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Estado de Minas COVID-19

BH registra disparada de testes e de resultados positivos para COVID-19

Busca por exames salta 655% em novembro na rede p�blica de BH e 33% detectam infec��o por coronav�rus


03/12/2022 04:00 - atualizado 03/12/2022 08:24

Pacientes aguardam atendimento na fila da triagem do Centro de Saúde São Geraldo
Pacientes aguardam atendimento na fila da triagem do Centro de Sa�de S�o Geraldo, a maioria com sintomas gripais (foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press)

 

Ap�s a disparada de casos de COVID-19 no fim de novembro, a procura pela testagem em centros de sa�de de Belo Horizonte tamb�m cresceu. Em algumas unidades, segundo estimativa de profissionais ouvidos pela reportagem do Estado de Minas, a demanda para confirma��o da doen�a chega a ser at� tr�s vezes maior quando comparada ao per�odo anterior � chegada da BQ.1, nova subvariante da �micron. N�meros da prefeitura mostram que a demanda por testagem cresceu 655% em novembro e, em rela��o a outubro, o total de atendimentos por sintomas respirat�rios teve alta de 58% nos centros de sa�de da capital. Diante da escalada, a administra��o municipal prorrogou a obrigatoriedade do uso de m�scaras notransporte e nas unidades de sa�de at� 3 de janeiro.

 

O acess�rio j� estava sendo exigido desde 18 de novembro, quando a secretaria apontou o aumento de 15% na positividade dos testes em uma semana como causa da decis�o. A medida valeria por apenas 15 dias, mas teve de ser prorrogada diante da escalada de novos casos. “Para que Belo Horizonte n�o volte a apresentar problemas assistenciais como falta de leitos, aumento de casos mais graves e at� mesmo �bitos, prorrogamos o uso obrigat�rio das m�scaras”, justificou Cl�udia Navarro.

 

Ontem, o Estado de Minas esteve nas unidades de sa�de da capital. Por volta das 10h, a equipe do Centro de Sa�de Cachoeirinha, na Regi�o Nordeste de BH, j� havia feito 20 testes. Desses, mais da metade (11) saiu com resultado positivo para COVID-19. As irm�s Jussara e Josiane da Costa, de 28 e 29 anos, aguardavam na entrada o resultado do exame. “S� estamos com dor de cabe�a e um pouco de dor no corpo, mas, como duas pessoas da nossa fam�lia testaram positivo ontem, viemos ver se pode ser COVID-19 tamb�m”, conta Josiane. Ela avalia os sintomas como mais brandos comparados � �ltima vez em que teve a doen�a. “Est� mais leve. Tive COVID pouco depois de ter tomado a primeira dose da vacina e foi horr�vel. Est� bem mais tranquilo desta vez”, considera ela, que j� tomou tr�s doses do imunizante.

 

A advogada Ana Carolina Radicchi, de 27, acabou de sair do isolamento ap�s pegar COVID-19 h� menos de 20 dias, mas precisou refazer o exame depois que o namorado testou positivo na segunda-feira (28/11). “Ele e a fam�lia pegaram, e a gente tinha se encontrado esses dias. Como sou asm�tica, n�o melhorei 100% depois do meu isolamento. Comecei a passar mal, n�o sabia at� onde podia ser sequela da COVID, uma crise ou uma nova infec��o. Na d�vida, vim fazer o teste”, contou, celebrando o resultado negativo. A advogada � vacinada, recebeu a dose de refor�o e diz que tem feito todo o poss�vel para se proteger contra o  v�rus, como usar m�scara e evitar aglomera��es, especialmente por morar com uma pessoa idosa e diab�tica. “Trabalho e estudo em casa, sempre tomo cuidado. No dia em que resolvi sair, peguei COVID-19”, lamenta.

