
Apesar de ser bastante requisitado e estar em um ponto quase tur�stico de BH, o lugar sofre com o abandono por parte do poder p�blico e o descaso da popula��o. Seus frequentadores s�o os atletas do esporte, agora ol�mpico, mas que n�o t�m tanta visibilidade na cidade. No in�cio da tarde desta sexta-feira (3/2), um caminh�o da empresa Ambev, pela segunda vez, destruiu um dos obst�culos da pista.

Transitando em local proibido, j� que a pista fica no passeio e n�o na avenida, o caminh�o quebrou um banco doado pela Funarte e pelo Instituto Skate Cuida, organiza��o comunit�ria que o skatista profissional Bob Burnquist faz parte. A estrutura �nica, al�m de integrar parte da pr�tica do esporte, tamb�m tem um grande valor sentimental para os atletas.
Douglas Batista Rosa, de 41 anos, criou a p�gina de Instagram “Viaduto Santa Tereza Plaza”. Skatista desde os 21 anos, Doug, como � conhecido, criou a conta porque viu a necessidade de melhorar o local utilizado por ele desde 2017.
Sobre o epis�dio desta sexta-feira, ele diz que essa � a segunda vez que algo parecido acontece. Na primeira, em dezembro do ano passado, um caminh�o, tamb�m da Ambev, destruiu uma corrim�o de metal, preso no ch�o. Na �poca, os motoristas alegaram que o local estava escuro e que n�o tinham visto o obst�culo. Para tentar evitar a situa��o se repetisse, foi feito um pedido a um artista para fazer uma pintura do ch�o e destacar a estrutura.
“N�o existe outro banco (o que foi atingido hoje) no Brasil, s� tem esse. E a gente o recebeu, o fixamos certinho, gastamos dinheiro do pr�prio bolso para firm�-lo no ch�o, para a Ambev vir e fazer isso pela segunda vez. [...] � muito descaso”, explica Douglas.
Procurada, a Ambev afirmou que “ir� reparar o monumento nos pr�ximos dias”. No entanto, questionada sobre o caminh�o transitar em cima do passeio, a empresa n�o informou nada.

Falta de planejamento
Al�m do descaso de algumas pessoas com o local e a pr�tica do esporte, Douglas explica que o lugar tamb�m � mal iluminado e n�o tem policiamento, o que aumenta os casos de tr�fico de drogas e furto.
Ele afirma que a parte de tr�s do viaduto, onde antes tinha um banheiro, n�o possui muita ilumina��o e acabou se tornando um ponto de tr�fico.
Para ele, o espa�o seria suficiente para uma guarita da Guarda Municipal de BH ou da Pol�cia Militar. “Para a gente, isso seria melhor do que acontece hoje. L� n�o tem luz, ent�o � muito perigoso mesmo. E a luz que tinha, os pr�prios traficantes quebraram para n�o ter ilumina��o e a pol�cia n�o ver o que eles estavam fazendo”, diz.
Douglas explica que o lugar foi mal planejado e n�o foi constru�do de acordo com as necessidades do esporte. Ele afirma que, daquilo que foi feito pela prefeitura, apenas o ch�o � bom o suficiente, "o restante eles usam do jeito que d�” e realizam vaquinhas para adquirir mais obst�culos e materiais para fix�-los no ch�o, sem que seja preciso furar o piso, j� que o viaduto � tombado.
“Diz BH que o viaduto � um ponto tur�stico, mas n�o tem cuidado nenhum. Eu acho que os skatistas cuidam mais dali do que qualquer �rg�o p�blico. Aqui n�o tem uma pista que preste, n�o tem um espa�o que voc� fala: ‘P�, esse lugar � bom para o skate’. Acho que a prefeitura nem imagina que a gente realmente anda de skate ali. E eu vou falar com voc�: � um dos lugares mais bonitos para andar de skate; j� veio gringo, gente de fora andar aqui. Ent�o, tem um poder forte. O viaduto tem um nome forte, mas ningu�m ajuda a gente”, conclui Doug.
A reportagem procurou a Prefeitura de Belo Horizonte, mas, at� a publica��o desta mat�ria, n�o obteve retorno.