Castra��o gratuita: entenda por que vagas em BH acabam t�o r�pido

A Prefeitura de Belo Horizonte abriu, na �ltima segunda-feira (23/1), a agenda para castra��o de c�es e gatos na capital. O cadastro poderia ser feito a partir das 8h pela internet, telefone ou presencial, no entanto, em menos de uma hora as vagas j� haviam sido preenchidas. 

No dia em que a agenda foi aberta, o Estado de Minas fez uma publica��o em suas redes sociais informando sobre a oferta do servi�o. Nos coment�rios, diversas pessoas se mostraram indignadas com a escassez de vagas. “Parece at� propaganda enganosa, n�o tem hor�rio em nenhuma das unidades. Coloquei na Leste [regional], que era melhor pra mim, e n�o tinha. Fui selecionando as outras para testar e deu a mesma coisa”, disse uma pessoa. 

De acordo com a administra��o municipal, a quantidade de cirurgias ofertadas � calculada conforme a capacidade de cada Centro de Esteriliza��o. Em janeiro, foram abertos 3 mil hor�rios, todos preenchidos. 

Para a coordenadora do Movimento Mineiro pelos Direitos Animais (MMDA), Adriana Ara�jo, o n�mero de cirurgias mensais realizadas n�o corresponde ao tamanho da popula��o de c�es e gatos da cidade. Ela explica que existem cerca de 40 mil animais em situa��o de rua, fora os que j� possuem lar. 

Adriana defende a esteriliza��o desses animais dom�sticos, associada � educa��o para a guarda respons�vel, como importante preven��o do abandono, descontrole populacional, com�rcio, conflitos diversos e zoonoses. Conforme a coordenadora, as popula��es de c�es e gatos est�o em “descontrole” em todo o mundo, n�o s� em BH. “Se a gente olhar como exemplo s� as gatas, elas entram no cio a cada 28 dias, j� as cadelas duas vezes por ano, se considerarmos que a cada ciclo gestacional nasce uma ninhada com seis filhotes, s�o 12 por ano. Isso s� uma gatinha. Mas � importante dizer que os animais n�o t�m culpa desse descontrole, e sim o ser humano que sempre atrapalhou a vida dos animais." 

A reportagem procurou a Secretaria Municipal de Sa�de de BH, respons�vel pelo processo de castra��o, para saber a possibilidade de amplia��o da oferta de vagas por agenda. Em resposta, a pasta reafirmou que as cirurgias levam em conta a capacidade dos Centros, e informou que uma nova chamada seria feita no final de fevereiro.

Adriana Ara�jo enfatiza que, desde que o programa foi criado, o Movimento Mineiro pelos Direitos Animais pede que seja constru�do um centro de esteriliza��o em cada uma das nove regionais de Belo Horizonte. Mas existem apenas cinco, nas regi�es do Barreiro, Leste, Noroeste, Oeste e Norte. 

Al�m disso, a coordenadora do programa afirma que s�o necess�rios tr�s novos centros itinerantes de castra��o, conhecidos como "castram�vel", para atender �s comunidades carentes da capital, onde ela avalia ser o local com maior descontrole populacional de c�es e gatos. 

“Eu reconhe�o o bom trabalho executado pela prefeitura, e que, pela sua qualidade, tem grande aceita��o e demanda. E que este resultado existe porque h� uma grande equipe de servidoras e gestoras empenhadas em fazer o melhor. Mas � fundamental garantir no or�amento da PBH recursos financeiros para aumentar a quantidade de castra��o de c�es e gatos, que precisa acontecer de forma cont�nua, caso contr�rio a procria��o ser� maior e o dinheiro p�blico investido n�o dar� o resultado necess�rio”, diz Adriana.

Al�m da castra��o, outro fator que ajuda na regulariza��o da popula��o de pets nas cidades � a ado��o. Adriana explica que o centro de zoonose de BH e os abrigos particulares est�o superlotados. “A taxa de abandono de animais chegou a 80% durante a pandemia. Com isso, a prote��o animal est� totalmente exaurida e sobrecarregada. Por isso pedimos, adotem, apadrinhem e colaborem com os protetores animais e seja um agente multiplicador. Quando algu�m falar que vai comprar, ou que vai reproduzir, diga que isso n�o � correto”, pede.