 

A percep��o dos funcion�rios dos centros de sa�de � corroborada pelos dados da prefeitura da capital. Segundo a administra��o da cidade, em outubro, foram feitos cerca de 29 mil atendimentos a pacientes com sintomas respirat�rios. Em novembro, o n�mero chegou a aproximadamente 46 mil, aumento de 58%. Nas unidades de pronto-atendimento (UPAs), no entanto, o n�mero caiu de 10 mil para 5 mil no mesmo per�odo.

 

Outro dado que mostra o avan�o da COVID na capital � o de testagens realizadas pelo munic�pio. Ao longo de novembro, o n�mero de testes feitos em Belo Horizonte aumentou mais de 655%. Se entre 30/10 e 5/11, 4.074 pacientes buscaram pontos da prefeitura para aferir a contamina��o pelo coronav�rus, esse n�mero saltou para 30.789 entre 20 e 26/11, �ltimos dados disponibilizados pelo munic�pio.

 

FILA NA TRIAGEM No Centro de Sa�de S�o Geraldo, Regi�o Leste, o p�blico de pacientes com quadro gripal tamb�m era maioria. A unidade amanheceu com uma fila de pacientes esperando pela triagem para fazer o teste r�pido da doen�a. Depois de dois dias passando mal, a assistente administrativo Patr�cia Rodrigues, de 34, decidiu ir ao posto para tirar a d�vida se estava com uma crise al�rgica ou COVID-19. “N�o deixa de ser preocupante.  Temos que cuidar de n�s mesmos e tamb�m dos outros”, disse.

 

O funcion�rio p�blico Wesley Marques, de 57, diz ter observado aumento de casos entre amigos e familiares. “Muita gente que conhe�o pegou nos �ltimos dias”, conta. Com sintomas gripais, ele tamb�m aguardava a triagem para fazer o teste no Centro de Sa�de S�o Geraldo. “Tem uns dois dias que n�o estou dormindo direito e comecei a desconfiar que podia ser COVID”, disse.

 

Sem uma �rea reservada para os casos suspeitos, como era habitual no in�cio da pandemia, outros pacientes que aguardam atendimento nos postos de sa�de dividem espa�o com aqueles que esperam pelo teste. “Acho que quando � suspeita n�o deveriam colocar as outras pessoas em contato com a gente. Ainda que todos estejam usando m�scara, � um risco”, reclama Patr�cia. Desde 18 de novembro, as m�scaras voltaram a ser obrigat�rias em servi�os de sa�de, no transporte p�blico e nas respectivas esta��es de embarque e desembarque, no transporte escolar, em t�xis e carros de aplicativo de BH.

 

TEMPO DE ESPERA At� o momento, as unidades n�o registram superlota��o e longas filas. A espera por atendimento, segundo pacientes, demora entre uma e duas horas. Enquanto isso, o resultado do teste r�pido de COVID-19 leva, em m�dia, 20 minutos para ficar pronto. “Foi muito r�pido. Agora estou s� esperando o resultado do exame”, conta a operadora de caixa Gersa Ferreira da Cruz, de 49, que aguardava na porta da Unidade de Pronto-atendimento (UPA) Leste. Vacinada com as quatro doses, ela conta que, nos quase tr�s  anos de pandemia, ainda n�o pegou COVID-19. “Nunca tive. Nem ningu�m da minha fam�lia, gra�as a Deus”, disse, na torcida para que o resultado desse negativo. Mesmo com a flexibiliza��o das medidas de seguran�a na capital, ela mant�m o uso frequente da m�scara e do �lcool em gel. “Tem que cuidar”, defende.

 

PARCELA DE POSITIVOS Al�m de um aumento na procura por testes, o percentual deles indicando positividade � outro fator que atesta uma circula��o mais intensa do coronav�rus na cidade. Na primeira semana de novembro, 5% dos testes feitos deram positivo para COVID-19. Esse n�mero saltou para 15% na semana seguinte, depois para 28% e chegou a 33% na semana entre 20 e 26 de novembro.

