a Unaids, cada ano tem um tema espec�fico para conversa, e, em 2022, � 'Equidade j�', que pede o fim das desigualdades sociais. "Os portadores t�m direito, t�m que ser reconhecidos, al�m de manterem a sa�de em dia. Hoje, existem combina��es e rem�dios que ajudam na qualidade de vida. Estamos trabalhando a conscientiza��o da popula��o em geral", destaca. 

A preven��o � importante n�o s� pelo risco de contrair o v�rus da Aids, mas tamb�m outras doen�as sexualmente transmiss�veis e pela possibilidade de uma gravidez indesejada. "Sabemos que existe a dificuldade de conversar com alguns parceiros que n�o aceitam usar o preservativo, mas orientamos as mulheres que tamb�m tem a camisinha feminina. As pessoas devem estar cientes da import�ncia do uso, at� porque tamb�m existe a gravidez indesejada. Devem perder esse tabu e vergonha, pois n�o � s� o HIV e AIDS, tamb�m h� risco contrair outras ISTs", finaliza Cida. 

At� o momento, em 2022, de acordo com dados da Secretaria de Estado de Sa�de (SES-MG), Minas registrou 3.442 novos casos de HIV/Aids, contabilizando 140 �bitos. Desde 2018, mais de 22 mil casos foram notificados com 1.298 mortes. Para o infectologista e professor em�rito da Faculdade de Medicina da UFMG Dirceu Greco, � importante lembrar da Aids o ano todo e n�o apenas em dezembro.

“Na verdade, a infec��o ocorre o ano inteiro, a todo tempo. O HIV permanece e n�o est� controlado, ele atinge em torno de 0,5% da popula��o dependendo do lugar, atingindo de maneira desigual, popula��es mais vulner�veis", refor�a Dirceu.

Dados da Secretaria de Municipal de Sa�de de Belo Horizonte, mostram que na capital mineira, 165 pessoas foram infectadas com Aids e outras 474 com HIV, em 2022. A prefeitura refor�ou que durante todo o ano tem promovido a��es voltadas para o atendimento das pessoas que convivem com o v�rus, al�m de disponibilizar testes r�pidos e preservativos gratuitos nos 152 centros de sa�de da cidade.

Para Dirceu, discutir sexualidade � de extrema import�ncia para mitigar o problema nas parcelas vulner�veis como a popula��o LGBTQIA+, pessoas encarceradas e pessoas em situa��o de rua. “Ter o conhecimento � muito importante. � preciso fazer uma educa��o continuada envolvendo a popula��o mais vulner�vel”.

Segundo o Minist�rio da Sa�de, HIV � a sigla do v�rus da imunodefici�ncia humana. Ele � o causador da Aids, uma doen�a que ataca o sistema imunol�gico, respons�vel por defender o organismo de doen�as. Diferente de outros v�rus, o corpo humano n�o consegue se livrar do HIV. Isso significa que se contrair, a pessoa viver� com o v�rus para sempre.

"Ter o HIV n�o � a mesma coisa que ter a Aids. H� muitos soropositivos que vivem anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a doen�a. Mas podem transmitir o v�rus a outras pessoas pelas rela��es sexuais desprotegidas, pelo compartilhamento de seringas contaminadas ou de m�e para filho durante a gravidez e a amamenta��o, quando n�o tomam as devidas medidas de preven��o", afirma o MS. 

Dirceu Greco explica que cerca de 15 a 20% das pessoas n�o sabem que convivem com a HIV, assim um ponto de extrema import�ncia s�o as pol�ticas p�blicas em rela��o ao diagn�stico, j� que os tratamentos s�o eficazes e seguros. “As pessoas n�o costumam procurar um m�dico, um cl�nico. Ent�o nem chega a possibilidade de ir em um profissional e pedir um teste”, diz.

A SES-MG afirma que tem feito um trabalho de distribui��o de testes r�pidos e para todos os munic�pios a fim de proporcionar o diagn�stico r�pido e precoce, al�m de distribuir antirretrovirais para as 75 Unidades Dispensadoras de Medicamentos (UDM) e prestar atendimento cl�nico em 75 Servi�os de Atendimento Especializado. 

J� � de conhecimento geral que a principal maneira de prevenir a infec��o por HIV � o uso de preservativo, principalmente camisinha, durante as rela��es sexuais. No entanto, um outro m�todo que tem se mostrado eficaz � a Profilaxia Pr�-Exposi��o (PreP), que consiste na tomada di�ria de um comprimido que permite o organismo ser preparado para um contato com o HIV.

O PreP consiste na combina��o de dois medicamentos, o tenofovir somado a entricitabina, que bloqueiam alguns “caminhos” para o v�rus infectar o organismos. O Minist�rio da Sa�de adverte que o m�todo s� tem efeito se a pessoa tomar o medicamento todos os dias. A pasta ainda explica que o m�todo n�o � para todas as pessoas, sendo indicado para aquelas que possuem maiores riscos de contato com o v�rus e em situa��o de vulnerabilidade.

Dirceu � coordenador de um projeto que estuda �s quest�es de risco ao HIV/Aids em adolescentes em vulnerabilidade social e se � indicada a utiliza��o da PreP por eles. Para o infectologista, o m�todo � �timo para o contexto brasileiro.

“Em um pa�s em que as pessoas vulner�veis tem dificuldade no acesso ao diagn�stico, tratamento e preven��o, ter em m�os mais um m�todo como o PreP para ajud�-los ainda mais � de extrema import�ncia”, completa o professor.

Ainda n�o h� cura da doen�a, mas cientistas estudam medica��es, tratamentos e vacinas que possam avan�ar na resposta definitiva para a doen�a. Em agosto desde ano, m�dicos anunciaram o 4º caso de cura no mundo, de um homem que vivia com a doen�a desde a d�cada de 1980 e recebeu um transplante de medula �ssea para tratar uma leucemia, e o doador era naturalmente resistente ao v�rus.