 

Em rela��o ao n�mero de novos casos registrados, novembro tamb�m fechou indicando uma tend�ncia de alta. Dados publicados no boletim epidemiol�gico da prefeitura na quinta-feira (1º/12) mostram que o n�mero de casos da doen�a registrados na cidade na segunda quinzena de novembro foi mais de sete vezes superior ao computado na primeira metade do m�s. Entre 1º e 16 de novembro, a cidade teve 636 novos casos da doen�a, ao passo que, entre 17 de novembro e 1º de dezembro, foram 4.907. A marca de 4 mil casos em 15 dias n�o era batida desde agosto (veja quadro), m�s em que as m�scaras se tornaram facultativas em todos os ambientes de Belo Horizonte pela primeira vez desde o in�cio da pandemia.

 

Em 21 de novembro, dias ap�s a detec��o dos primeiros casos da subvariante BQ.1 em BH, o secret�rio de Estado de Sa�de, F�bio Baccheretti, falou � imprensa e revelou que o aumento do n�mero de casos era esperado para as pr�ximas semanas, assim como est� sendo observado. O m�dico, no entanto, disse que a cobertura vacinal atual conseguir� fazer com que o aumento da incid�ncia da doen�a n�o se converta em mais interna��es e casos graves. A preocupa��o se d� em rela��o ao in�cio do per�odo frio em 2023, e, por isso, � preciso come�ar a se preparar j�, aumentando a ades�o ao imunizante.

 

“H� uma expectativa, sim, de termos crescimento de acasos agora, mas nosso foco de preocupa��o maior est� na sazonalidade do pr�ximo ano (…). Certamente, em mar�o e abril, viveremos o que vivemos este ano. Voc�s se recordam, UPAs muito cheias. E n�s temos, nessa �poca, influenza, que � a gripe, v�rus sincicial, que d� geralmente em crian�as, e a COVID. Ent�o, o foco nosso est� na vacina��o. (...) Temos uma oportunidade de chegar em um per�odo sazonal com a popula��o protegida, coisa que a Europa e os Estados Unidos n�o tiveram porque eles est�o no outono e inverno agora”, alertou.

 

VACINA��O Os n�meros da vacina��o em Belo Horizonte est�o estagnados. Na quinta-feira, a prefeitura se manifestou dizendo que n�o tem estoque para ampliar a cobertura da quarta dose, ou segunda dose de refor�o, na cidade. Desde o fim de junho, o p�blico-alvo se restringe a moradores de mais de 40 anos. E, mesmo dentro dessa faixa et�ria, a cobertura � deficit�ria. Apenas 38,9% das pessoas eleg�veis completaram o esquema vacinal, o que indica que mais de 700 mil moradores j� poderiam estar em dia com o calend�rio de prote��es, mas n�o o fizeram. 

 

 

Interna��es em MG

 

A positividade dos testes de COVID-19 tamb�m cresceu ao longo do m�s, em Minas Gerais. De acordo com a Secretaria de Estado de Sa�de (SES-MG), apenas 1% dos testados apresentaram resultado positivo para o coronav�rus entre 9 e 15 de outubro. De 6 a 12 de novembro, o n�mero subiu para 7% e, entre 20 e 26 de novembro, a taxa de positividade chegou a 29%. Ainda segundo a SES-MG, as �ltimas semanas tamb�m foram marcadas por crescimento de hospitaliza��es causadas pela COVID-19 na rede p�blica de sa�de. Entre 9 e 15 de outubro, foram feitas 20 solicita��es pela doen�a e 871 por s�ndrome respirat�ria aguda grave (SRAG). Entre 20 e 26 de novembro, 312 pacientes contaminados pelo coronav�rus tiveram de ser hospitalizados,  aumento de 1.460% em rela��o ao per�odo anterior, e outras 1.004 solicita��es foram feitas por SRAG, crescimento de 15%. 


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